Renan é o maior intocável da República

"Ou bem Renan é vítima de uma sucessão de denúncias vazias e é um dos maiores injustiçados da história do Brasil ou tem superpoderes que o transformaram no maior intocável da República. Aposto minhas fichas nessa última opção", constata Alex Solnik, colunista do 247

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente do Senado, Renan Calheiros durante encontro no gabinete da Presidência do Senado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente do Senado, Renan Calheiros durante encontro no gabinete da Presidência do Senado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) (Foto: Alex Solnik)


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Levando-se em conta que Temer é um presidente da República interino; que Dilma é uma presidente da República afastada; que Cunha é um presidente da Câmara afastado classificado de "delinquente" pela Procuradoria Geral da República e que seu sucessor, Waldir Maranhão é um presidente da Câmara impedido de presidir pelo presidente afastado, o presidente do Senado, Renan Calheiros é a mais alta autoridade da hierarquia brasileira em pleno exercício de suas funções. Pode ser considerado o homem mais poderoso do país.

E é, também, o recordista de inquéritos no STF por suspeita de corrupção: 12. Nove dos quais na Operação Lava Jato. Dá impressão que, na atual conjuntura, quanto mais acusações um político tem, mais poderes adquire e mais altos cargos ocupa. É a corrupção premiada.

Ele está na alça de mira da Justiça desde 2007. O Renangate começou a 25 de maio, com a revelação da revista Veja de que a empreiteira Mendes Júnior pagava 12 mil reais por mês à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tivera um filho.

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A partir de então, foi acusado de: comprar rádios em Alagoas, em sociedade com João Lyra, em nome de laranjas; fazer tráfico de influência para a cervejaria Schincariol, na compra de uma fábrica de refrigerantes, com recompensa milionária; usar notas fiscais frias, em nome de empresas fantasmas, para comprovar seus rendimentos; montar esquema de desvio de dinheiro público em ministérios comandados pelo PMDB e outro, de espionagem contra senadores da oposição ao governo Lula.

Seis representações no Conselho de Ética do Senado pediram sua cassação. Ele renunciou à presidência, mas não ao mandato. E ficou na moita.

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Nada disso impediu que, em 2010 fosse eleito senador pelo estado de Alagoas e, em 1º. de fevereiro de 2013, presidente do Senado para o biênio 2013-2014 com 56 votos.

Em junho de 2013, foi alvo do movimento "forarenan" que entregou oficialmente uma petição popular com 1,6 milhões de assinaturas. Não pegou.

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Continuou sendo denunciado implacavelmente depois de se reeleger presidente do Senado: Paulo Roberto Costa contou que os "pagamentos" repassados ao senador, no escândalo da Petrobrás "excederam o teto da cota repassada ao PT, PMDB e PP": a propina superou os 3% para que "fosse incluído um valor para Renan".

Em dezembro de 2015, o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Renan Calheiros suspeito de envolvimento em fraudes na contratação do consórcio Estaleiro Rio Tietê pela Transpetro em 2010.

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O STF recebeu mais um pedido de investigação contra ele da Procuradoria-Geral da República (PGR) em abril de 2016 sobre suposto recebimento de propina, para pagamento de suas despesas pessoais pela construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. A PGR investiga uma movimentação financeira de 5,7 milhões de reais do presidente do Senado.

Também em abril, a relatora da Operação Zelotes, ministra Cármen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, abriu inquérito para apurar seu suposto envolvimento e do senador Romero Jucá com a venda de emendas a medidas provisórias relacionadas ao setor automotivo editadas pelo governo federal. É o 12º inquérito contra ele no STF.

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Até abril de 2016, Renan respondia a nove processos na Lava Jato.

Em 2 de junho de 2016, foram divulgados por autorização do STF os depoimentos da delação premiada de Nestor Cerveró na Lava Jato que afirmou que, em 2012, o senador Renan Calheiros o chamou em seu gabinete no Senado para reclamar da 'falta de propina'.

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A denúncia mais recente foi a de Sérgio Machado, indicado por Renan para ser presidente da Transpetro, que o acusou de ser o maior beneficiário de dinheito desviado de contratos com a estatal, com 32 milhões de reais.

Mas nada disso foi suficiente para transformá-lo, sequer, em réu.

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Ou bem Renan é vítima de uma sucessão de denúncias vazias e é um dos maiores injustiçados da história do Brasil ou tem superpoderes que o transformaram no maior intocável da República.

Aposto minhas fichas nessa última opção.

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