Repetindo 2018, fake news mancham e deformam eleição atual
"TSE passou quatro anos jurando que nada seria como antes, que o tribunal seria implacável com as fake news. Palavras ao vento", diz Bepe Damasco
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Justiça tardia não é justiça, mas sim injustiça. Faltando uma semana para terminar a campanha, em um só dia o TSE concedeu direitos de resposta a Lula nos programas de Bolsonaro e puniu a campanha do energúmeno com a perda de 184 inserções, que serão usadas pela campanha de Lula.
O presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, também se reuniu com dirigentes das plataformas da internet. Por fim, propôs plenos poderes ao TSE, sem precisar do MP, para reprimir as fake news. Essa proposta será votada pelo pleno do TSE nesta quinta-feira (20).
O esforço é louvável, mas é tarde demais. O estrago está feito.
Na essência, no que se refere à disseminação de mentiras em profusão e à prática continuada dos crimes de injúria, calúnia e difamação por parte da bandidagem fascista, nada se parece mais com a eleição de 2018, a da “mamadeira de piroca”, do que o pleito de 2022.
Seja presidido pelos ministros Barroso, Fachin ou pelo atual chefe da justiça eleitoral Alexandre de Moraes, o TSE passou quatro anos jurando de pés juntos de que nada seria como antes, que o tribunal seria implacável com as fake news e que seus responsáveis seriam exemplarmente punidos.
Cabe lembrar um discurso do ministro Moraes por ocasião da aprovação das contas da campanha de Bolsonaro, no qual ele alertou que a tolerância da justiça eleitoral se esgotara e que o tribunal dali em diante não hesitaria em cassar as candidaturas que insistissem na conduta criminosa.
Palavras ao vento.
Os delinquentes do submundo responsável por essas fábricas de mentiras, que conta com ampla articulação e montanhas de dinheiro ilegal, já perceberam que o crime compensa e seguem agindo de forma cada vez mais ousada e desafiadora.
A ação mafiosa conta muito provavelmente com milicianos, mercadores da fé e empresários inescrupulosos.
Sabemos todos que a justiça eleitoral do país não dispõe de estrutura suficiente para dar conta do enfrentamento de um esquema criminoso tão amplo, sofisticado, endinheirado e clandestino. Dá para afirmar, porém, que o TSE, mais uma vez, subestimou o poder de fogo desses bandidos.
Não foram pensados, e muito menos concebidos, mecanismos inovadores de inteligência capazes de coibir e reprimir o crime continuado das fake news.
Resultado: os vagabundos agridem o processo eleitoral com a velocidade de uma Ferrari, enquanto os que têm a missão de zelar pela lisura do processo eleitoral vão de fusquinha.
Venceremos.
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