Quem é o culpado pela partida dos médicos cubanos?
Quem nunca morou em áreas pobres, nos mais distantes rincões do Brasil, não sabe do que estou falando, mas os cubanos só chegaram em vários destes locais porque nenhum médico brasileiro, recém-formado ou experiente, aceitou trabalhar lá
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Quatorze de novembro de 2018 entrará para nossa história como um dia triste.
Dia em que Cuba, de maneira altiva, anuncia que vai retirar seus médicos do Brasil devido as "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo capitão reformado Jair Capiroto sobre eles.
Será lembrado como dia fatídico para milhões de habitantes de mais da metade dos municípios brasileiros que nunca tinham visto um médico pela frente antes da chegada dos médicos cubanos do Mais Médicos.
Quando precisou, o Capiroto escolheu o mais caro hospital do país, em São Paulo, para tratar da saúde, mas muitos dos 113 milhões de brasileiros atendidos nos 3,6 mil municípios, nos últimos 5 anos pelo Mais Médicos serão abandonados à própria sorte.
Quem nunca morou em áreas pobres, nos mais distantes rincões do Brasil, não sabe do que estou falando, mas os cubanos só chegaram em vários destes locais porque nenhum médico brasileiro, recém-formado ou experiente, aceitou trabalhar lá.
Não foi porque vieram tomar o emprego de médicos brasileiros- como sempre pregou a mídia golpista de jornalistas com plano de saúde privado e que não entendem nada do Brasil real.
Vieram para cá atender a população onde quer que fosse, numa demonstração de solidariedade planetária como fazem há décadas.
Em 55 anos Cuba realizou 600 mil missões internacionais em 164 nações, nas quais participaram mais de 400 mil trabalhadores da saúde.
Lutaram contra o ébola na África; a cegueira na América Latina e o Caribe; a cólera no Haiti; participaram de brigadas do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Desastres e Grandes Epidemias "Henry Reeve" no Paquistão, Indonésia, México, Equador, Peru,Chile e Venezuela, entre outros países.
O trabalho dos médicos cubanos teve o reconhecimento de 95% da população, governos federal, estaduais e municipais desse país, segundo estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Os médicos cubanos representaram um verdadeiro bálsamo para muitas famílias. Presenciei mais de uma vez, em vários cantos do Brasil, a maneira atenciosa e carinhosa como tratam seus pacientes.
Atacar o trabalho de médicos que deixaram seu país e suas famílias para se dedicar ao tratamento da saúde de brasileiros é crime contra o Brasil e seu povo e contra o conceito de solidariedade a nível mundial.
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