Quem ainda apoia Bolsonaro?
"Os oportunistas, os ignorantes ou enfim os fascistas de coração, se é que têm coração", diz Miguel Paiva
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Por Miguel Paiva, para o 247
Depois de tudo o que vem sendo revelado pelos celulares apreendidos, pelas gravações, vídeos, insinuações e em breve delações, não é possível você ainda achar que é uma deturpação da esquerda ou mentiras espalhadas pelo PT. O homem é aquilo que sabíamos desde o início, como Dallagnol é tudo aquilo que suspeitávamos e Moro, daqui a pouco, também vai acabar desmascarado.
Era óbvio, mas parece que só nós víamos e éramos chamados de paranoicos, não pela extrema direita, mas pelos isentões que não acreditavam no que ouviam. Bolsonaro enganou muita gente que nunca parou muito para pensar. Tinha sido eleito (!) e derrotado o demonizado PT. Na cabeça dessa classe média que acredita em contos da carochinha a moralidade se restabeleceria e o país tomaria o rumo de um Brasil liberal que veste a fantasia de ser rico, mas empobrece a sua maioria, sobretudo essa mesma classe média. Mas o inimigo a derrotar era o PT com o aval da imprensa empresarial, da indústria, do judiciário e do legislativo louco por uma boquinha nova.
Deu no que deu. Nós, os que não acreditávamos nessa história nem no que estávamos vendo ficamos chocados. A quadrilha foi tomando conta do país, do governo, das instituições e das ideias. Vejam só onde chegamos? Pazuello, Damares, Élcio Franco e Mauro Cid. Imaginem para onde iríamos?
Mas ainda muita gente acreditava. Com a pandemia a crença ficou mais difícil. Bolsonaro foi óbvio, rude e cruel. Perdeu muito apoio, mas era uma coisa pontual. As pessoas não relacionavam este comportamento com a maneira de pensar dessa gente. Os desatinos ainda no governo, as grosserias, o favorecimento em relação às armas, o desprezo pelas mulheres e a falta total de apoio à classe trabalhadora foram contaminando essa relação. Mas ainda sobrava muita gente.
Apesar de tudo o que se fez de modo ilegal Lula conseguiu vencer. Eles tentaram não sair, projetaram um golpe, bombas, resistência e terrorismo. Não deu certo e aí então, acredito que o apoio diminuiu mais ainda. Só que os que restaram e continuam hoje a gritar por liberdade de expressão, regime militar e volta do AI-5 são barulhentos. A guerra do STF contra eles ainda vai durar muito. As joias, as vacinas, as mansões, as contas no exterior parecem que não funcionam para reduzir a aceitação do mito por essa gente que resta.
Por que será? Porque são fascistas, alienados, de extrema direita, a favor da violência em geral, contra as mulheres em particular, os gays, negros e indígenas, que querem somente a destruição do estado, da política e da democracia. São muitos? Não se sabe. Para isso precisamos fazer e apoiar o governo no que ele faz de construção social do futuro. Precisamos colocar de novo o Brasil no caminho certo e solidificar essa aliança que elegeu o Lula. Ai, na próxima eleição, se tudo correr bem vamos dimensionar quem é legal e quem é ilegal. Quem quer a democracia e o desenvolvimento e quem escolheu a barbárie como forma de vida.
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