Queremos saber. Todos queremos saber

"Tudo o que se sabe até agora é que, com exceção do ex-ministro do genocida, apenas os “bagrinhos” estão presos, idiotas úteis que se ferraram"

(Foto: Divulgação (Reprodução))


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Passados uns vinte dias dos ataques à capital do país, muitas perguntas ainda pairam sem respostas. Até o momento, a população brasileira não sabe, por exemplo, quem foram as pessoas que bancaram o atentado que feriu para sempre a democracia brasileira. Não se sabe qual o grau de influência de determinados parlamentares, que receberam alguns dos envolvidos em seus gabinetes e posaram com eles em várias ocasiões para fotos, em demonstrações explícitas de proximidade. Ainda não se sabe, embora se suspeite, quais os militares de alta patente das Forças Armadas estão envolvidos, pois até as pedras sabem que estão. E quem planejou tudo? Como diz aquela canção do Gil: “queremos saber/todos queremos saber”.

Tudo o que se sabe até agora é que, com exceção do ex-ministro do genocida, apenas os “bagrinhos” estão presos, idiotas úteis que se ferraram ao aceitar receber r$ 400, comida e bebida para participar dos atos antidemocráticos, que resultaram na barbárie vista no 08 de janeiro. As pessoas que eram responsáveis pela proteção dos prédios da Praça dos Três Poderes sabiam que os bárbaros chegariam. Em vídeo recente, nas imagens gravadas pelas câmeras do STF, vê-se que a tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal recua, enquanto os terroristas avançam. É a mesma polícia que, em todo o país, ataca selvagemente professores que se manifestam por melhores condições de trabalho e que age animalescamente contra tudo quanto é manifestação de trabalhador.  Na ocasião, onde estava essa polícia? Comprando água de coco e fazendo selfies, como comprovam as imagens que rodaram o mundo.

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Os atentados acenderam o alerta. O governo Lula já sabe que terá que fazer uma pesada faxina nas suas Forças Armadas. Não custa lembrar que é inadmissível, por exemplo, que um reles general do exército brasileiro, pago com dinheiro público, se ache no direito de aviltar a Constituição Federal, peitar um Ministro da Justiça de um governo democraticamente eleito e ameaçar um comandante de outra força militar, impedindo-os de cumprir uma ordem de um juiz da Suprema Corte. Em um país sério ele estaria preso por determinação do Presidente da República, comandante das Forças Armadas. No caso, ou o Presidente põe os pés na parede e enquadra os inimigos internos ou seu governo terá seríssimos problemas pela frente, podendo inclusive, ser mais breve do que se imagina. 

A Justiça, por sua vez, deve ser ágil e célere. Uma justiça que é rápida para punir apenas pobres, pretos e miseráveis não pode ser considerada Justiça. Então, queremos saber quando aqueles que abriram as portas do Palácio do Planalto aos terroristas, os que deram as ordens para a polícia recuar e os autores de todo o planejamento da ação serão levados à Justiça? Todos queremos saber.

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