Quem quer derrotar Bolsonaro tem de se aliar ao PT
"O PT continua sendo o maior partido de esquerda do país, como demonstra o tamanho de sua bancada na Câmara Federal", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, no intuito de alertar que, para derrotar Jair Bolsonaro em 2022, outras forças políticas devem se aliar ao Partido dos Trabalhadores
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Está ficando mais ou menos claro, nas declarações dos principais líderes políticos que duas forças têm lugar praticamente garantido no segundo turno nas eleições de 2022: Bolsonaro, na direita e o PT, na esquerda.
Por que? Porque a máquina de propaganda de Bolsonaro funciona 24 horas por dia e ele está em campanha há dois anos e tem a vantagem de usar instrumentos da máquina de governo, além de não ter o menor escrúpulo em aplicar os golpes mais sujos e mais baixos nos adversários.
E porque o PT continua sendo o maior partido de esquerda do país, como demonstra o tamanho de sua bancada na Câmara Federal.
Não há espaço nem tempo para outras forças de um dos campos mudarem essa realidade.
Nem Ciro Gomes tem voto para se impor no campo da centro-esquerda para a esquerda, nem Doria tem cacife para aglutinar parcelas do eleitorado bolsonarista, único fator que poderia catapultá-lo ao segundo turno.
Os votos da esquerda estão com o PT; os da direita, com Bolsonaro.
Em boa hora, um político de direita como o deputado Rodrigo Maia vem a público declarar que, se 2018 fosse hoje, votaria em Haddad, ou seja, na esquerda, e não em Bolsonaro, como fez então.
Também em boa hora, políticos de esquerda como Gleisi Hoffman, Fernando Haddad e Luiz Dulci começam a dialogar com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que é de direita, mas repudia Bolsonaro.
A esquerda precisa de votos no Sudeste. De São Paulo para baixo, todos os governadores são bolsonaristas. Por isso é necessário aliar-se a quem tem votos no terceiro maior colégio eleitoral do país.
Se as forças antibolsonaristas já perceberam que tanto o governo quanto o PT são os favoritos para passar ao segundo turno, talvez concluam, mais adiante, que é mais negócio aliarem-se logo no primeiro, para aplicar uma derrota fragorosa e exemplar no projeto de ditador e não dar margem para ele lançar falsas denúncias de fraude e comandar uma insurreição à la Trump.
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