Quem matou e mandou matar Marielle? - 1826 dias
"Até agora o que temos reunido?"
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Cinco anos sem Marielle e o caso não foi resolvido. A contagem progressiva que começou no primeiro mês de crime sem solução da minha página, da Eliane Brum e da Laerte continuará somando os dias até as respostas serem respondidas. Já são cinco anos de permanente luta pela memória de Marielle Franco e o motorista Anderson, exigindo justiça para esse crime. São cinco anos sem resposta. Por que não se teve nenhum interesse até a entrada do novo governo?
Na época do assassinato, estava havendo uma intervenção federal a mando de Michel Temer no Rio de Janeiro, por conta dos problemas de tráfico na cidade. Depois de um tempo de choque com o ocorrido, estive em uma festa, que um policial civil, que não conhecia estava na roda e falou que sabia quem tinha encomendado a morte. Ele falou o nome e todos na roda não se surpreenderam.
Até agora o que temos reunido? VIVENDAS DA BARRA, condomínio da residência do ex-presidente Bolsonaro, com o vizinho Ronnie Lessa, preso apontado pela morte de Marielle Franco, é também um dos alvos da PF em operação contra tráfico de armas onde encontraram mais de 100 fuzis e o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz. Adriano da Nóbrega, homenageado por Carlos Bolsonaro na Câmara e amigo da família, suspeito de envolvimento no caso Marielle, é morto em operação policial na Bahia.
Bolsonaro em conversa vazada no vídeo da boiada é bem claro falando que não se interessava por nenhum diretor da Polícia Federal, mas apenas no Rio de Janeiro, por quê? Cinco delegados trocados em cinco anos. Alguns delegados que estavam chegando perto, foram alocados e transferidos, logo depois um trabalho de destruição de provas foram efetuadas e materiais que acabaram sumindo misteriosamente. Acaba existindo a pergunta sob a pergunta: Realmente é um caso difícil, conluio da presidência ou incompetência do MPRJ, polícia civil do RJ e polícia federal?
A destruição dos rastros foi definitiva? O porteiro afirma e tinha provas de que Bolsonaro estava em sua residência no dia do assassinato, mas depois coagido negou tudo. Os assassinos partiram da casa vizinha de Bolsonaro, o motorista que pegou Ronnie, disse que ia a casa 58, de Jair Bolsonaro. Os 100 Fuzis ilegais, encontradas na casa vizinha de Bolsonaro, se tornaram legais, graças ao ex-presidente. A boca pequena, dizem que existem provas e um dossiê pronto para ser colocado para imprensa. O que depende isso, não se sabe.
Chegaram a apontar Domingos Brazão, vereador e opositor de Marielle como possível mandante? Sim, assim como toda investigação que Bolsonaro tentou colocar o dedo, coloca em cheque o que se tem até agora concluído. Marcelo Siciliano, também opositor de Marielle, foi autor de uma PL que favoreceu igreja do casal Bolsonaro, foi flagrado falando sobre o assassinato com Jorge Moreth, miliciano e delator do caso. Teria ele dito que Domingos Brazão, seria o mandante, sendo que seu irmão, o vereador Chiquinho Brazão, também opositor de Marielle, ganhou de Bolsonaro passaporte diplomático. Essa é uma linha de trabalho. Toda linha de trabalho feita durante o período Bolsonaro, como vimos acima, está manchada de interesses pelo próprio, então, nesse caso, nem a prisão de Ronnie Lessa pode ser considerada. Como eram amigos do clã Bolsonaro, que acordos podem ter sido feitos para isso acontecer? Ele poderia aceitar ser um bode expiatório? Em troca de quê? Somente uma investigação série e imparcial pode nos revelar algo nesse caso.
Enquanto isso, continuamos a luta. Eu continuarei minha contagem progressiva, mesmo durando mais tempo.
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