Reverência à lei

Um país é feito de dores, mas também de força, de capacidade de reação, de energia para vencer adversidades e se firmar como nação

Lula e Rosa Weber
Lula e Rosa Weber (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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Com togas novas (as outras foram roubadas pelos vândalos), a Ministra Rosa Weber reinaugurou as sessões do STF para o novo ano judiciário. Na cerimônia solene, estavam presentes o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silve e o Presidente do Congresso Rodrigo Pacheco. Nada no cenário, perfeitamente restaurado, guardava semelhanças com o anterior, destruído no dia 8 de janeiro, por ação de uma turba movida pelo ódio e pelo rancor. Em seu discurso, a Presidente do Tribunal, aplaudida de pé por mais de uma vez, ressaltou a importância e a coragem do que se realizava ali, em defesa da justiça e da garantia da Lei. Concluída a sessão, todos se encaminharam para fora, para abraçar o prédio histórico, em companhia de uma multidão de gente, sobretudo funcionários. Inesquecível. Os bandidos da política e dos costumes haviam fracassado. Repetia-se até certo ponto o que se fizera logo após ao ataque, no dia 9, quando, com Lula, Rosa Weber e os governadores, já à noite, todos juntos, haviam percorrido a Praça dos Três Poderes... - posicionando-se frente à gravidade da situação, com a decisão de que não se dobrariam.

Um país é feito de dores, mas também de força, de capacidade de reação, de energia para vencer adversidades e se firmar como nação. Simbolicamente, enquanto a reinauguração do tribunal transcorria, transcorria, sem dúvida, em paralelo, a certeza de que os responsáveis seriam punidos com os rigores da justiça. Não há como apagar o gigantismo dos crimes perpetrados. A Polícia Federal, associada à Presidência do Superior Tribunal Eleitoral e ao Ministério da Justiça conservam acesa, junto ao restante da sociedade, a chama do repúdio, com sede de reparação.

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Enquanto isso, de triste memória, o ex, Jair Bolsonaro, deblatera para seguidores da extrema direita os planos mirabolantes de uma presidência que, felizmente, e esperemos que para sempre, concluiu os seus dias. Queria um terceiro turno? Experimentou no Senado, com a candidatura de Rogério Marinho -e novamente perdeu. A população vai dando sinais de que não deseja caminhar para trás. Por isso, as notícias se sucedem na mesma direção. Por decisão do Ministro Alexandres de Moraes, o apadrinhado, igualmente parlamentar, agora sem mandato, Daniel Silveira, não protegido por indultos ou fóruns especiais, foi detido para pagar pelos exageros verbais e pela certeza da impunidade, depois de cortar por conta própria o controle da tornozeleira eletrônica. Desta feita, parece certo de que cumprirá com as suas dívidas com a magistratura.

 Em Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro exibe, nos seus novos cercadinhos, para adeptos fascistas e saudosistas da época em que desrespeitava os nossos valores, a arrogância com que criou um nicho em nossa política. Ainda tem prestígio? Embora minoritário nas pesquisas, dizem que sim. No entanto, no rastro de destruição que nos legou, o morticínio dos Yanomamis não permitirá que descanse. Genocídios, aqui ou no resto do mundo, cobram reparações. E que não venham dizer que lava as mãos porque nada tem a ver com vândalos ou crueldades com os desfavorecidos. No balanço, mostra-se enterrado até a raiz dos cabelos. Para quem se coloca do outro lado da Lei, a pauta é dura. Quer comprovar? Passe uns dias por aqui... 

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