Quem diria, o Zé Gotinha poderá prender Bolsonaro

Como há registro no cartão de vacinação de Bolsonaro, sendo que o Bolsonaro afirma que nunca se vacinou?

Jair Bolsonaro e Zé Gotinha
Jair Bolsonaro e Zé Gotinha (Foto: Agência Brasil)


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Jair Bolsonaro afrontou e sabotou a vacinação contra a Covid-19 e prejudicou de morte o povo brasileiro. Uma verdadeira tragédia. Porém, o Zé Gotinha não gostou. Em dezembro de 2020, Bolsonaro foi cumprimentá-lo, mas ele não apertou sua mão.

Quem diria, o Zé Gotinha poderá prender o ex-presidente Jair Bolsonaro, porque ele já levou seis à prisão. O motivo dessa frente da PF contra o crime é devido à constatação de fraudes em cartões de vacinação, ou seja, em documentos oficiais e públicos de controle social, que registram a tomada de vacinas contra a Covid-19 por parte da população brasileira.

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Como há registro no cartão de vacinação de Bolsonaro, sendo que o Bolsonaro afirma que nunca se vacinou? Como ele então entrou nos Estados Unidos, que, como no Brasil, proíbe que as pessoas vindas do exterior entrem em seu território, sem apresentar o cartão de vacinação para constar a devida imunização? Além do mais, a filha caçula de Bolsonaro, atualmente com 12 anos, tem seu cartão de vacinação contra a Covid-19 registrado; porém, Bolsonaro assevera que ela nunca se vacinou.

Por sua vez, o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, sua mulher e filha também estão registrados como vacinados mediante o mesmo processo de Bolsonaro, que causou desconfiança à Controladoria-Geral da União (CGU) quanto à imunização dessas pessoas, assim como à PF, evidentemente, que investiga o caso e prendeu até agora seis pessoas.

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Contudo, vamos à pergunta que não quer calar: se o tenente-coronel Mauro Cid cometeu crimes, por que Jair Bolsonaro ainda não foi preso, se o oficial do Exército estava a serviço do ex-presidente durante todo seu lamentável e tenebroso mandato?

O tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, no decorrer de seu mandato presidencial, foi preso preventivamente por agentes da Polícia Federal, sob a determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

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O oficial do Exército não foi preso sozinho. Junto com o militar foram presas, também preventivamente, mais cinco pessoas, além de 16 mandados de busca e apreensão terem ocorridos, no dia de hoje, por meio da Operação Verine da PF, que chegou dentro da casa de Bolsonaro.

Mauro Cid é filho do general Mauro César Lourena Cid, que foi contemporâneo do ex-presidente nos tempos da Aman. Está tudo em casa, pois se trata de militares que conhecem e se relacionam com os Bolsonaro há muitos anos. Pelo que se percebe e pelo o andar da carruagem, existe cumplicidade e parceria.

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O tenente-coronel Cid é investigado por fraudes em dados relativos à vacinação da Covid-19, além de pagar contas de rotina da família Bolsonaro em dinheiro vivo. Aliás, pagar com dinheiro vivo o que se financia ou se compra, a exemplo de imóveis, parece ser uma mania recorrente não somente do ex-presidente, como também de seus filhos e outros familiares, conforme matérias publicadas a granel pela imprensa falada e escrita, assim como são ações investigadas pelo MPF e denunciadas à Justiça.

O oficial, agora preso, é também investigado por operar um caixa dois, cuja origem do dinheiro era proveniente de saques dos cartões corporativos da Presidência da República, a fim de financiar os atos antidemocráticos que foram praticados inúmeras vezes por Jair Bolsonaro e seus apoiadores durante o período de seu mandato.

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Esses atos tinham o propósito de não reconhecer as urnas eletrônicas, o sistema democrático, o estado de direito, assim como afrontar de maneira amplamente desrespeitosa e virulenta os poderes estabelecidos pela Constituição, em especial o Poder Judiciário, exemplificado e simbolizado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.

