Quarentena até quando?

"Eu me pergunto por quanto tempo o mundo consegue ficar parado sem explodir. E por quanto tempo o Brasil aguenta a quarentena do estado de São Paulo, que começa hoje", escreve o jornalista Alex Solnik

(Foto: REUTERS/Denis Balibouse)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia O substantivo quarentena refere-se, evidentemente, ao numeral 40, diz respeito à duração – 40 dias – do isolamento sanitário. Separa os doentes dos sãos por esse período. Mas na distopia atual tudo o que é ou era sólido desmancha no ar. Nada mais é o que era. A quarentena pode durar 14 dias, 12 semanas ou sabe-se lá quanto. Depende do país ou do estado do país.

  A cada dia que passa fica mais evidente o conflito entre “saúde”, num canto do ringue e “economia”, no outro. No Brasil e no mundo.

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  A Organização Mundial da Saúde, representante, ao que tudo indica de Deus sobre a Terra decide que o mundo não pode sair de casa. E ponto final.

  Governos federais e estaduais passam a impor a lei da OMS sem passar por nenhuma instância. Sem ouvir Congresso, Justiça, povo, nada: execute-se. Coloque-se a humanidade em prisão domiciliar. Sem direito a advogado.

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   E quem desobedecer está lascado. Em vários países, quem corre na calçada para espairecer está sujeito a prisão e multa.

  Tanto a OMS quanto governantes implantaram o decreto do isolamento social sem apresentar soluções para as consequências econômicas e psicológicas dessa determinação.  Sem consultar, por exemplo, a Organização Mundial do Comércio. Sem se perguntar por quanto tempo o mundo pode ficar parado.

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  A toda poderosa OMS e seus vassalos deveriam, antes ou ao mesmo tempo em que anunciavam sua decisão, mostrar como o mundo vai sobreviver ficando em casa. Por A mais B. Deveriam apresentar alternativas e não passar por cima da questão com um trator.

  Claro que eles tinham de cortar o mal pela raiz, mas deveriam saber que não adianta acabar com uma doença e criar outra, tão agressiva quanto: a doença do desemprego e da fome e da violência.

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  Eu me pergunto por quanto tempo o mundo consegue ficar parado sem explodir. E por quanto tempo o Brasil aguenta a quarentena do estado de São Paulo, que começa hoje.

  São Paulo é a locomotiva do Brasil. Se a locomotiva não anda como os vagões vão andar?

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  E aí? Seremos um país de contaminados e de falidos?

  Tem outra questão mal resolvida. A indústria, em São Paulo, pode continuar funcionando. Mas vai vender para quem se o comércio está fechado não se sabe até quando? Será que a indústria vai continuar produzindo sem saber se haverá encomendas?

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  Não entendi até agora por que essa determinação autocrática não passou pelo crivo dos deputados, não para vetá-la, mas para que não fosse implantada assim no vapt-vupt, para que os direitos daqueles que eles representam, nós, os brasileiros, fossem respeitados e eles apresentassem alternativas menos traumáticas.

  Mas ainda está em tempo de eles impedirem o desastre.    Quarentena até quando? 

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  O substantivo quarentena refere-se, evidentemente, ao numeral 40, diz respeito à duração – 40 dias – do isolamento sanitário. Separa os doentes dos sãos por esse período. Mas na distopia atual tudo o que é ou era sólido desmancha no ar. Nada mais é o que era. A quarentena pode durar 14 dias, 12 semanas ou sabe-se lá quanto. Depende do país ou do estado do país.

  A cada dia que passa fica mais evidente o conflito entre “saúde”, num canto do ringue e “economia”, no outro. No Brasil e no mundo.

  A Organização Mundial da Saúde, representante, ao que tudo indica de Deus sobre a Terra decide que o mundo não pode sair de casa. E ponto final.

  Governos federais e estaduais passam a impor a lei da OMS sem passar por nenhuma instância. Sem ouvir Congresso, Justiça, povo, nada: execute-se. Coloque-se a humanidade em prisão domiciliar. Sem direito a advogado.

   E quem desobedecer está lascado. Em vários países, quem corre na calçada para espairecer está sujeito a prisão e multa.

  Tanto a OMS quanto governantes implantaram o decreto do isolamento social sem apresentar soluções para as consequências econômicas e psicológicas dessa determinação.  Sem consultar, por exemplo, a Organização Mundial do Comércio. Sem se perguntar por quanto tempo o mundo pode ficar parado.

  A toda poderosa OMS e seus vassalos deveriam, antes ou ao mesmo tempo em que anunciavam sua decisão, mostrar como o mundo vai sobreviver ficando em casa. Por A mais B. Deveriam apresentar alternativas e não passar por cima da questão com um trator.

  Claro que eles tinham de cortar o mal pela raiz, mas deveriam saber que não adianta acabar com uma doença e criar outra, tão agressiva quanto: a doença do desemprego e da fome e da violência.

  Eu me pergunto por quanto tempo o mundo consegue ficar parado sem explodir. E por quanto tempo o Brasil aguenta a quarentena do estado de São Paulo, que começa hoje.

  São Paulo é a locomotiva do Brasil. Se a locomotiva não anda como os vagões vão andar?

  E aí? Seremos um país de contaminados e de falidos?

  Tem outra questão mal resolvida. A indústria, em São Paulo, pode continuar funcionando. Mas vai vender para quem se o comércio está fechado não se sabe até quando? Será que a indústria vai continuar produzindo sem saber se haverá encomendas?

  Não entendi até agora por que essa determinação autocrática não passou pelo crivo dos deputados, não para vetá-la, mas para que não fosse implantada assim no vapt-vupt, para que os direitos daqueles que eles representam, nós, os brasileiros, fossem respeitados e eles apresentassem alternativas menos traumáticas.

  Mas ainda está em tempo de eles impedirem o desastre.    

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