Quebre a rotina, mas com moderação
Cada chatice de nossa rotina deve ser valorizada porque é ela que nos indica que tudo está em ordem e que podemos estar com problemas, mas que são administráveis e que não nos impedem de tocar o barco

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Há coisas que acontecem em frações de segundos e viram a nossa vida de cabeça pra baixo. Em alguns segundos tudo na vida da gente pode mudar.
Uma notícia, uma decisão, um acidente! Passei por isso recentemente. Pronta pra uma reunião, me queimei com café fervendo - acidente doméstico.
Tudo mudou. Hospital, antibiotico, curativo, repouso. Toda a minha rotina pelos ares! Tudo diferente em exatos 3 segundos.
Me lembrei do Bob Marley, que não gostava de rotina. Entendo-o, rotina é abominável em certos momentos e carrega o peso de ser a maldita destruidora de paixões e casamentos e grande provocadora de estresses também.
Mas cada chatice de nossa rotina deve ser valorizada porque é ela que nos indica que tudo está em ordem e que podemos estar com problemas, mas que são administráveis e que não nos impedem de tocar o barco. Quando algo impeditivo e imobilizante acontece com a gente ou com alguém muito próximo, sentimos saudades até do despertador que toca cedo, da dieta, da academia, do banco e das filas, dos relatórios de trabalho e até do ônibus, metrô ou barcas cheios.
Rotina é boa e eu gosto. Seu papel é nos deixar de saco cheio dela, mas, ao mesmo tempo, nos lembrar subliminarmente de que estamos bem, saudáveis e autônomos.
O escritor Richard Bach só nos vê livres e felizes se sacrificarmos nossa rotina. Concordo em parte.
Pequenas fugas dos afazeres coridianos são saudáveis e devem ser feitas. Delicioso quebrar a rotina quando nada está errado, pelo simples prazer de transgredir. Isso sim faz bem à saúde e pode nos dar a tal sensação de liberdade que Bach defendia, desde que sem culpas. Coma pizza numa quarta-feira, falte uma aula eventualmente, vá a uma festa no meio da semana, viaje fora de feriado, mas só mesmo de vez em quando.
Por que?
Porque a rotina é que provoca a verdadeira sensação de autonomia e liberdade, apesar de parecer prisão. Se fugimos dela sempre acabamos por nos aprisionar na rotina de não ter rotina.
Sendo assim, sigamos Richard Bach com moderação.
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