Reinaldo Azevedo não representa nada com coisa nenhuma
Ele ressoa seus preconceitos, intolerâncias e sandices em um círculo vicioso frequentado por pessoas que acreditam ou compactuam com suas formulações esquizofrênicas
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O Brasil 247 alardeou recentemente em forma de manchete a contratação pela Folha do blogueiro de extrema direita da Veja — a Última Flor do Fáscio e associada à quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira —, o jornalista Reinaldo Azevedo, que não representa nada com coisa nenhuma. Apenas sua figura é superdimensionada por quem quer vendê-lo.
Entretanto, a verdade é que considero o que o Azevedo fala e pensa ou deixa de falar ou pensar é irrelevante ao Brasil, à grande maioria dos cidadãos brasileiros e até mesmo ao jornalismo, como fonte de informação quando de fato as notícias ou opiniões são fidedignas e intelectualmente honestas.
Reinaldo Azevedo é o ventríloquo de si mesmo. Ele ressoa seus preconceitos, intolerâncias e sandices em um círculo vicioso frequentado por pessoas que acreditam ou compactuam com suas formulações esquizofrênicas, que têm por finalidade combater "tudo o que está aí", ou seja, os movimentos sociais, as conquistas do povo brasileiro nos últimos 11 anos, o PT e os governos trabalhistas dos presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Para o direitista, o mundo ideal teria de se adequar às ideias segundo os preceitos conservadores e os devaneios ideológicos dos "especialistas" de prateleiras do Instituto Millenium e da Globo News, os capitães do mato que defendem os interesses da Casa Grande, cujos moradores, por intermédio de seus DNA, têm saudade imensa dos tempos de escravidão de seres humanos.
É dessa forma que funciona a cabeça de direita de Reinaldo Azevedo. E a imprensa de negócios privados enche sua bola quando, na verdade, tal pessoa não passa de um ser medíocre, intelectualmente sofrível, que despreza segmentos importantes da sociedade, pois seguramente pensa que é superior à "plebe", conforme demonstram, indelevelmente, suas palavras e preconceitos políticos e de classe.
Acho que é isso: o blogueiro da Veja (a revista do bicheiro), contratado pela Folha de S. Paulo, aquele jornal que nos tempos da ditadura emprestava seus carros para os torturadores, considera-se superior à grande maioria das pessoas que compõem a humanidade.
Por isso, ele se junta aos seus patrões magnatas e bilionários para repercutir o pensamento insano daqueles que desejam e lutam por uma sociedade injusta, sectária, privada e voltada para atender os privilégios das classes ricas e abastadas e que odeiam ver pobre em restaurante, shopping, aeroporto e a dirigir automóveis. Afinal, na cabeça doentia dos direitistas o mundo foi feito para os coxinhas. Não existe nem uma lei a respeito disso, mas é dessa maneira que os "doentes" pensam.
Reinaldo Azevedo apenas se comporta como o reflexo da imagem no espelho dos que controlam os meios de produção, no caso dele os megaempresários do sistema midiático corporativo e de passado e presente golpistas — a rememorar 1964. O jornalista é um dos áulicos do comportamento desleal e perverso da imprensa de mercado em relação às mudanças sociais e econômicas acontecidas no Brasil e à luta pela emancipação do povo brasileiro.
É para isso e por causa disso que ele é pago. Porque é exatamente dessa forma que se conduz, sistematicamente e ferozmente, o senhor jornalista de extrema direita da Veja e agora da Folha. Só que ele não representa nada em âmbito universal quando pensamos na sociedade brasileira em conjunto.
Realmente, ele não representa nada, e por isso deveria se recolher à sua insignificância como agente social, pois seu ambiente, mesmo agora na Folha, não muda e se modifica, porque seu público é cativo, extremado à direita, conforme comprovam as milhares de mensagens que o blogueiro conservador recebe.
O público do Reinaldo Azevedo vai migrar para a Folha, porque quem consome jornalismo de péssima qualidade editorial é a parcela mais à direita das classes médias — a tradicional e a alta. Além do mais, quem lê a Veja, a revista porcaria, lê também a Folha, o jornal dos coxinhas pseudos intelectuais, leitores de Elio Gaspari e Clóvis Rossi e que acreditam em Papai Noel e Mula Sem Cabeça, se assim for necessário para enganar a si próprios e não reconhecer os avanços sociais verificados, inapelavelmente, pelo IBGE.
Não existe dúvida sobre essa realidade. O barão de imprensa, Otávio Frias Filhos, vai perceber esse fato, se já não o percebeu e não se importa, pois o que está em jogo é entoar ao máximo a voz de gente com o perfil político e ideológico de Reinaldo Azevedo. O blogueiro que se acha maior do que realmente ele o é, pois muito vaidoso, e, consequentemente, não o suficiente sábio para saber de suas ridicularidades, porque suas diatribes o impedem de ser sensato para ser justo.
Faço essas assertivas porque sei que Reinaldo Azevedo tem um público restrito, apesar de individualmente ser um blogueiro bastante lido. Contudo, seus leitores são os mesmos e passarão a lê-lo na Folha impressa, online e na UOL. Se seus patrões magnatas e bilionários pensam que Reinaldo Azevedo vai ter influência política no que é relativo às eleições de 2014, podem tirar o cavalinho da chuva, porque essa "estratégia" não vai ser concretizada.
E sabe por quê? Porque a direita não tem nada para oferecer ao povo e nem para os coxinhas de classe média que leem seus péssimos pasquins ou vota nela. O motivo desse fato e realidade é que a direita não distribui renda e riqueza; não se preocupa com o ser humano e, sim, com os números e índices; e, a resumir a grosso modo, não tem preocupação social. Por isso e por causa disso é que a direita não ganha eleição, mesmo a ter um canhão em forma de mídia.
Então, vamos à pergunta que teima em não se calar: "Como a direita faz para vencer pleitos eleitorais ou atrair pessoas para apoiá-la?" Respondo: "Dissimula, tergiversa, manipula, confunde e mente, por intermédio da imprensa de negócios privados. E para concretizar seus sonhos políticos, que, evidentemente, vão lhes trazer muitos lucros e dividendos, os magnatas bilionários de direita contratam pessoas do nível de Reinaldo Azevedo e companhia. Mas põe companhia nisso. Reinaldo não é neocon, pois velhocon. É isso aí.
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