Racionalidade na era da ansiedade

O PMDB formalmente fora do governo escancarou até para os mais ingênuos que o vice-presidente está engajado numa armação para ser o "presidento" no lugar da presidenta e livrar o presidente da Câmara da cassação e condenação



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A saída do PMDB permite que o PMDB que não quer rever direitos constitucionais inscritos na Carta do Dr Ulysses e programas sociais criados para torná-la realidade ocupe os espaços vazios da política.

Estes espaços vazios da política também poderão ser ocupados pelas forças menores que o PMDB, que não querem rever direitos constitucionais e programas sociais, ocupando o centro da estabilidade institucional que, ao que parece, um certo PMDB renunciou a preencher, como fazia desde a Abertura Democrática.

O PMDB formalmente fora do governo escancarou até para os mais ingênuos que o vice-presidente está engajado numa armação para ser o "presidento" no lugar da presidenta e livrar o presidente da Câmara da cassação e condenação.

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Só que este escancaramento leva peemedebistas que valorizam a história do partido como o estabilizador institucional para avanços sociais a se inconformarem, vide a calorosa recepção que tiveram artistas e intelectuais no gabinete da presidência do Senado no dia 31/03.

O PMDB formalmente fora do governo animou a sociedade civil democrática e progressista, que o queria fora da aliança com o PT, mas que é uma circunstância do atual sistema político que deu certo até quando foi possível (ou até um certo PMDB dizer querer reverter o que ajudou a aprovar nestes 13 anos, que permitiu gerar 20 milhões de empregos e tirar 64 milhões da miséria e da pobreza).

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Aliás, sistema político este que vai mudar a partir deste ano, com a proibição do financiamento empresarial de campanha, o que poderá libertar a democracia destes arranjos que causam estranhamento a setores da sociedade.

O PMDB formalmente fora do governo animou as grandiosas manifestações de 31/03, pois a turma estava com a alma mais leve e mais alarmada aos riscos do governo ser derrubado por toda aquela armação.

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Fazia tempo que a Esplanada não via tanto preto, pobre, gay, operário, trabalhador rural juntos e misturados e o melhor: ninguém estava cuidando de rebento dos seus patrões e ninguém transpirava ódio.

As manifestações mais animadas alertaram em definitivo ao Congresso e ao STF quanto aos riscos, para a ordem pública, da divisão do País.

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Com este risco explícito, ficou ainda mais claro que a conversa de que "o Brasil" quer o Impeachment não é verdade.

Se não é verdade, o Congresso poderá ouvir e analisar, quiçá com o afastamento do seu presidente açodador.

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Se ouvir e analisar, o Congresso vai concluir o que já ganhou a boca do povo desde que o presidente do Senado falou sobre o assunto com jornalistas na semana passada: Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, não previsão constitucional.

Se o Congresso optar por não dar um golpe, não precisa se acuar, pois, na frente de seu prédio, os dois Brasis vão estar para vaiar e aplaudir.

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Nem só um, nem só outro.

Se o Congresso optar pelo golpe nestes termos, vai desconfortar ao STF.

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Mas no Brasil, em política, aplauso e vaia é para comício e, em 2016 e 2018 estão previstos vários.

Daí para se concluir que comício é melhor do que "tiro, porrada e bomba", é simples como 2 e 2 são 4.

Enquanto isso a Lava...

-Lava quem?!

Neste momento, a sociedade está é de olho no Congresso, pensando nos empregos e no ambiente de negócios. Quem está de olho em Curitiba é a ONU, cujo Secretário-Geral, Ban-Ki Moon, pediu que não se partidarizasse a justiça e se encontrasse uma solução política.

Como se viu neste Dia da Mentira, quando a Operação trouxe para a baila o requentado caso (sic) Celso Daniel, há um esforço para voltar à mídia. Mas, legal mesmo agora é acompanhar em tempo real o embarque e desembarque na canoa do Impeachment e outras emoções da House of Cunha.

Por isso:

-lute e agregue ao vermelho da luta por direitos, o verde, o amarelo e o azul, porque a bandeira do Brasil não pode virar símbolo da intolerância e do oportunismo político;

-mostre ao STF que a legalidade democrática é uma causa civilizatória, que não é só do PT e da esquerda e ela tem apoio, embora certas ruas queiram dar a entender que não;

-dê moral aos ministros quando eles peitarem as arbitrariedades, como vazamento de grampos de áudios de gente que sequer estava sendo investigada;

-se é advogado ou dirigente de alguma entidade de classe, peça, com o instrumento adequado, que a corte julgue o afastamento do presidente da Câmara, ele não pode conduzir um Impeachment para se livrar de investigações. Se pode, isso tem que ser dito;

-quando a angústia dominar, beije seus amores. Sem um carinho ninguém segura este rojão.

Keep calm, #NaoVaiTerGolpe. De novo, não.

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