Quem é Santiago Peña, o futuro presidente do Paraguai
"O futuro presidente, que tomará posse no dia 15 de agosto, disse que, no âmbito da política externa, 'não será ideologizado'", diz a jornalista
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O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, de 44 anos, foi ministro da Fazenda durante o governo do ex-presidente Horacio Cartes. Peña fez campanha prometendo manter as regras econômicas do país, mas com maior enfoque na inclusão social e na redução da pobreza. Uma das bandeiras de Peña foi também a defesa da ‘família’ e a sinalização de que manterá o diálogo com diferentes setores políticos do país.
Ex-assessor do Banco Central, Peña estudou Políticas Públicas na Universidade de Columbia, em Nova York, e trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. Ele costuma dizer que seu ‘padrinho político’ é Cartes, empresário apontado como corrupto pelos Estados Unidos, durante a campanha eleitoral. Peña entrou no histórico Partido Colorado há poucos anos, quando Cartes sugeriu que ele poderia chegar ao Palácio presidencial de López, em Assunção. Até então, Peña estava filiado ao partido opositor - Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), do candidato Efraín Alegre, derrotado, na eleição presidencial deste domingo.
Peña diz ser a “renovação” do Partido Colorado, uma legenda fundada no século 19 e que perdeu uma vez ao longo de sua trajetória, quando o ex-bispo católico (‘bispo dos pobres’) Fernando Lugo venceu as eleições e governou o país, entre 2008 e 2012, mas não concluiu o mandato.
O futuro presidente do Paraguai, que tomará posse no dia 15 de agosto, disse que, no âmbito da política externa, “não será ideologizado” e conversará com todos os países. Tradicionalmente, o Partido Colorado teve uma relação próxima com o Brasil. Segundo analistas, com Peña, essa tradição seria mantida. O Brasil é o principal investidor estrangeiro no Paraguai e é o principal destino das exportações paraguaias. A estabilidade econômica, com baixa inflação (cerca de 6% ao ano) e crescimento do PIB estimado em 4,5%, segundo o BC, os eleitores optaram pela continuidade, apesar de o índice de pobreza ser de cerca de 25%.
As pesquisas apontavam empate técnico entre Peña e Alegre, que liderou a coalizão chamada ‘Concertación’. As pesquisas erraram. Com 92% das mesas apuradas, Peña registrava quase 43% dos votos e Alegre 27.53%. O terceiro candidato, ‘Payo Cubas’, recebeu 22.77% - um índice que surpreendeu e que representa o voto daqueles que dizem estar “cansados” ou “insatisfeitos” com os políticos em geral.
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