Quanto vale a honra do deputado José Mendonça Filho?
O que o deputado Mendoncinha que nunca escreveu uma linha sobre educação pública, teria ido fazer no MEC, em troca de ter assinado o "impeachment" da Presidente Dilma? - Ora, a privatização dos FIES? Ou ouvindo os conselhos do ator pornô Alexandre Frota sobre a malsinada "escola sem partido"?
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Estava eu em minha sala de aula, no NIATE/UFPE, quando recebo a honrosa visita de uma representante legal para a entrega de uma notificação do ilustre "ex-ministro da Educação", o deputado José Mendonça Filho solicitando através de ação judicial, na vara civil da capital, uma indenização de 10.000,00, por danos à sua integridade moral de homem público (deputado e ministro da Educação). Fiquei matutando valor da indenização pedida. Quanto vale a honra de um "homem público" no Brasil: 10, 100 ou um milhão de reais?
Sinceramente, 10.000,00 é pouco pela honra de qualquer pessoa (de Belo jardim, de Nova Iorque ou de qualquer lugar. Então fui especular com as notícias sobre a trajetória do homem público belo-jardinense. Na página 10 do Jornal GARRA, na edição de maio de 2016, foi publicada uma lista dos políticos que receberam doação da empresa Odebrecht. No segundo nome da lista, depois do impoluto prefeito do Recife, estava o do deputado Mendoncinha. Quanto teria recebido o parlamentar da empresa corruptora dos políticos brasileiros? - Depois fui ler o Blog de Jamildo do dia 6 de junho de 2016. Lá se diz que o procurador geral da República, Rodrigo Janot afirmava que havia indícios de que Mendonça Filho tinha recebido propina no valor de 100.000.
Fiquei pensando: 10.000,00 é muito pouco em relação a esses valores. Então me indaguei sobre o que teria feito ou dito para justificar esse pedido modesto do ex-ministro da Educação.
Aí, lembrei-me do artigo publicado no jornal brasil 247 sobre a indicação de Mendocinha para o MEC. Diz o jornal eletrônico, em sua edição do dia 19 de maio de 2016: "Dono da SER Educacional, o maior grupo de faculdades privadas do Nordeste, o empresário piauiense Janquiê Diniz bancou a indicação de Mendonça Filho, do Dem, para o Ministério da Educação. De quebra, o jornal esclarece que Janguiê mandou também um funcionário seu, Maurício Romão, para ocupar uma secretaria estratégica de autorização e fiscalização de novos cursos dessas faculdades particulares.
Pronto! Tudo se iluminou por um momento. O que o deputado Mendoncinha que nunca escreveu uma linha sobre educação pública, teria ido fazer no MEC, em troca de ter assinado o "impeachment" da Presidente Dilma? - Ora, a privatização dos FIES? O desmantelamento do Conselho nacional de Educação? O aligeiramento do perfil dos alunos do ensino secundário, acabando com a obrigatoriedade do ensino de História, Sociologia e Artes? Ou ouvindo os conselhos do ator pornô Alexandre Frota sobre a malsinada "escola sem partido"?
Parece que o telhado da casa de Mendoncinha é de um tipo de vidro muito frágil. Disse um antigo professor dele, na Escola Parque, que era um aluno mediano e silencioso que foi se queixar ao pai de professores esquerdistas, por causa de um poema do Brecht. De minha parte, o que eu sei é que Mendoncinha, formado em Administração de Empresas, foi avicultor, deputado e presidente de uma comissão de privatização, no governo do acrimonioso Jarbas Vasconcelos. Nunco o soube pedagogo, educador, professor, autor. A não ser mais um dos políticos do velho PFL que tem a irresistivel inclinação para usar recursos públicos clientelisticamente em época de eleição. E com o MEC, não foi diferente.
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