Quando a opinião da maioria é desumana e diabólica

Alguns dizem que as pessoas estão certas ao concordarem que os presos são bandidos e, por isso, devem ser assassinados e eliminados já que a maioria pensa assim. Aí há dois pontos a considerar: 1. por ser maioria não significa que sejam possuídos pela razão e pela verdade; 2. a opinião de que “bandido bom é bandido morto” é fascista e não deve ser acolhida social e politicamente

Alguns dizem que as pessoas estão certas ao concordarem que os presos são bandidos e, por isso, devem ser assassinados e eliminados já que a maioria pensa assim. Aí há dois pontos a considerar: 1. por ser maioria não significa que sejam possuídos pela razão e pela verdade; 2. a opinião de que “bandido bom é bandido morto” é fascista e não deve ser acolhida social e politicamente
Alguns dizem que as pessoas estão certas ao concordarem que os presos são bandidos e, por isso, devem ser assassinados e eliminados já que a maioria pensa assim. Aí há dois pontos a considerar: 1. por ser maioria não significa que sejam possuídos pela razão e pela verdade; 2. a opinião de que “bandido bom é bandido morto” é fascista e não deve ser acolhida social e politicamente (Foto: Dom Orvandil)


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Amiga Professora  Elaine Aparecida Pereira, Manhuçu, MG

Sua amizade é uma das mais enriquecedoras que me faz ser gente com gente.

Comovi-me agradecido com seu depoimento afirmando que reencontrou Cristo lendo as “cartas” deste blog e assistindo os vídeos do canal com o mesmo  nome no YouTube.

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Seu relato das razões que a afastaram das missas e da mesa eucarística é doloroso e decepcionante.

A amiga contou-me que os padres shows, espetáculos, cantores que adoram multidões, mas que desprezam o povo e os pobres, fizeram campanha aberta para Aécio Neves. Sua dor e afastamento foram em razão de esses padres optarem pela corrupção, pelo neoliberalismo e pelo massacre dos direitos sociais e humanos. Eles se afastaram-se de Jesus para se aproximarem de mamon, o deus do dinheiro que devora a dignidade e a honra das almas.  

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Sim, depois na luta pelos direitos de sua categoria de professores a amiga ouviu do facínora eleito por uma maioria apoiada pelos padres, que “eu não preciso dos professores para me eleger”.

Obrigado por seu espírito combativo e de dinâmica fidelidade às causas libertárias, professora Elaine Aparecida Pereira e pelo seu reencontro com o Cristo do povo em quem comungamos libertadoramente.

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Li o artigo do jornalista espanhol Juan Arias e correspondente do famoso El Pais em cujo texto mostra sua amargura e tristeza com o que se passa na alma de grande parte de nosso povo brasileiro.

O espanto do jornalista manifestou-se com a opinião de muitos dos que ele classificou como “pessoas de grande sensibilidade humana e cultural” e com “as pessoas comuns” que, sem combinar, opinam com o mesmo conteúdo sobre as chacinas das prisões, a começar por Manaus e Roraima, podendo se estender a todos os presídios e até ruas do País: a de que é bom que haja chacinas e matanças desses classificados como “bandidos bons são os bandidos mortos”.

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Esse juízo vulgar é de uma miséria sombria e lastimável.

Não surpreende que as mesmas sombras que habitam o psiquismo das tais “pessoas de grande sensibilidade humana e cultural” sejam as mesmas vomitadas em forma de fogo de ódio pelas que o jornalista espanhol chama de “pessoas comuns”.

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As primeiras gravitam no mundo controlado pelos interesses dos que assaltaram o Estado para retirá-lo do País e submetê-lo à ganância mesquinha de uma elite que não se importa com o que se passa com o povo e com o que o ameaça e até o destrói.

As pessoas do povo, as que se locomovem de ônibus, as que bebem nos bares das periferias, os alunos nas salas de aula das faculdades negócios, essas que vendem diplomas a idiotas e emburrecidos e às nulidades mesquinhas,  que de tudo fazem para massacrar nossa humanidade e espezinhar nossa alma, se aproximam perigosamente das faíscas incendiárias do fascismo.

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Alguns dizem que as pessoas estão certas ao concordarem que os presos são bandidos e, por isso, devem ser assassinados e eliminados já que a maioria pensa assim.

Aí há dois pontos a considerar: 1. por ser maioria não significa que sejam possuídos pela razão e pela verdade; 2. a opinião de que “bandido bom é bandido morto” é fascista e não deve ser acolhida social e politicamente.

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Platão (328 – 438 antes de Cristo) abominava a opinião (doxa) da maioria.

Platão cria que poucos pensavam e mergulhavam profunda e intelectualmente entregues à busca da verdade. Para ele, Atenas (sua cidade e Estado) era governada pela opinião da maioria, portanto dos idiotas.

Marx (1818 – 1883)  concluiu que o senso comum  – maioria das pessoas – “pensa” de modo conservador e reacionário. embebecida pela ideologia da classe dominante, copiando o discurso injusto e opressor dos que desprezam o bem.

Portanto, se a maioria apenas replica a ideologia dos que roubam o Estado,  dos que desorganizam as culturas originais e comunitárias do povo, dos que assaltam suas terras e os enfiam sobre os morros sem infraestrutura e qualidade de vida, dos que desviam as funções da segurança fazendo da polícia aparelho manejado por criminosos fardados, que perseguem negros, pobres e jovens, é evidente que esse discurso é falso e iniquo.

A classe dominante brasileira é herdeira dos colonizadores que dizimaram cento e sessenta milhões de indígenas na América Latina, sendo que só no Brasil foram mortos cerca de oito milhões de indígenas e que para cá foram arrastados irmãos e irmãs africanos/as feitos/as e rebaixados/as à condição de escravos/as, é explícito que sempre, por ela mesma através de sua mídia desonesta e imbecil, injetará mentiras que o povo deve aprender a rejeitar e depois a expulsar a escória que suja a consciência social.

O nazismo iniciou na Alemanha matando os doentes mentais e depois chegou aos judeus, comunistas, sindicalistas e intelectuais, tudo sob o apoio popular iludido. Quando o povo abriu os olhos seu País e a Europa eram escombros e mortes.

Voltando a Platão, o filósofo abominava os sofistas que eram homens jovens que discursam na praça Ágora de Atenas com o único objetivo de convencer as pessoas não da verdade mas pela emoção e pelas técnicas de oratória.

Hoje a mídia e os agentes ideológicos de todos os tipos – TVs, rádios, revistas, jornais, pastores, padres, bispos, professores, pais, mães etc – são os novos e piorados sofistas que enganam o povo, que grita: “matem mais, eliminem esses bandidos que serão bons quando mortos.” E assim é em tudo, a dita opinião pública nada mais é do que a barranca do outro lado do rio que faz eco ao que se diz de cima da montanha dos opressores.

Pior, muitas dessas pessoas que vomitam e reproduzem as sombras que escurecem suas almas são próximas a nós: são de nossas famílias, de nossos círculos de amizade, que pregam para nós, que amamos e tal.

Do blog Cartas Proféticas

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