Reação ao golpe cresce, surpreende golpistas e pode virar o jogo

Nas últimas 48 horas – pouco mais, pouco menos -, começou a se formar no país e no exterior um clima de inconformismo que está chegando ao paroxismo. Pessoas e entidades que resistiam a se manifestar contra o golpe paraguaio que tentam dar no país, finalmente caíram em si

Nas últimas 48 horas – pouco mais, pouco menos -, começou a se formar no país e no exterior um clima de inconformismo que está chegando ao paroxismo. Pessoas e entidades que resistiam a se manifestar contra o golpe paraguaio que tentam dar no país, finalmente caíram em si
Nas últimas 48 horas – pouco mais, pouco menos -, começou a se formar no país e no exterior um clima de inconformismo que está chegando ao paroxismo. Pessoas e entidades que resistiam a se manifestar contra o golpe paraguaio que tentam dar no país, finalmente caíram em si (Foto: Eduardo Guimarães)


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Nas últimas 48 horas – pouco mais, pouco menos -, começou a se formar no país e no exterior um clima de inconformismo que está chegando ao paroxismo. Pessoas e entidades que resistiam a se manifestar contra o golpe paraguaio que tentam dar no país, finalmente caíram em si.

Um bom exemplo disso é o PSOL. Apesar de a ex-candidata psolista a presidente Luciana Genro estar fazendo o jogo dos golpistas de um modo que sugere que tenha combinado alguma coisa com eles, ela se isolou no partido.

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Na foto abaixo, reprodução da primeira página da Folha de São Paulo de quinta-feira, 31 de março. Nela, aparece ninguém mais, ninguém menos do que o deputado federal pelo PSOL paulista Ivan Valente chegando às vias de fato na comissão do impeachment.

 

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O PSOL fechou questão contra o golpe e, segundo relata o mesmo jornal supracitado, o partido integrará oficialmente o ato contra o impeachment que ocorrerá nesta quinta-feira 31 em todo o Brasil e em quase duas dezenas de cidades mundo afora.

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Ao todo, mais de 60 entidades participam do evento organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A primeira reúne movimentos historicamente ligadas ao PT, como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes), enquanto a segunda é composta, entre outros, por MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Psol.

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Também nesta quinta-feira, intelectuais, artistas e cientistas entregaram a Dilma doze manifestos em favor da democracia e contra o golpe. O ato ocorreu no Palácio do Planalto.

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Entre as personalidades presentes, os atores Letícia Sabatela e Osmar Prado, o jornalista e escritor Fernando Moraes, o produtor de cinema Luís Carlos Barreto, a diretora Ana Muylaert, o escritor Raduan Nassar, o rapper Renegado, o escritor e ilustrador Ziraldo, o sociólogo Emir Sader e o historiador Luiz Felipe Alencastro.

Foram apresentados vídeos de personalidades que não puderam comparecer, como o neurocientista Miguel Nicolelis, a economistas Maria Conceição Tavares e o linguista e filósofo Noam Chomsky.

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Nos últimos dias, aliás, já vêm ocorrendo manifestações contra o golpe em cidades europeias como Lisboa e Paris.

Lisboa

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Paris

 

Tudo somado, começa a se tornar muito custoso para o Brasil consumar um golpe paraguaio de forma tão escrachada, com o processo sendo conduzido por um presidente da Câmara envolvido em corrupção até o pescoço, indiciado pelo Supremo, com a mulher e filha sendo investigadas por corrupção, atingido por provas materiais como extratos de contas secretas no exterior abastecidas por dinheiro sem origem comprovada e sem ter sido declaradas ao fisco brasileiro.

A falta de moral dos que pretendem derrubar Dilma acusando-a de “crime de responsabilidade”, porém, não é o único nem o principal fator a caracterizar esse processo como golpista.

O que é pior, como diz o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, é a falta de motivos concretos para derrubar a presidente da República. Apesar de os golpistas acusarem Dilma de ter cometido todos os crimes do Código Penal, o processo contra ela que tramita na Câmara se baseia nas tais “pedaladas”, ou seja, em uma manobra contábil largamente usada por todos os presidentes da República anteriores e pelos atuais e antigos prefeitos e governadores de todo país.

Apesar de haver quem queira fazer prevalecer a tese de que é possível penalizar só Dilma por prática contábil tão comum, as pessoas sérias e instruídas daqui e de toda parte não cairão nessa, como não estão caindo.

Assim, agora resta apenas conferir a reação dos democratas deste país nos protestos desta quinta-feira que se espalham pelo país e pelo mundo. A depender da intensidade desses atos públicos, sobretudo em São Paulo e Brasília, o preço a pagar por um golpe paraguaio pode ficar impagável para os golpistas de sempre.

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