Putin está perdendo a guerra
O jornalista Alex Solnik afirma que, "além de não obter vitória militar até agora, o que se esperava", Vladimir Putin "está perdendo a batalha da comunicação"
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Depois de amanhã, 24 de março, a guerra de Putin contra a Ucrânia completa um mês. E o balanço é francamente negativo para os russos.
Putin não conseguiu nenhuma vitória importante até agora. Capturou a cidade de Kherson, mas não totalmente, porque a resistência continua e tenta consolidar o domínio sobre Mariupol, depois de destruí-la.
Mas o objetivo principal continua distante. Desde o início, o objetivo era arrasar Kiev, derrubar Zelensky e impor um novo governo pró-Rússia.
Há mais de três semanas temos notícias de um comboio de 60 quilômetros de extensão a caminho de Kiev, que nunca chega lá.
As tropas invasoras não conseguem furar os três anéis de defesa formados pela Ucrânia em torno da capital pelas tropas oficiais.
Não se sabe exatamente quantos, mas há milhares de cidadãos armados e treinados à espera dos russos. Trincheiras foram cavadas dentro da cidade.
Kiev é dura na queda. Recebeu o galardão de cidade-herói, assim mesmo como se fosse uma pessoa, por resistir por 54 dias à invasão dos nazistas, em 1941.
Há outro agravante. Serviços de streaming têm câmeras apontadas 24 horas para algumas cidades. Especialmente Kiev. Várias câmeras vigiam vários pontos da capital. Se houver um ataque russo, será visto ao vivo e a cores em todo o mundo.
Putin poderia (ou poderá) até ganhar a guerra dessa maneira. Mas a sua imagem e a da Rússia vai se deteriorar ainda mais.
Além de não obter vitória militar até agora, o que se esperava, dada a diferença de forças em relação à Ucrânia, Putin está perdendo a batalha da comunicação. Não conseguiu até agora livrar-se da pecha de vilão. E de repente um comediante ganhou estatura de estadista.
Os prejuízos são incalculáveis. Tropas e armas consomem muito dinheiro. As sanções viraram a economia russa de pernas para o ar. A imagem dos russos no exterior está pior que a dos brasileiros sob Bolsonaro.
Apesar do evidente insucesso, Putin chegou a um ponto que é chamado de “point of no return”. Já foi tão longe que voltar atrás é impossível.
Zelensky está na dele. Se sair dessa vivo, vira herói nacional (e provavelmente internacional).
Se sair morto, vira mártir.
Putin, se ganhar, terá derrotado um pirralho; se perder, vai virar ex-presidente da Rússia.
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