Qual Jair Messias é o de verdade?
"Vale reiterar, pela enésima vez, que a capacidade de Jair Messias surpreender e se superar em suas aberrações é infinita", escreve Eric Nepomuceno
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Por Eric Nepomuceno, para o 247
Nestes dias seguintes à eleição de Lula é interessante acompanhar a postura pública do derrotado Jair Messias.
De saída, o que vimos foi o tresloucado ultradireitista em seu estado puro: chamou o criminoso fechamento de estradas país afora de “manifestações populares”, fazendo de conta que não sabia que tudo havia sido planejado uns quinze dias antes e que era do pleno conhecimento tanto da cúmplice cúpula da Polícia Rodoviária Federal como de seu próprio entorno mais próximo.
Fez que não viu o que seu filho 03, o Dudu Bananinha, espalhava pelas redes sociais, insuflando o golpismo.
Manteve um silêncio estrondoso após a derrota, até que resolveu falar. E quando falou, não disse nada.
Deixou nas mãos de seu ministro de confiança, Ciro Nogueira, a missão de promover a transição entre vencedores e vencidos, assegurada por lei e que, se dependesse apenas dele, Jair Messias, iria para a breca.
E de repente, virada radical de rumo: além de pedir encarecidamente que os responsáveis pelas “manifestações populares” liberassem as estradas, tratou de se mostrar minimamente civilizado.
Foi até o Supremo Tribunal Federal e, além de estender a mão para o ministro Alexandre de Moraes (segundo ele um exemplo palpável de canalha manipulador), disse, em relação ao resultado das urnas, um sonoro e explícito “acabou”.
E, se acabou o assunto, acabada está a questão.
Veio, então, a surpresa mais radical: cumprimentou amavelmente Geraldo Alckmin, o vice-presidente eleito e que, por determinação de Lula, coordena justamente a transição.
Vale reiterar, pela enésima vez, que a capacidade de Jair Messias surpreender e se superar em suas aberrações é infinita.
Nunca antes nem no quartel de Abrantes ou em qualquer quartel ele tinha se mostrado minimamente sensato e equilibrado. Pode ser que tenha sido severamente advertido (ou contundentemente aconselhado) pelo agronegócio e pelos donos do dinheiro que sua postura normal – ou seja, radicalíssima – já não tinha espaço, a começar pelo bloqueio das estradas.
Pode ser que o silêncio de seu filhote mais desequilibrado e perigoso, o vereador nacional Carluxo, tenha levado Jair Messias a perder o rumo.
Pode ser que essa figura mais calma e aparentemente sensata seja o passo inicial para que ele assuma o papel de líder da oposição ao governo que está começando antes mesmo da posse de Lula. Pode ser qualquer coisa. Há, porém, um ponto indiscutível: que ninguém se iluda. A qualquer momento Jair Messias voltará ao seu estado normal, ou seja, retomará as mentiras, as ameaças, os chamados à violência. Dia primeiro de janeiro de 2023 será feriado. Mas na manhã do dia seguinte ele acordará sem imunidade alguma.
E Jair Messias, seus filhotes e o bando mais próximo e mais envolvido em todas as falcatruas do imundo governo que na prática já terminou, sabem que seu destino é um só: os tribunais.
A fatura que ele terá de pagar na Justiça é gordíssima. A pergunta que mais atormenta Jair Messias, conforme o próprio já admitiu várias vezes, é a seguinte: como evitar o xilindró?
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