Que tal um samba?

Chico Buarque fez talvez a mais linda de todas as suas apresentações. Um show pra guardar no lado esquerdo do peito

Monica Salmaso e Chico Buarque
Monica Salmaso e Chico Buarque (Foto: Florestan Fernandes Jr/Reprodução)


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 “Que tal um samba...Depois de tanta mutreta, depois de tanta cascata, depois de tanta derrota, depois de tanta demência, e uma dor filha da puta, que tal? Puxar um samba.

 Que tal um samba?”

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 É, meu querido Chico Buarque, como precisamos de um samba pra exorcizar os anos do desgoverno dos fascistas. Como foi bom ver você novamente no palco, empunhando seu violão. 

 Precisamos mesmo de muitos sambas pra comemorar a vitória de Lula e da nossa combalida democracia. 

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 E tinha que vir de você, de Caetano, de Gil, de Milton Nascimento e tantos outros que fizeram a trilha sonora da resistência contra a ditadura militar. Que produziram os melhores sambas para a campanha das Diretas Já. Que saíram pelas ruas e avenidas a lembrar ‘que aqui passaram sambas imortais. Que aqui sangraram pelos nossos pés. Que aqui sambaram nossos ancestrais’.  

 Nem as milhões de mentiras e perseguições  lograram êxito na desconstrução da nossa cultura. Nem Roberto Alvim, nem Regina Duarte, nem Sergio Camargo. 

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 Nem a gente inculta e violenta, cuja grande "obra artística" foi destruir as sedes dos Três Poderes, no fatídico 8 de janeiro. 

 Hoje, coroando esse vasto repositório de mentiras, roubos e insanidades, as redes sociais da "namoradinha do Brasil" são classificadas pelas próprias plataformas de redes sociais como sendo fonte de desinformação. 

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 Sobre a Cultura, o relatório final da transição para o governo Lula, registrou que "o governo Bolsonaro promoveu o maior retrocesso dos últimos 20 anos na execução do orçamento destinado à cultura".

 Nesse período de obscurantismo e mortes, seja pela Covid, seja pela violência policial, de terroristas de extrema-direita e milicianos, nossa alma sentiu falta de todos vocês da MPB. 

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 É bom ver que aos poucos estamos retornando a normalidade. Bom ver ainda em agosto do ano passado, Caetano Veloso comemorando seus 80 anos com um show pra lá de especial. Ou ver Milton Nascimento percorrendo o país com o show: “A última sessão de música”,  com o qual deu adeus aos palcos, mas não à música. 

 E que maravilha o reencontro com Paulinho da Viola, ao completar oito décadas em seu show de arrepiar. Sábado eu estava na plateia em São Paulo e vibrei ao lado de milhares de pessoas, com as histórias das composições e das parcerias. Relembrei e cantei junto com nosso querido sambista da Portela. 

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 Chico Buarque fez talvez a mais linda de todas as suas apresentações. Um show pra guardar no lado esquerdo do peito. Um tornado passou pela casa de shows onde Chico se apresentou ao  lado de sua banda e com a participação especial da impecável Monica Salmaso. Foram duas horas de muita emoção, quando o show terminou todos estávamos numa felicidade que se contrapunha aos quatro anos de terror e tristeza. Abraço o amigo Rodrigo Vianna com lagrimas nos olhos. Vencemos. Por quanto tempo? Não sei. Mas vamos comemorar, nós merecemos.

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