Renan faz política e traz para si o governo sem Temer
Renan Calheiros é atualmente o mais sabido político brasileiro. Deu provas disso, mais uma vez, nos últimos dias, ao sair na frente anunciando que Temer deve sair do governo sem ser vítima de um impeachment e que deveria entender a sua importância para a história. Ou seja, deu a pancada, mandou o recado, mas demonstrou algum zelo com o companheiro de partido
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Não há dúvida de que a carreira do senador Renan Calheiros teria sido ainda mais brilhante do que é se não lhe faltasse uma qualidade fundamental: O dom da oratória. Isso mesmo. Quem já viu Renan discursando para o povo sabe que ele é técnico, longo, até enfadonho.
Tivesse ele capacidade de emocionar, de envolver o eleitor com as palavras, teria ido muito mais distante em sua carreira, talvez fosse até adorado pelo eleitorado.
Imaginem o senador em um palanque sendo dono de um discurso persuasivo e emocionante semelhante aos de Collor, Lula ou Aécio, provavelmente nem o céu seria o limite. E se houvesse eleição deus correria risco de perder o cargo de chefe do universo.
Porque os demais atributos para um político com o seu estilo poder sobreviver ele detém, inclusive o de ler o futuro, farejar o pântano adiante, escapulir da teia de aranha que o persegue através dos processos em que é investigado por suspeitas de irregularidades.
Renan Calheiros é atualmente o mais sabido político brasileiro. Deu provas disso, mais uma vez, nos últimos dias, ao sair na frente anunciando que Temer deve sair do governo sem ser vítima de um impeachment e que deveria entender a sua importância para a história. Ou seja, deu a pancada, mandou o recado, mas demonstrou algum zelo com o companheiro de partido.
Ao mesmo tempo citou nomes para substituir o presidente que, se não agradam a todos as forças políticas, empresariais e sindicais, também não desagradam totalmente. Porém, o mais importante foi que ao sugerir nomes trouxe para o seu lado todas as lideranças para essa discussão.
Tão importante quanto a jogada acima foram os nomes sugeridos – casos de Carmen Lúcia, presidente do STF, os ex-ministros do STF Joaquim Barbosa e Nelson Jobim, da senadora Kátia Abreu (PMDB), além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Todos os citados podem ficar envaidecidos pela lembrança – especialmente aqueles que não são do parlamento, os do judiciário, onde moram os problemas de Renan. Ao mesmo tempo, ao citar os do Congresso, neutraliza qualquer reação daqueles que comandam o Legislativo neste momento.
Mais adiante, o senador realiza e coordena mais uma jogada com membros de vários partidos, conforme publicado no eassim.net que você pode ler abaixo:
"O jornalista Josias Souza do UOL revelou que o senador Renan Calheiros, se reuniu com um grupo de senadores formados por Lindbergh Farias, Kátia Abreu, Paulo Paim, Lasier Martins e Armando Monteiro para definir o perfil de um candidato no caso de prevalecer a escolha indireta para substituir Temer.
Entre os critérios definidos pelo grupo estariam; 1) Não pode ter a ambição de se reeleger em 2018; 2) Deve ter em mente que não será mais possível aprovar reformas como a da Previdência; 3) Não pode ser membro do Judiciário; 4) É preferível que não seja também do Legislativo; 5) Não pode tratar a classe política a vassouradas; 6) O ideal é que seja referendado por Lula, FHC e Sarney.
"O nome que surgiu é o do advogado Nelson Jobim."
Concluindo, com mais essa jogada, uma tacada certeira e Renan Calheiros reafirma e traz para o seu gabinete as discussões sobre o futuro da nação.
Só ele parece entender o passado, ver o futuro e saber como se posicionar diante dos fatos, sejam bons ou ruins, mas que têm solução, porque sempre há uma saída.
E Renan Calheiros controla essa porta, pelo menos até agora, apesar da Lava Jato.
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