Reale Júnior, paraninfo do golpe, agora critica Bolsonaro no poder - Janaína Paschoal
"A verdade é que Reale Júnior, o catedrático e paraninfo do golpe vergonhoso que envenenou a democracia brasileira e contaminou o Estado Democrático de Direito, não está arrependido, mas sente vergonha", diz o autor
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Certamente, depois de ter visto pela televisão ou pelas redes sociais as boçalidades e fanfarronices do fascista Jair Bolsonaro dignas de bufões e rufiões, o jurista tucano, Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment injusto e surreal contra Dilma Rousseff ficou estupefato, quiçá “arrependido”, por ter sido um dos arautos escalados para efetivar, juridicamente, o golpe contra a primeira mulher presidente da história do Brasil, de esquerda, e que jamais incorreu em ilegalidades e malfeitos.
A verdade é que Reale Júnior, o catedrático e paraninfo do golpe vergonhoso que envenenou a democracia brasileira e contaminou o Estado Democrático de Direito, não está arrependido, mas sente vergonha e, com efeito, sente-se insultado por ver um ogro desprovido de compostura, educação e sensatez, já que presidente da República, que deveria ter o mínimo de civilidade e compreensão, primeiro como cidadão e depois tentar dar o exemplo como o principal mandatário do País.
Entretanto, Reale Júnior, um dos convivas perenes dos salões dos quatrocentões da casa grande de São Paulo, além de ter sido ministro da Justiça do Governo neoliberal e entreguista de Fernando Henrique Cardoso, participou com pompa e circunstância da maior farsa política e jurídica da história do Brasil e, consequentemente, juntamente com a lunática Janaína Paschoal, deu início oficialmente à deposição da presidente reeleita, legítima e constitucional, Dilma Rousseff.
Reale Júnior teve como parceira de golpe de estado, Janaína Paschoal, uma advogada até então obscura e ligada à direita brasileira, neste caso a serviço do PSDB, recebeu dos tucanos módicos R$ 45 mil reais para elaborar parecer do impeachment, ou seja, o PSDB e suas principais lideranças são golpistas, porque, além de não terem aceitado o resultado das urnas por intermédio do playboy irresponsável Aécio Neves, ainda tiveram a desfaçatez e a sordidez de apoiarem as pautas bombas oriundas do Congresso, a ter o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o Centrão como os algozes da democracia e do equilíbrio entre os Poderes da República.
Janaína mentiu na época quanto aos 45 mil dinheiros que recebeu para derrubar uma presidente inocente, que não cometeu crime de responsabilidade, pois afirmava na época que o parecer de sua autoria pró-impeachment era uma reivindicação de “cidadãos indignados”, talvez aquelas pessoas de “bem”, vestidas como se fossem periquitos ou papagaios, que seguiam um pato amarelo da Fiesp e do CNI.
O pato com cara de imbecil, da federação empresarial de tradição golpista, sendo que hoje seus associados estão a enfrentar uma profunda recessão, que até agora ainda não foi assumida por esses empresários estúpidos, que estão a conviver com imenso desemprego, o que significa que caiu em progressão geométrica o consumo, que gera emprego, renda e lucro aos empresários. São esses mentecaptos ideologicamente preconceituosos que se dizem capitalistas. Seria cômico se não fosse trágico e irremediavelmente lamentável.
E é assim que a banda toca nesses pagos tupiniquins, de forma que agora o jurista Miguel Reale Júnior, do alto de sua presunção e arrogância, como cidadão em defesa permanente da Pátria, da moral, da família e dos bons costumes lacerdistas/udenistas compreende que “entrei de gaiato no navio; entrei, entrei pelo cano”, como diz a música “Melô do Marinheiro”, da banda Paralamas.
A verdade é que o pedido de impeachment de autoria de tal jurista da alta burguesia paulista e paulistana elaborou uma peça jurídica mentirosa, injusta, parcial e passional. Ponto. Tratou-se de uma farsa para levar à deposição de uma mandatária legítima, que derrotou pela quarta vez os tucanos, que jamais poderiam imaginar que o Partido dos Trabalhadores, um partido reformista e não revolucionário exerceria o poder com dose cavalares de democracia e, consequentemente, com inclusão social jamais vista na história do Brasil, a não ser por intermédio de Getúlio Vargas, o estadista até hoje combatido ferreamente pela casa grande paulista e pelos burgueses de todos os estados brasileiros.
