Quanto vale a (sua) opinião pública?

A inação popular afiança aos golpistas procederem como bem querem. Sob o comando dessa camarilha, será instalado no Brasil um radical modelo de Estado Mínimo, com a completa desregulamentação das condições de trabalho e o consequente aumento da concentração de renda e o abismo entre os que possuem e os que não têm o que comer

Câmara denúncia Temer
Câmara denúncia Temer (Foto: Enio Verri)


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A popularidade de Temer não passa de uma margem de erro. Apenas 7% da população o aprovam e cerca de 90% o queriam investigado por crime de corrupção passiva, como acusa a Procuradoria Geral da República (PGR). Apesar da impopularidade maior que a da presidenta Dilma Rousseff, quando a democracia foi suprimida, e das contundentes provas apresentadas pela PGR, o ilegítimo permanece na Presidência.

O custo do arquivamento do processo para os contribuintes foi, até aqui, de aproximadamente R$ 14 bilhões, em emendas, perdão de dívidas, além de outras pagas, como cargos e apoio a medidas nefastas, como de resto tem sido desde a sua ilegítima interinidade, em maio de 2016. Entre outros prejuízos, o contribuinte vai arcar com o contingenciamento de R$ 5,9 bilhões em investimentos e com 41% de aumento no preço da gasolina, que causa um aumento cascata em produtos e serviços.

A/Os parlamentares que fecharam os olhos para os crimes de Temer, também se fizeram de surda/os para o clamor popular. A quem e a quê interessa a opinião pública? O constrangimento de alguns parlamentares, ao votar "sim", revela o temor do que enfrentará, em 2018. Seja como for, cooptada/o ou coagida/o, não se importou com a opinião pública. De qualquer forma, a imagem do momento do voto é imortal e ela/e terá de se ver com as consequências dela.

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O resultado da votação demonstra que a opinião pública serve apenas para registro estatístico, sem valor prático. Mais de 70% da população são contra as reformas da Previdência e trabalhista. A despeito disso, a trabalhista já passou e a da Previdência está prometida ao mercado financeiro, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com ou sem Temer. O que pode a opinião pública diante do mercado?

Aturdida entre a truculenta mentira do Estado e a proposital confusão criada por parte da imprensa está uma população historicamente despolitizada. Apesar dos obscenos escândalos de corrupção e das indecentes medidas encaminhadas pelo ilegítimo, 14 milhões de desempregados não se indignam ao saber que o Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) perdoará R$ 8 bilhões dos maiores latifundiários do País, quando toda a nação pagará por um déficit superior a R$ 150 bilhões. Parte da imprensa passa a informação de forma confusa e segmentada.

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O déficit em si, não é uma coisa ruim. Quando o País precisa investir na produção e nos desenvolvimentos econômico, tecnológico e social, é natural que se endivide. Com a produção, paga-se a dívida. No caso do ministério de notáveis golpistas e entreguistas de Temer, o objetivo de cortar investimentos e direitos é apenas para favorecer os donos dos meios produção e dos rentistas, pessoas físicas e jurídicas que vivem da aplicação financeira dos títulos da dívida pública e não produzem um sabonete.

A inação popular afiança aos golpistas procederem como bem querem. Sob o comando dessa camarilha, será instalado no Brasil um radical modelo de Estado Mínimo, com a completa desregulamentação das condições de trabalho e o consequente aumento da concentração de renda e o abismo entre os que possuem e os que não têm o que comer.

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O projeto de nação soberana, levado a cabo em 13 anos dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), está sendo totalmente destruído. As terras brasileiras, ricas em recursos minerais e muito férteis, estão sendo entregues ao capital financeiro internacional. A indústria nacional, ferramenta vital de qualquer nação com pretensões desenvolvimentistas, está sendo sucateada e entregue a preços praticados por um governo formado por e para uma elite sabuja, brejeira, cafona e truculenta.

A fome, uma chaga histórica do País e que vinha sendo paulatinamente combatida, voltou. Em 2012, a ONU anunciou a exclusão do Brasil do Mapa da Fome. Em 2017, 3,6 milhões de pessoas voltarão à pobreza. Até o momento, mais de 140 mil famílias voltam ao programa Bolsa Família e há 525 mil na fila de espera. São dados que abalariam a credibilidade de qualquer governo e inflamariam a opinião pública.

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Nada acontece, pelo contrário. Apesar dos hercúleos esforços das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, não há uma permanente mobilização de ocupação das ruas que faça Temer perder a totalidade do apoio no Congresso Nacional. Um governo débil, atolado em acusações de corrupção e hostil aos interesses da nação, é mantido à custa da sangria do País. A quem pertence a (sua) opinião pública?

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