República imprevidente
As instituições do Brasil vivem um total desacerto e descontrole, notadamente executivo e legislativo, acordos e mais acordos, denúncias diárias, corrupção saindo pelo ladrão, ao passo que o Judiciário tenta conter os desastrosos efeitos dessa balburdia por meio de investigações, prisões e decisões condenatórias
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A comemoração de mais um aniversário da República Brasileira coloca em evidencia o momento atual e sua imprevidência diante da conjuntura e seus reflexos em todos os campos da vida nacional.
Ninguém, em sã consciência, dúvida que perdemos o contato com os países desenvolvidos e hoje, mais do que nunca, os blocos econômicos prevalecem, fazendo acordos de trilhões de dólares, enquanto derrapamos na longa encruzilhada do Mercosul. Bem mais tenebroso do que isso somente ver a tempestade perfeita que nos carcome, dentre os quais as inaceitáveis taxas de corrupção e falta de planejamento em quase todos os setores.
O acidente acontecido recentemente em Minas Gerais, cidade de Mariana é um exemplo que não nos permite livrar das costumeiras tragédias, porque a licença ambiental estaria vencida e os órgãos de fiscalização não fizeram absolutamente nada, com a moderna tecnologia de satélites e seu monitoramento seria possível observar os deslocamentos, somados ao aumento inadmissível de dejetos jogados na velha estrutura da barreira que se rompeu. Alicerça-se ao triste fato as consequências ambientais mais deprimentes e danosas. O resultado negativo de quase quatro bilhões da ex-maior estatal nacional é preocupante e revoltante para seus acionistas, não fosse a sensação de absoluto desmando e completo estado de insolvabilidade. A se acreditar na velha ou na nova república instaurada por motivos políticos, e depois de mais de século passado ainda engatinhamos nos verdadeiros conceitos da coisa pública.
As instituições do Brasil vivem um total desacerto e descontrole, notadamente executivo e legislativo, acordos e mais acordos, denuncias diárias, corrupção saindo pelo ladrão, ao passo que o Judiciário tenta conter os desastrosos efeitos dessa balburdia por meio de investigações, prisões e decisões condenatórias. Muito embora sejamos considerada uma Nação democrática, aqui se vota para tudo, desde o sindico, até o representante do corpo de segurança do prédio no qual se trabalha, até cargo máximo de presidente da república. No entanto, não é formada uma democracia apenas pelo sentimento do direito livre e soberano do voto, mas pela transparência, decência e acima de tudo ética com moralidade dos governantes.
O STF encontra centena de processos em andamento contra políticos e fica a beira de um colapso porque não foi concebido para resolver esse tipo de pendenga, mas sim causas maiores de características constitucionais relevantes. O fato se espalha para o STJ com milhares de processos, e se o juízo de admissibilidade permanecer na corte então a explosão e demora serão proporcionais.
As esperanças de um novo cenário Brasil passam pelo momento de dor e sofrimento para limpar as metástases dos desvios de conduta e comportamento. Algo para se comemorar no festejo de mais um aniversário da República, sim é claro ou reformamos tudo que está em descompasso com ela lançando as razões fundantes de um novo modelo, ou nos encastelamos na mesmice das notícias cotidianas que nos afundam a cada segundo numa republiqueta de bananas cuja fruta é a mais amarga de todas e rara jabuticaba para ser vista urbi et orbe.
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