Rapapés e salamaleques
A tão esperada reforma política,sairá pelo menos da cabeça de seus idealizadores e irá de fato para o papel? O que esperar do Brasil no futuro?
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Acho tão bonito quando vejo um pré-candidato a qualquer coisa falando que “precisamos fazer isso, construir aquilo, e desenvolver aquilo outro”. O mais engraçado nesses discursos bem declinados na retórica catedrática de um monge, é que quase nunca, com efeito, são executados.
A rigor, em busca de atingir os menos letrados, tem até quem chore em funeral, cante em coral, reze em missa e jogue bola em torneios animados nos fins de semana nas periferias. No ano eleitoral se vê de tudo, de velhas raposas travestidas de carneirinho a espreita do velho bote, aos jovens idealistas que buscaram nos pais ou avós a verve política.
Para conquistar os mais acautelados vale de tudo, de um simples aperto de mão, ao tradicional e aguerrido tapinha nas costas. Ah! ia esquecendo, tem também um tal de beija -mão e uns rapapés e salamaleques pra lá de esquisitos, típicos dessas épocas.
“Meu povo... eu vos digo que se for eleito, farei o possível e o impossível para agradar a todos. Assim como o Cristo não agradou, vejo como ele, os grandes obstáculos que ainda terei pela frente. Mas com o seu voto, simplesmente coma sua ajuda, subirei nos degraus mais altos para lhes representar”; diriam os sábios donos das retóricas clichês.
Não é mais isso que o povo quer hoje meus amigos. Poucos são aqueles que realmente apresentam um plano de governo inédito e mais ainda, com propostas reais e producentes.
Lembro –me de um certo candidato em eleições majoritárias , que prometeu um veículo leve sobre trilhos (VLT) . Ele comprou o brinquedinho, construiu um mini - trilho tipo o “Ferrorama”, colocou o povo para andar de “graça”, e fez um estardalhaço midiático na promessa de que quando fosse eleito, faria essa malha viária moderna em toda a extensão da cidade. E o pior foi que muitos ainda acreditaram nesse elaborado embuste. Mas, como o povo não é mais tolo como antes, além de não eleger o velho político, mostrou que promessas mirabolantes não fazem mais parte do novo cenário nacional. Talvez se isso fosse feito há 10 ou 20 anos atrás, a graça podia até colar. Hoje não mais!
Qual será o modelo ideal para o novo representante do povo brasieliro? Quais serão os critérios fora o famoso “ficha Limpa”, para avaliar os futuros candidatos?
Os discursos inflamados com dedos em riste e as palavras de ordem, ainda funcionarão? Quem serão os representantes escolhidos pelo povo nas próximas eleições? Por que tantos profissionais de carreira como magistrados, funcionários públicos, médicos e até empresários querem ser políticos?
A tão esperada reforma política,sairá pelo menos da cabeça de seus idealizadores e irá de fato para o papel? O que esperar do Brasil no futuro? Quem estará preparado para governar os estados, e quiçá ,o país nos próximos 4 anos? A questão não é tirar quem já teve a oportunidade de governar e não soube aproveitar. Mas sim, quem colocar no seu lugar?
Parafraseando JK vos digo: O Brasil (do futuro) vai viver 500 anos em 4, pelo menos é isso que espera boa parte do povo brasileiro. E falando nele (Juscelino Kubitschek), nada mais apropriado do que lembrar as suas velhas e sábias palavras, no momento dos famosos “rolezinhos” e com o aumento desenfreado da violência, que migaram das grandes cidades e alcançaram as mais remotas cidades do território brasileiro.
“Meu sonho é viver e morrer em um país em liberdade”.
Ricardo Fonseca é publicitário e divulgador das causas midiáticas.
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