Regimes de exceção não toleram líderes populares

Colunista do 247 Emir Sader critica as perseguições a líderes populares da América Latina como Lula, Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner, como forma de tentar excluí-los da disputa democrática pelas eleições, pela via judicial e pela destruição de suas imagens pela mídia; "A esquerda, o movimento popular, todos os que defendem a democracia nos nossos países, tem que se empenhar a fundo na resistência contra os regimes de exceção, na denuncia do seu caráter antidemocrático, no seu objetivo de restauração neoliberal. Desse enfrentamento depende o futuro do continente por muito tempo", diz Emir 

Colunista do 247 Emir Sader critica as perseguições a líderes populares da América Latina como Lula, Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner, como forma de tentar excluí-los da disputa democrática pelas eleições, pela via judicial e pela destruição de suas imagens pela mídia; "A esquerda, o movimento popular, todos os que defendem a democracia nos nossos países, tem que se empenhar a fundo na resistência contra os regimes de exceção, na denuncia do seu caráter antidemocrático, no seu objetivo de restauração neoliberal. Desse enfrentamento depende o futuro do continente por muito tempo", diz Emir 
Colunista do 247 Emir Sader critica as perseguições a líderes populares da América Latina como Lula, Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner, como forma de tentar excluí-los da disputa democrática pelas eleições, pela via judicial e pela destruição de suas imagens pela mídia; "A esquerda, o movimento popular, todos os que defendem a democracia nos nossos países, tem que se empenhar a fundo na resistência contra os regimes de exceção, na denuncia do seu caráter antidemocrático, no seu objetivo de restauração neoliberal. Desse enfrentamento depende o futuro do continente por muito tempo", diz Emir  (Foto: Emir Sader)


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Os regimes de exceção são o tipo de sistema politico que corresponde aos governos de restauração neoliberal. Na Argentina, no Brasil, no Equador, se revelam como o modelo politico compatível com governos que reagem contra os governos populares, antineoliberais.

São sistemas políticos baseados na judicialização da política, como forma de criminalizar os lideres populares, assim como os movimentos sociais e as formas alternativas de meios de comunicação. Uma aliança entre os meios de comunicação monopolistas, os partidos de direita, setores do Judiciário e da polícia, são o bloco politico que implementa os regimes de exceção, instrumentos da restauração do neoliberalismo

Um traço típico desses regimes de exceção é a perseguição aos líderes populares, pelo que representam de defesa dos programas antineoliberais, de extensão dos direitos sociais e políticos a todos, de soberania nacional, de crescimento econômico e der extensão do mercado interno de consumo de massas.

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Típicos da conjuntura política atual são as tentativas de excluir a possibilidade de que os lideres mais populares que esses países tiveram neste século, possam voltar a se candidatar a ser presidentes de novo. O que aconteceu agora no Equador é mais uma expressão de que regimes que aderem a projetos antipopulares e antidemocráticos, tem com obsessão excluir a possibilidade de se enfrentarem a candidaturas exatamente as politicas que eles tratam de desfazer.

O que confirma que o governo de Moreno traiu o mandato que ele recebeu nas urnas e' que nada do que ele faz – inclusive o referendo – estava no seu programa. Ele coloca a responsabilidade da situação econômica do pais nos supostos gastos excessivos do governo de Rafael Correa, da mesma forma que diz a direita equatoriana. E como fazem as direitas da Argentina e do Brasil.

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Para defender esse tipo deposição, Moreno não pode se enfrentar a Correa, que representa o oposto do que Moreno diz e faz. Então ele tem como objetivo central a exclusão de Correa como possível candidato que proponha a retomada do programa que teve mais sucesso na historia do Equador.

Assim como a direita boliviana se dedica prioritariamente em tentar impedir que Evo Morales possa ser de novo candidato a presidente. Sabem que não podem enfrenta-lo em campanha democrática, por isso gostariam de exclui-lo da campanha. Ao mesmo tempo que desenvolve a campanha midiática – na mídia tradicional e na internet – mais suja que a Bolívia conheceu, similar à que fez na campanha do referendo, com a absurda invenção de uma suposta amante e de um filho clandestino de Evo.

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A direita boliviana trata de rebelar a setores de classe media que se sentem incomodados pela afirmação dos direitos da massa indígena do povo, por isso desenvolvem campanhas racistas, de discriminação, com mentiras e falsas acusações. Sabem que é a única maneira de conquistar apoios para disputar com Evo Morales, responsável pelo governo que transformou a Bolívia da maneira mais extraordinária.

Da mesma forma na Argentina se busca criminalizar a Cristina Kirchner, para tentar excluí-la, via judicialização da política, da possibilidade de que ela volte a disputar a presidência do pais e volte a exercer plenamente sua liderança popular, sem as absurdas acusações com que tentam manchar seu prestigio e seu apoio popular. Conforme o governo Macri vai perdendo apoio, como resultado sobretudo dos efeitos socialmente nefastos da sua política econômica neoliberal, amplamente favorável ao capital financeiro, ele precisa intensificar os ataques a Cristina, para tentar impedir que se imponha a comparação entre o governo antineoliberal dela e o governo neoliberal do Macri.

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Enquanto aqui o Lula é vitima da mais monstruosa campanha de perseguição politica, paralela ao apoio expresso em todas as pesquisas, fazendo com que ele seja o único líder brasileiro em condições de pacificar o pais, retomando um projeto que fez a economia crescer com distribuição de renda, como nunca antes o Brasil tinha conhecido. Se sucedem os processos contra o Lula, ao mesmo tempo em que explodem os escândalos contra os próprios juízes que o acusam, de utilizar auxílios-moradia como forma vergonhosa de superar o teto dos salários que podem receber legalmente.

Se somam as perseguições a Lula, a Evo Morales, a Rafael Correa, a Cristina Kirchner, como forma de tentar excluí-los, via judicial e tentativas de destruição da imagem publica desses lideres nos meios de comunicação, da disputa democrática pelas eleições. É um outro traço dos regimes de exceção, que se instalaram na Argentina e no Brasil e que agora surge no Equador e que é o objetivo da direita na Bolívia.

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A esquerda, o movimento popular, todos os que defendem a democracia nos nossos países, tem que se empenhar a fundo na resistência contra os regimes de exceção, na denuncia do seu caráter antidemocrático, no seu objetivo de restauração neoliberal. Desse enfrentamento depende o futuro do continente por muito tempo.

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