Rejeição de 70% às privatizações é um alento para o país

"A revelação de que sete em dez brasileiros condenam as privatizações representa um apoio popular indiscutível a ideia de um plebiscito revogatório para mandar para o lixo as medidas anti-povo e anti-nação do governo Temer-Meirelles", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. Lembrando que a venda de estatais é rejeitada mesmo pelos eleitores dos partidos que estão na base do Planalto, PML diz que há uma "unanimidade contra", que ajuda a explicar "a comunhão entre privatização e golpismo após a chegada de Lula-Dilma ao governo".

"A revelação de que sete em dez brasileiros condenam as privatizações representa um apoio popular indiscutível a ideia de um plebiscito revogatório para mandar para o lixo as medidas anti-povo e anti-nação do governo Temer-Meirelles", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. Lembrando que a venda de estatais é rejeitada mesmo pelos eleitores dos partidos que estão na base do Planalto, PML diz que há uma "unanimidade contra", que ajuda a explicar "a comunhão entre privatização e golpismo após a chegada de Lula-Dilma ao governo".
"A revelação de que sete em dez brasileiros condenam as privatizações representa um apoio popular indiscutível a ideia de um plebiscito revogatório para mandar para o lixo as medidas anti-povo e anti-nação do governo Temer-Meirelles", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. Lembrando que a venda de estatais é rejeitada mesmo pelos eleitores dos partidos que estão na base do Planalto, PML diz que há uma "unanimidade contra", que ajuda a explicar "a comunhão entre privatização e golpismo após a chegada de Lula-Dilma ao governo". (Foto: Paulo Moreira Leite)


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A revelação de que sete em cada dez eleitores condenam as privatizações é um dado essencial da conjuntura política. Mostra que o povo está muito mais atento aos assuntos políticos do que é costume reconhecer. 

Um placar de 70% representa um apoio indiscutíve a ideia de um plebiscito revogatório para mandar para o lixo as medidas anti-nação e anti-povo do governo Temer-Meirelles.

Apesar do pensamento único da grande mídia a favor das privatizações, que teve seu marco inicial num manifesto dos maiores empresários do país reunidos pelo jornal Gazeta Mercantil em 1978 -- há 40 anos, portanto -- a ideia não conseguiu convencer a maioria da população. A experiência prática também não.

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Grandes empresas estatais foram privatizadas de lá para cá, a começar pela Vale do Rio Doce, maior mineradora do mundo. Outras foram entregues ao mercado -- como a Embraer --, reservando-se ao Estado apenas a "golden share". A venda da Eletrobrás é vista como fato consumado. Apesar da cobertura desonesta e tendenciosa contra as empresas estatais, financiada por verbas milionárias de publicidade, a mensagem não convenceu. O caso da Petrobras sintomático. Nem mesmo a Lava Jato, utilizada como peça ideológica contra a maior de nossas estatais, conseguiu atingir o efeito desejado. 

Pelo contrário: o saldo do debate pode ser descrito como uma típica unanimidade contra. As privatizações são condenadas mesmo em setores onde seria natural imaginar que tivessem apoio significativo.

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Entre os eleitores de Geraldo Alckmin, do PSDB, ponta de lança do desmanche do Estado desde os tempos de Fernando Henrique, nada menos que 55% condenam as privatizações. Entre quem pretende votar em Jair Bolsonaro -- que apoiou a entrega do Pré-Sal pelo governo Temer -- a rejeição é um pouco maior: 58%. Entre os eleitores do MDB, partido de Temer, é de 75%. Na região Sudeste, que sociólogos amigos da FIESP gostam de apontar como ambiente favorável aos encantos da chamada "livre iniciativa", que remeteria a um certo "espírito bandeirante" dos colonizadores paulistas, a marca é só um pouco abaixo da média nacional: 67% são contra as privatizações.

Na prática, apenas no lado superior da fronteira que separa ricos de pobres, na faixa da minoria que embolsa dez salários mínimos ou mais por mês a ideia tem algum respaldo importante: 55%.Claramente: estamos falando de ricos e pobres; ou de classes sociais.

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A partir dessas constatações há um aspecto político a considerar. Basta lembrar que a continuidade da privatização de empresas do Estado, sem qualquer critério, à passo acelerado, constitui a prioridade absoluta da coalizão golpista que assumiu o Planalto em abril de 2016 para entender a contradição fundamental entre a vontade da maioria dos brasileiros e o governo Temer-Meirelles. É impossível imaginar que um programa com tamanha rejeição possa ter apoio nas urnas. Este é o dado explica a comunhão, frequente após a chegada dos governos Lula-Dilma ao Planalto, entre privatização e golpismo.

Na campanha de 2006, Lula recuperou a iniciativa contra Alckmin depois de lembrar a prioridade privatizante do PSDB e seus aliados. Esta consciência dos conservadores, de quem sabe que está condenado a ser minoria, explica o esforço, vergonhoso e sem nenhum tipo de escrúpulo, para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva possa disputar a eleição em 2018. Não há prova contra Lula -- apenas o medo de seus adversários, num comportamento que mostra a falta de convicção na possibilidade de uma vitória limpa, nas urnas, na qual cada concorrente tem o direito de defender seu projeto -- e permitir que mais de 100 milhões de brasileiros façam sua escolha. Este é o ponto principal. Quando 70% da população de um país tem uma opinião firme sobre determinado assunto, basta recordar que a democracia é a oportunidade para um encontro do povo com sua consciência para entender o que está em jogo em 2018. Alguma dúvida?

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