Quando a dura realidade confirma as pesquisas

O problema em relação ao governo Dilma não é a situação de volume morto, como diz o ex-presidente Lula, apontada pelas pesquisas, mas sim a realidade, o dia a dia, o cotidiano na vida urbana e até no interior

Brasília- DF 25-06-2015 Presidenta Dilma durante reunião com o governador de são paulo, Geraldo Alckmin. Assinatura de contrato de finaciamento para sabsp Foto Lula Marques/AgênciaPT/Fotos Públicas
Brasília- DF 25-06-2015 Presidenta Dilma durante reunião com o governador de são paulo, Geraldo Alckmin. Assinatura de contrato de finaciamento para sabsp Foto Lula Marques/AgênciaPT/Fotos Públicas (Foto: Bepe Damasco)


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Não conheço e não confio no instituto de pesquisas MDA, que ontem divulgou mais uma pesquisa mostrando um resultado tenebroso no que se
refere à popularidade do governo da presidenta Dilma.

Se não me engano, o MDA estreou nas eleições de 2014. Lembro que no  segundo turno fazia parte do time de institutos, que tinha o inacreditável
Sensus à frente, cujas pesquisas antecipavam a eleição de Aécio Neves. Deram com os burros n’água.

Quem acompanha política há algum tempo sabe a que interesses servem os institutos no Brasil, suas malandragens na elaboração dos
questionários, suas amostragens e metodologias muitas vezes voltadas para referendar uma tese pré-definida por seus donos, o estica e puxa da
margem de erro para favorecer candidatos e partidos de sua preferência, etc.

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O problema em relação ao governo Dilma não é a situação de volume morto, como diz o ex-presidente Lula, apontada pelas pesquisas, mas sim
a realidade, o dia a dia, o cotidiano na vida urbana e até no interior.

Os números das pesquisas batem com as minhas conversas com taxistas, balconistas de botequim e padaria, a diarista que trabalha na minha casa,
o entregador de pizza, os parentes nos almoços familiares, o caixa do banco, o rapaz da banca de jornais, os torcedores do Botafogo com os
quais convivo nas arquibancadas, gente fora do mundo da política.

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Enganam-se profundamente os militantes e dirigentes do PT que ainda insistem em limitar às classes média e alta a forte rejeição ao partido e ao
governo. Nesses estratos não é propriamente rejeição o que se verifica, mas sim ódio e intolerância. O fato é que a reprovação ao governo se
espraiou por todos setores da sociedade, por todas as faixas de renda, níveis de instrução, faixas etárias e regiões do país.

Virar esse jogo na classe média baixa e entre os mais pobres só seria possível com a melhora da economia, mas fundamentalmente se fosse
montada uma verdadeira operação política de guerra por parte do governo. Aí que está o xis da questão. O governo não emite nenhum sinal
de que pretende finalmente abandonar sua postura alienada diante da crise e reconhecer a gravidade do momento.

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Pelo visto, vai seguir dispensando tratamento apropriado para tempos de paz em plena guerra. Pelo visto, dobrará sua aposta num ajuste fiscal
impopular e recessivo. Pelo visto, Dilma continuará se negando a ouvir Lula e percorrer o país em contato direito com o povão, como fez o ex-
presidente na crise do mensalão em 2005. Como disse o Ciro Gomes, a presidenta dever ter um anjo da guarda muito forte.

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