Rato toma conta do queijo

Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) (Foto: Divulgação)


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Iiiiiiii, tá cheirando mal essa recomendação da Polícia Federal para que seja transferida do TSE para Abin a fiscalização das eleições, a totalização dos votos etc; por que ela vem à baila de novo, depois de o voto eletrônico impresso ter sido derrotado por ampla maioria no plenário da Câmara? A gente fica sabendo, agora, porque rolou aquele bafafá de Bolsonaro dizendo que se não fosse aprovado voto eletrônico impresso não haveria eleição em 2022; abriu-se confronto mortal entre o Planalto e o TSE, entre Bolsonaro e o ministro Luís Barroso.

GUERRA SE ARRASTA

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Já depois da vitória eleitoral de 2018, o presidente vinha tentando essa jogada; esse relatório encaminhado pela PF ao Senado no qual recomenda que a Abin tome conta do assunto, sob comando do general Heleno, deixa confusão no ar; fede borracha queimada; o Senado não gostou da recomendação; fica clara a contrariedade do senador Espiridião Amin(PP-SC) para quem não tem nada a ver a Abin entrar nesse tema, que cabe ao TSE, especialista em assuntos eleitorais, em sintonia com o Congresso; o caldeirão de óleo já vinha pegando fogo lá atrás, no meio dessa conversa; existia recomendação da PF favorável à auditagem dos votos por meio da impressão do registro eletrônico; ela, no relatório ao Senado, defendeu que a empresa que terceiriza, para o TSE, o controle das eleições, uma tal de Módulo, seja dispensada, para que a responsabilidade seja transferida ao órgão de espionagem governamental comandada pelo general Heleno; ficou no ar evidência de que a PF quer despachar a Módulo, interferindo, consequentemente, nos assuntos da justiça eleitoral;  o recomendável, o correto, seria a transferência da responsabilidade para um órgão que não tem nada a ver com controle do processo eleitoral, como é o caso da Abin, afastando o TSE dessa jogada? 

RECOMEÇA CONFUSÃO INDIGESTA À DEMOCRACIA

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Não é, portanto, descartada possibilidade de que Bolsonaro fez aquelas ameaças de melar a eleição, se não houvesse voto impresso, porque duvida de manipulação por meio de empresa privada contratada pelo TSE; o fato é que as pressões de Bolsonaro, que quase criaram impasse institucional, podem emergir de novo; o general Braga, da Defesa, chegou ameaçar o Congresso que sem o voto impresso não haveria eleição, em 2022; reforçou ameaça do presidente, até que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-AL), pressionado pelo Planalto, botou em votação o assunto, derrotado pela maioria do plenário; fica no ar: estaria ou não encerrada a pendenga do voto eletrônico impresso, depois do veredito da Casa da Democracia, como gostaria Lira? Ou ficou rabo prá trás? 

ASSUNTO MORTO OU VIVO?

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Vai-se vendo que o tema voto eletrônico impresso parece cadáver insepulto; por essa matéria divulgada pela Folha de São Paulo-UOL, fica evidente que o defunto mexe vivo no caixão, não estando, inteiramente, enterrado; é o que mostra a recomendação da PF, em relatório ao Senado, para que a Módulo seja destituída como prestadora de serviços ao TSE, dando lugar à Abin, o FBI brasileiro, que coordena espionagem oficial; nem o TSE nem o Senado engolem essa; o vazamento dessa informação deixa no ar argumentos que poderão servir ao presidente, favorável ao voto impresso, para questionar o voto eletrônico mais uma vez, considerando-o vulnerável à fraude eleitoral. A Abin seria confiável ao TSE e aos parlamentares que votaram contra o voto impresso? O certo é que se a Abin tomar conta desse negócio, quem vai coordenar a apuração dos votos, classificá-los, totalizá-los e divulgá-los será o general Heleno, homem de absoluta confiança de Bolsonaro. Rato tomando conta do queijo.

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