A resumir e a ser pontual: Jair Bolsonaro e seus sequazes tentaram consolidar um golpe de estado bananeiro e terceiro-mundista por diversas vezes, sem ao menos essa gente extremista ser punida uma única vez, até que tentassem o golpe derradeiro em 8 de janeiro, uma verdadeira intentona bolsonarista, um verdadeiro escárnio e afronta à Nação.

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A intentona promovida pela extrema direita, que invadiu e quebrou as sedes dos três poderes e, consequentemente, o Estado levou ao cárcere cerca de 1400 pessoas, que ora estão a ser julgadas pelo Supremo, tanto as que estão presas nos presídios da Papuda e da Colmeia em Brasília, quanto os que respondem a processos em liberdade, mas a usar tornozeleiras eletrônicas.

Entretanto, todas as questões aqui elencadas são ainda parte dos crimes cometidos pelo desgoverno militar e ultraliberal de Jair Bolsonaro, que dizimou os índios ianomâmis de Roraima, inclusive a ter mortes de inúmeras crianças indígenas, bem como os crimes perpetrados contra o povo brasileiro, no que concerne à Covid-19, quando morreram mais de 700 mil pessoas, um verdadeiro genocídio causado por muitos motivos e situações, dentre eles a demora proposital do desgoverno militar e negacionista para decidir comprar as vacinas e com isso evitar tantas mortes.

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Além disso, vale ressaltar e lembrar que o tenente-coronel Mauro Cid é apontado como o servidor que pagou faturas de cartão de crédito (adicional) emitidas em nome de Rosimary Cardoso Cordeiro. Ela trabalha no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB/MA) e parece ser amiga de Michelle Bolsonaro, pois ambas se conhecem desde quando trabalhavam como assessoras de parlamentares na Câmara dos Deputados.

As denúncias apontam também que o financiamento de atos antidemocráticos, como já foi dito neste artigo, tiveram em parte o dinheiro proveniente dos cartões corporativos da Presidência da República, sendo ainda que há suspeitas que tais recursos financeiros saíram também de uma espécie de caixa dois dos quartéis das Forças Armadas, conforme informações da coluna de Rodrigo Rangel do site Metrópoles.

Como observamos, tudo se encaixa quanto às movimentações financeiras e ações políticas de conotações golpistas, a exemplo dos atos antidemocráticos, que brotam como ervas daninhas à frente do patrimonialista e político fascista Jair Bolsonaro, seus aliados e apaniguados.

Além disso, o tenente-coronel Mauro Cid é o responsável maior pela demissão do general Júlio César de Arruda do comando do Exército. O general bolsonarista quis ser mais realista do que o rei e resolveu ser um militar insubordinado, quando resolveu não afastar o tenente coronel Mauro Cid do comando do 1º Batalhão de Ações de Comandos (BAC), em Goiânia, uma unidade militar especial, que, obviamente, jamais deveria ficar nas mãos de um oficial que causa dores de cabeça aos generais do Exército.

Quem pensa que a prisão de Mauro Cid vai deixar os generais e coronéis do Exército revoltados por serem corporativos, muito se engana ou está muito enganado. Cid é uma dor de cabeça e está a ser acusado de graves crimes. O sentimento do alto comando é, na verdade, de alívio, pois o tenente-coronel trocou os pés pelas mãos e se tornou um problema a ser resolvido urgentemente.

Outros oficiais deverão ser presos e o comando do Exército, assim como seu comandante geral, deixaram claro e transparente que o Exército e as Forças Armadas não vão reagir a punições e muito menos tergiversarão com os militares que se envolveram com a intentona golpista/bolsonarista, acontecida no fatídico dia 8 de janeiro.

Os militares que se sublevaram contra a ordem democrática serão processados e responderão por seus atos e ações, inclusive na Justiça Comum e não na militar. O Zé Gotinha foi por demais provocado e quem se deu mal com a provocação foi o Bolsonaro e sua turma. É isso aí.

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