Reforma da Previdência Rural, obra da elite e de seus paus mandados
O que se quer fazer com a vida da grande massa de trabalhadores do campo beira a imoralidade. Estamos falando de uma camada das mais pobres da população brasileira, que trabalha de sol a sol para sobreviver, sobretudo num momento de seca como o que hoje atravessamos
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Dentre todos os impropérios que o governo sem voto de Michel Temer ousou praticar para o seu arremedo de Reforma da Previdência, talvez nada ultrapasse, em crueldade e torpeza, ao que se trama contra o trabalhador rural. É uma daquelas vilanias que a gente fica em dúvida se realmente foi proposta ou se não passou de uma brincadeira de mau gosto. Mas logo essa dúvida se dissipa. É só ver de onde partiu para se detectar, lá na origem de tanto descalabro, o grupo elitista, insensível e solerte que, literalmente de assalto, usurpou o poder através de golpe jurídico e parlamentar.
As mudanças tramadas nos confins desse governo ilegítimo são assustadoras. O que se quer fazer com a vida da grande massa de trabalhadores do campo beira a imoralidade. Estamos falando de uma camada das mais pobres da população brasileira, que trabalha de sol a sol para sobreviver, sobretudo num momento de seca como o que hoje atravessamos. É coisa de quem bancou esse governo e tem horror a pobre e, mais ainda, a pobre trabalhador.
O que existe hoje, com a legislação atual, para os mais de 9 milhões de brasileiros que recebem aposentadoria rural? O pequeno produtor rural recolhe impostos no momento da comercialização. Ele precisa apenas comprovar 15 anos de trabalho no campo e contribuir com 2% de sua produção agrícola. E obedece à regra vigente de poder se aposentar com 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. É o máximo que pode suportar uma faixa da população que trabalha duro e que trabalha honestamente. E que só é lembrada na hora do voto pelos que estão hoje arrotando regras tão desumanas.
Temer e seus patrocinadores querem mudar a regra e fazer com que os agricultores paguem por 25 anos um boleto mensal de 5% do salário mínimo. Isto daria, hoje, cerca de 50 reais por pessoa. A realidade do pequeno agricultor não bate com um aumento de encargos dessa natureza. Se eles não sabem de quem estamos falando – e o pior é que eles sabem, e sabem muito bem – nós estamos aqui para clarear essa amnésia seletiva e elitista que acomete quem não tem compromisso com o País e com o seu povo.
Não estamos falando de banqueiros que acusam lucros de bilhões de reais por ano. Não estamos nos referindo aos empresários da Fiesp que estão por trás de outras propostas imorais, como a reforma trabalhista, que rasga a CLT e remonta quase que ao trabalho escravo. Não falamos dos donos de planos de saúde que hoje controlam o Ministério da Saúde. Muito menos dos barões do ensino privado, que hoje dão as cartas no Ministério da Educação. Falamos de gente pobre, de trabalhadores.
Todo esse elenco de ideias e propostas criminosas contra os brasileiros parte de um grupo comandado por esses banqueiros e empresários através de seu títere maior. Estamos falando, agora, de um presidente que mentiu, e mente, ao dizer que governa para os brasileiros. Que traiu para poder governar. E que se aposentou aos 55 anos, o que o descredencia totalmente a querer mexer na aposentadoria dos outros e a apresentar uma proposta segundo a qual os brasileiros devem trabalhar até morrer.
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