Raphinha: um vassalo na corte do rei Neymar

Se o Brasil vai ou não conquistar o título dessa copa, não podemos prever. O certo é que se isso acontecer, não será por causa da presença de Neymar em campo.

Raphinha (à esq.) e Neymar
Raphinha (à esq.) e Neymar (Foto: Reprodução/Instagram)


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Após a boa estreia da seleção brasileira na copa do Catar, com destaque para os dois gols do atacante Richarlysson, o segundo deles, um golaço de voleio digno dos gols mais bonitos da história da competição, uma meia polêmica levantada pelo atacante Raphinha em suas redes sociais desviou os holofotes do grande herói do jogo, para a eterna promessa de herói do futebol brasileiro. Neymar. Eu sempre defendi o futebol do “menino Ney”, porque, evidentemente, ele é um grande jogador de futebol. Não ao ponto de fazer a seleção brasileira ganhar uma copa do mundo sob a sua batuta, como fez Pelé, Romário e Ronaldo, mas com capacidade para ser uma peça importante dentro da engrenagem tática do Brasil nas copas que disputou.

Apesar de sua enorme capacidade técnica, Neymar não conseguiu amadurecer, nem o seu futebol, nem a sua personalidade. Em campo, apesar da grande habilidade, continua prendendo a bola em demasia e facilitando entradas mais duras dos adversários. Numa dessas, levou a pancada no tornozelo que o deixa fora da primeira fase da copa, e que pode deixa-lo fora da competição. Fora das quatro linhas, continua tendo o comportamento de um garoto mimado que acha que todos devem satisfazer aos seus caprichos e bater palmas para o seu comportamento fútil, egocêntrico e alienado. O que o transforma no “Neymala” e no “Neymarketing”, um craque pouco amado pela maioria dos torcedores do seu país, que não têm mais paciência e nem a obrigação de aturarem a sua infantilidade em fase adulta.

Aliás, a infantilização de Neymar conta com a validação de boa parte da imprensa esportiva brasileira, que insiste em trata-lo como um menino aos 30 anos de idade. Um recorte do machismo e do capitalismo nossos de cada dia, que exclui de homens ricos e imaturos a responsabilidade por seus atos, infantilizando-os ou abordando de forma lúdica os seus desvios de caráter. Chato, mimado e limitado intelectualmente, sua figura de atleta de futebol profissional se resumirá a de “um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones”. Não era belo, mas mesmo assim, havia mil garotas a fim do seu dinheiro e outros mil parças bajuladores e oportunistas para lhe incensar e desfrutar das benesses advindas da amizade com um pobre menino rico.

O atacante Raphinha do Barcelona é o seu “parça” da vez.  Indignado com as críticas sofridas pelo reizinho da seleção brasileira, o camisa 11 da seleção de Tite também decidiu entrar na barreira que blinda e protege a meta do atacante do Paris Saint Germain. Mesmo sem ainda ter toda essa bagagem no futebol, e, muito menos ainda pela seleção do Brasil, ele compartilhou uma postagem que dizia que “o maior erro de Neymar foi ter nascido brasileiro” e que “esse país não merece o seu talento e o seu futebol”. Parafraseando Romário, o craque com fama de marrento, mas que foi muito mais importante do que Neymar para a seleção brasileira, Raphinha entrou agora no ônibus e já quer ser atirado pela janela do coletivo, ao querer compra r uma briga com o povo brasileiro para defender o seu companheiro de equipe.

Feito um vassalo, ou seria um bobo da corte, Raphinha desconhece ou ignora o fato de que Neymar, apesar da inegável qualidade técnica já citada, nunca conseguiu ser um ídolo, de fato, para o futebol brasileiro. E, talvez, nunca consiga. Muito pela sua postura blasé, debochada e até arrogante em alguns momentos. Como quando declarou que homenagearia Jair Bolsonaro, um presidente rejeitado pela maioria do povo brasileiro por representar o que de pior a política desse país já produziu, se fizesse um gol na copa. Um posicionamento de quem não faz por merecer respeito, por mais que tenha talento e bom futebol, uma vez que apoia um político racista, machista, homofóbico e que se uniu ao vírus da covid para produzir milhares de mortes de cidadãos brasileiros. O maior erro do povo brasileiro, foi ter acreditado um dia que Neymar pudesse ser um grande ídolo do seu futebol pentacampeão mundial.

Esse país merecia um ídolo mais engajado e com mais empatia pelos seus concidadãos, sobretudo, quando a sua democracia esteve ameaçada pelo governo de um fascista apologista da tortura e adorador da morte. Um país que já teve tantos outros craques de futebol, que, mesmo quando questionados, não tentaram se colocar acima do povo brasileiro e nem precisaram ter a sua imaturidade blindada por seus companheiros. Raphinha ousou chamar para si a responsabilidade de uma possível eliminação do Brasil na copa, acreditando ter estofo o suficiente para amortecer as críticas que receberá, principalmente, se continuar perdendo os gols que perdeu contra a Sérvia. O mesmo post compartilhado por Raphinha exalta a devoção que argentinos e portugueses têm por Messi e Cristiano Ronaldo, res pectivamente.

Pode ser pelo fato de esses dois jogadores, ao contrário de Neymar, sempre terem tido ao longo de suas carreiras, uma postura social mais condizente com a representatividade que atingiram e um comportamento menos frívolo diante da realidade ao seu entorno. Agora machucado, correndo risco de ficar de fora da copa do mundo e de ver o atacante Richarlysson ocupando o posto de ídolo da torcida brasileira, Neymar deve resumir a sua presença no Catar a chamar a atenção para a sua tristeza e dor de não estar podendo fazer o que mais gosta, que é jogar futebol e dar alegria a si mesmo tendo o resto do time jogando em função de sua eminência futebolística. A foto em que ele é abraçado por Richarlysson e não retribui o abraço, logo após o atacante do Tottenham ter feito um d os gols da seleção contra os sérvios, é uma prova de que ele se julga digno de todas as reverências, mesmo quando não é o destaque do jogo.

Se o Brasil vai ou não conquistar o título dessa copa, não podemos prever. O certo é que se isso acontecer, não será por causa da presença de Neymar em campo. A expectativa é saber como menino mimado Ney lidará com o fato de não ter sido o dono da bola. Um brinquedo que ele pode até compartilhar em campo com os companheiros, mas que sempre quer levar para casa ao término do jogo. Mesmo que ela não seja sua.

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