Rede Social não garante voto, mas sem ela já não dá pra ganhar eleição
É cedo ainda para saber até que ponto o uso das redes sociais pode definir quem vence ou perde uma eleição. Há, obviamente, fatores outros a serem considerados nessa equação. Mas não há dúvida de que, para aspirar uma vitória em 2018, nenhum candidato ou candidata pode prescindir da ação de um exército de guerreiros e guerreiras virtuais atuando na internet
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Uma bolinha de papel, quem diria, foi o que marcou os novos tempos virtuais das modernas campanhas eleitorais. O ano era o de 2010. Sem votos pra ganhar da candidata Dilma Roussef nas urnas, a campanha do tucano José Serra, inventou a “bala de prata” que, em tese, mudaria o rumo da votação: o candidato teria sido atingido, na cabeça, por um “objeto contundente” que, segundo a grande mídia nacional era, pra variar, por convicção, uma pedra.
Graças à existência das redes sociais, a grande fraude eleitoral da pedra pontuda durou pouco. O que era pra ser o tiro de canhão da virada eleitoral tornou-se, em pouco tempo, grande piada nacional. Na verdade, quem primeiro desmantelou a farsa foi o jornalismo do SBT, que mostrou na TV um dos seguranças do Serra atirando a tal bolinha de papel na careca do candidato. Mas foi a tag #PorraSerra quem deu conta de virar o jogo.
Foi, portanto, na internet que, enquanto Globo e SBT disputavam a narrativa do ataque ao tucano, que a máscara caiu primeiro. Isso graças a um combativo editor de vídeo que, mostrando as imagens quadro-a-quadro, alimentou a luta nas redes sociais. Aquele foi, também, o momento decisivo em qua a militância petista acordou para a importância do uso das redes sociais para a ação política. Até então, a internet era usada principalmente como ponto de encontro entre amigos e amigas, e muito raramente como instrumento de militância.
Surpresa e desprevenida, a militância petista descobriu que, já há algum tempo, o PSDB de Serra vinha contratando profissionais para atuar regularmente em defesa de seu candidato nas mídias sociais. Os ataques virtuais à Dilma, que antes ninguém sabia de onde vinha, estavam agora explicados. Rapidamente, sem nenhum apoio oficial de um partido que, também, estava ainda por abrir-se para os novos tempos, a militância assumiu o papel de vanguarda e foi pras redes.
Voltou-se, então, ao embrião da “Rede Liberdade,” criada pelos atores Bemvindo Sequeira e José de Abreu, na campanha anterior de Lula, tão importante na defesa do candidato que mereceu de dona Marisa Letícia, grande militante, porém pouco afeita a manifestações públicas, a se manifestar, via vídeo, nas redes sociais, agradecendo o papel fundamental dos guerreiros e guerreiras virtuais que, 24 horas por dia, tomaram para si a tarefa voluntária de fazer da Rede Liberdade instrumento voluntário de campanha do Lula e do PT.
Agora, em tempos mais recentes, a disputa política se dá intensamente na internet. Hoje, mesmo um ano antes da eleição de 2018, as candidaturas estão postas no campo virtual. Difundem-se, a toda hora, verdades e mentiras. Inundam-se os espaços virtuais com as chamadas “Fake News.” Mas é também nas mesmas redes que a sociedade tem a oportunidade de conhecer e se informar sobre fatos fundamentais ignorados pela grande mídia: os depoimentos de Tacla Duran desmascarando a Lava Jato, as multidões seguindo Lula em suas caravanas pelo Brasil só aparecem nas redes sociais.
É cedo ainda para saber até que ponto o uso das redes sociais pode definir quem vence ou perde uma eleição. Há, obviamente, fatores outros a serem considerados nessa equação. Mas não há dúvida de que, para aspirar uma vitória em 2018, nenhum candidato ou candidata pode prescindir da ação de um exército de guerreiros e guerreiras virtuais atuando na internet. Para isso, faz-se fundamental a montagem, desde agora, de uma equipe voltada exclusivamente para o desenvolvimento das campanhas eleitorais nas redes sociais.
É chegada a hora, pois, de se debruçar não somente sobre os aspectos técnicos do Facebook, do Whatssap, do Instagram, do Twitter, do Telegram, do You Tube e dos demais instrumentos de comunicação virtual. É preciso debruçar-se, por assim dizer, sobre a “psiqué” dessa imensa massa de eleitores e eleitoras que formarão opinião e definirão seus votos a partir das redes sociais. É fundamental, portanto, não esperar pela sorte de uma fraude mal engendrada como no caso de Serra com sua bolinha de papel. É chegada a hora do preparo incessante de uma equipe capaz de motivar e engajar competentes guerrilheiros e guerrilheiras virtuais.
A grande batalha eleitoral de 2018 já começou. Não há mais tempo a esperar, não se pode aguardar passivamente os meses formais da campanha para ocupar um espaço que, desde já, encontra-se totalmente inundado por propagandas diárias. Equipemos, pois, nossa militância para uma vitoriosa disputa nas redes.
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