Qual será o futuro do PSDB?

Caso Aécio consiga chegar ao segundo turno, numa virada espetacular, poderá ganhar um fôlego emocional inesperado. Se não, o partido seguirá seu processo de definhamento

Caso Aécio consiga chegar ao segundo turno, numa virada espetacular, poderá ganhar um fôlego emocional inesperado. Se não, o partido seguirá seu processo de definhamento
Caso Aécio consiga chegar ao segundo turno, numa virada espetacular, poderá ganhar um fôlego emocional inesperado. Se não, o partido seguirá seu processo de definhamento (Foto: Rubens José da Silva)


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O PSDB vive um momento curioso. Bem à frente, o céu ou o inferno, embora só um milagre o salve das chamas.

Caso Aécio consiga chegar ao segundo turno, numa virada espetacular, poderá ganhar um fôlego emocional inesperado, aumentando a imprevisibilidade de uma eleição marcada por muitas idas e vindas.

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Se não, o partido seguirá seu processo de definhamento e ficará pela primeira vez, em 20 anos, completamente fora do páreo.

Para quem bateu o PT de goleada nas eleições de 94 e 98, com Fernando Henrique, perder a quarta consecutiva (2002, 2006, 2010 e 2014) para o maior rival, sem ao menos chegar ao segundo turno, terá que repensar tudo e recomeçar do zero.

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Voltar às origens, quando, pelo menos teoricamente, ocupou a centro-esquerda com FHC, Mario Covas e Franco Montoro, está fora de cogitação. O PT consolidou-se aí e empurrou o PSDB pra direita, que aceitou de forma muito natural pois, sem proximidade com o povo, sempre foi identificado com a elite.

Não tendo mais os principais quadros e sem renovação, o partido tende a ficar praticamente restrito à sua matriz, São Paulo. Os únicos pilares restantes, José Serra e Geraldo Alkmin, dificilmente terão condições de sustentar e reerguer a legenda nacionalmente.

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Aliás, Serra está mais para implosão que sustentação. Sua liderança trouxe muito mais cisões do que pontos de consenso entre a bancada. A guinada do partido à direita trouxe desgosto e posterior desligamento de nomes de peso do pensamento tucano, como o filósofo José Arthur Giannotti e o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira.

Até mesmo no Sudeste o partido perdeu muito. No Rio, depois do desastroso governo Marcello Alencar (94/98), envolvido em vários escândalos, o partido esfarelou e quase não existe. Em Minas, o candidato de Aécio deve amargar uma acachapante e vergonhosa derrota para o rival Fernando Pimentel.

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O PSDB, que em 2010 elegeu oito governadores, esse ano poderá confirmar no máximo cinco. Estão praticamente assegurados no primeiro turno os estados de Goiás, Paraíba e São Paulo. No Pará e Paraná disputará o segundo. Para a Câmara e Senado a projeção também não é animadora.

Fazer de Alckmin a esperança para o Planalto em 2018 mostra a falta de opção do partido. Mesmo sendo reeleito em São Paulo no primeiro turno, seu alcance fora do estado é limitado. Sem falar que na eleição presidencial de 2006 o candidato conseguiu a inusitada proeza de diminuir seus votos no segundo turno.

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Quer dizer, o poder dos tucanos para 2015 será avaliado agora, dia 5 de outubro, e o cenário é desconfortável. Num eventual governo Marina, o mais provável é tornar-se uma linha auxiliar de segundo escalão. Já, na vitória de Dilma, restará a reinvenção do partido ou seguir sua contumaz conspiração udenista ao trabalhismo, sempre apoiados pela velha mídia.

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