A verdade é que essa gente de direita, mas com verniz civilizatório, a exemplo de Miguel Reale Júnior, fica realmente impressionada com um bárbaro sem qualquer compostura, a exemplo de Jair Bolsonaro, um fascista de terceiro mundo, porém perigoso, audacioso e desprovido psicologicamente de quaisquer limites — literalmente. Por isto que o catedrático paraninfo de um golpe bananeiro ou cucaracha se sente mal e faz críticas. É demais para seus modos aristocráticos de ações golpistas. Não é para menos, cara pálidas!
E explico: os tucanos queriam derrubar o Partido dos Trabalhadores do poder, porque perceberam que, com a polarização entre os dois partidos, o destino do PSDB seria a derrota eleitoral e por este motivo apostaram em um golpe, ou seja, romperam com o acordo nacional de 1988 promulgado pela Constituição. E deu no que deu: o playboy irresponsável e golpista, Aécio Neves, que até hoje é “incompreensível” (Lava Jato/STF) por que ele não estar preso, deu o pontapé inicial para que se estabelecesse a patifaria, a cafajestada e a canalhice em todas suas formas e tamanhos.
Entretanto, Reale Júnior ao ver e compreender com razão que o Brasil está a se deparar com um presidente moralmente refratário às leis e às normas legais, ou seja, um mandatário completamente ignorante e amoral, sendo que muitas vezes se mostra imoral, como no caso de Marielle Franco, assim como quando esteve ontem em frente ao Palácio, a se confraternizar com seus seguidores em plena campanha de âmbito mundial de combate e prevenção contra a pandemia do coronavírus.
"Seria o caso de submetê-lo a uma junta médica para saber onde está o juízo dele. O Ministério Público pode requerer um exame de sanidade mental para o exercício da profissão. Bolsonaro também está sujeito a medidas administrativas e eventualmente criminais. Assumir o risco de expor pessoas a contágio é crime" — afirma, espantado, o jurista do golpe, Miguel Reale Júnior.
Nada como um dia após o outro, diz o ditado popular, sendo que o jurista tucano, apesar de ser politicamente conservador, percebe que ter de aturar e conviver com o fascista desmiolado e incontrolável é impossível, porque se trata de um sujeito que está em conflito permanente com a sociedade, a demonstrar total falta de juízo no sentido literal da palavra, como se o Brasil tivesse sob os ditames de um Nero dos trópicos.
Enquanto isso, sua parceira de golpe de estado acontecido em 2016, Janaína Paschoal, de gestos tresloucados e caras e bocas dignas de uma atriz canastrona, indaga sobre “como um homem possivelmente infectado vai para o meio da multidão?” Mas não é algo surreal? Ela ainda o acusa de cometer "crime contra a saúde pública", mas considera que "não há tempo para impeachment”.
Claro que não dá tempo para impeachment, porque o Congresso e o STF terão de antes ter de se deparar com os militares, que estão quietos e doidos por um golpe, pois não compreendem o Brasil mesmo a passarem toda a carreira a se transferirem para terem vantagens (legais) pecuniárias. Bolsonaro aparentemente tem o apoio dos militares e neles se fia, como se fosse um garoto folgado e provocador de escola, mas com marmanjos a ombreá-lo para encher de porrada o estudante que resolva enfrentá-lo. Este é o Bolsonaro, e assim são seus filhos...
Para Reale Júnior, um dos indutores do golpe de estado de 2016, a participação do presidente, que ele considera uma pessoa com o juízo a ser observado, disse ainda, do alto de sua pretensa sabedoria e conhecimento, menos quando fomentou um golpe de estado que está a destruir o País em todos os sentidos, setores e segmentos, que Bolsonaro quando pouco se lixou para o coronavírus feriu a Lei 13.979, que, de acordo com o sábio, foi sancionada pelo Executivo e regulamenta as ações para enfrentar o Covid-19 — coronavírus.
Deveria-se perguntar ao prestimoso e caudatário jurista, pois adepto e partidário de golpe de estado travestido de legal e legítimo o que ele acha de um dia afirmar que ele e todos os grupos e as forças que se aliaram para formar um consórcio de direita para derrubar uma presidente constitucional levou à loucura e a total desfaçatez e irresponsabilidade de elevar ao cargo mais importante da República um fascista perigoso como Jair Bolsonaro.
É esta postura e conduta que a direita brasileira, pelo menos a que se considera civilizada e frequenta os salões dos donos do dinheiro deveria ter — sinalizar. Abra seus braços, Miguel Reale Júnior, e toma que o filho é seu e de seus parceiros de golpe. Não é mesmo, Janaína? Civilizados são os que durante 13 anos respeitaram a democracia e o Estado de Direito, sempre sob os ditames das urnas soberanas e da Constituição, como ensinará a história. É isso aí.
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