Quem não for de extrema-direita será derrubado
Na avaliação do jornalista Alex Solnik, a guerra dos bolsonaristas não é somente contra a esquerda; "A aliança da direita com a extrema-direita que colocou Bolsonaro no poder está rompida. Não basta ser de direita para estar no governo, é preciso ser de extrema-direita – essa é a ordem"
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - A guerra em curso no governo entre as chamadas (erroneamente) alas "ideológica" e "militar" tem muitas semelhanças com a guerra deflagrada entre militares nos estertores da ditadura de 64, quando a "linha dura" sabotava os governos Geisel e Figueiredo, que pregavam a abertura política.
O fracasso do atentado de 1º. de maio de 1981 no Riocentro, planejado pelos extremistas do Exército que tencionavam derrubar Figueiredo para que a ditadura continuasse enterrou seus planos.
Bolsonaro, que está à direita do general Santos Cruz, é o herdeiro dessa ala de militares de inspiração nazista. Seu objetivo é implantar o regime que seus ídolos - como o torturador Brilhante Ustra - não conseguiram concretizar.
Ele não quer "tão somente" a volta da ditadura de 64, mas a implantação de uma ditadura mais radical, que estava nos planos da "linha dura", que se dedicou, dentre outras monstruosidades, a eliminar "comunistas" jogando-os de aviões no Oceano Atlântico.
O primeiro equívoco do cenário atual diz respeito às denominações, que dividem os grupos em guerra entre "ideológico" e "militar". As duas alas do governo têm ideologia. A diferença é que "olavistas" são de extrema-direita e os militares, de direita.
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O objetivo de Olavo ao xingar generais – ou taxá-los de "comunistas" - é derrubá-los, trocando-os por militares ou civis que comunguem das mesmas ideias de extrema-direita dele e de Bolsonaro.
A aliança da direita com a extrema-direita que colocou Bolsonaro no poder está rompida. Não basta ser de direita para estar no governo, é preciso ser de extrema-direita – essa é a ordem.
A guerra dos bolsonaristas não é somente com a esquerda; é contra todos que não se alinhem ao The Movement, de Steve Bannon, que preconiza implantar ditaduras de extrema-direita ao redor do mundo, como a da Hungria, destino de recente viagem do filho-chanceler.
Quando diz que seu governo não tem duas alas, e sim uma só, Bolsonaro manda um recado: quem não for de extrema-direita terá de, mais cedo ou mais tarde, cair fora. Ao premiar seu guru com a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco, o presidente mostrou de que lado está.
Somente um governo totalmente de extrema-direita poderá implantar um regime ditatorial mais troglodita que o de 64.
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