Raiva de ministro causou queda de Cunha

Ministro teria ficado enfurecido com a pauta do STF anunciada para esta quinta-feira (5) pelo presidente da Corte, Ricardo Lewandowski. É que a ação do partido Rede, de Marina Silva, que também pedia o afastamento de Cunha, estaria na pauta. Teori Zavaski se sentiu atropelado e incomodado com o risco de ficar carimbado com a pecha de ter retardado o processo contra o malvado favorito



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Desde dezembro do ano passado dormia nas mãos do ministro do STF Teori Zavaski, responsável pelas investigações no âmbito da Lava Jato de autoridades com foro privilegiado, pedido da PGR para afastar do mandato, e consequentemente da presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Mas só agora, e por raivinha, Teori tomou a decisão contra o malvado favorito de muitos, o político que usou e abusou do poder para enriquecer, extorquir empresários, ameaçar parlamentares, fabricar e alimentar uma crise política e econômica e ser fundamental na queda de um presidente da República.

Pois bem, o ministro teria ficado enfurecido com a pauta do STF anunciada para esta quinta-feira (5) pelo presidente da Corte, Ricardo Lewandowski. É que a ação do partido Rede, de Marina Silva, que também pedia o afastamento de Cunha, estaria na pauta.

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Teori Zavaski se sentiu atropelado e incomodado com o risco de ficar carimbado com a pecha de ter retardado o processo contra o malvado favorito. Especialmente porque o relator da ação do Rede é o ministro Marco Aurélio Mello que, desde o início e por várias vezes, declarou que o STF deveria ser rápido e decisivo para debelar a crise política.

Teori Zavaski correu para salvar a sua própria imagem. Talvez seja tarde e tenha bobeado. Cunha atingiu muitos objetivos nocivos ao País no comando da Câmara nos últimos meses. E o ministro Teori, o lento, também é responsável.

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Abaixo 11 motivos listados no pedido da PGR para afastar Eduardo Cunha, o malvado favorito:

1- Eduardo Cunha fez uso de requerimentos para pressionar pagamento de propina do empresário Júlio Camargo e o grupo Mitsui. Já havia casos de requerimento para pressionar dirigentes de empresas de petróleo
2 - Eduardo Cunha estava por trás de requerimentos e convocações feitas a fim de pressionar donos do grupo Schahin com apoio do doleiro Lúcio Funaro. Depoimentos de Salim Schahin confirmam isso. Lúcio Funaro pagou parte de carros em nome da empresa C3 Produções Artísticas, que pertence à família de Cunha
3 - Eduardo Cunha atuou para convocar a advogada Beatriz Catta Preta na CPI da Petrobras para "intimidar quem ousou contrariar seus interesses"
4 - Eduardo Cunha atuou para contratação da empresa de espionagem Kroll pela CPI da Petrobras, "empresa de investigação financeira com atuação controvertida no Brasil"
5 - Eduardo Cunha usou a CPI para convocação de parentes de Alberto Youssef, como forma de pressão
6 - Eduardo Cunha abusou do poder com a finalidade de mudar a lei impedir que um delator corrija o depoimento
7 - Eduardo Cunha mostrou que retalia quem o contraria com a demissão do diretor de informática da Câmara, Luiz Eira
8 - Eduardo Cunha usou cargo de deputado para receber vantagens indevidas para aprovar parte de medida provisória de interesse do banco BTG
9 - Eduardo Cunha fez "manobras espúrias" para evitar investigação na Câmara com obstrução da pauta com intuito de se beneficiar
10 - Eduardo Cunha fez ameaças ao deputado Fausto Pinato (PRB-SP), ex-relator do processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara
11 - Eduardo Cunha teria voltado a reiterar ameaças a Fausto Pinato

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