Putin e Xi se reúnem em encontro que marca novo sistema internacional
Os dois estadistas estabelecem as bases para uma atuação conjunta diante da desafiadora situação internacional, escreve o editor internacional do Brasil 247
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Por José Reinaldo Carvalho - Os presidentes da China e da Rússia se encontram nesta sexta-feira (4), em Pequim. Putin visita a China para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno 2022. Na ocasião, os dois líderes manterão entendimentos que resultarão na elevação a patamares mais altos das relações bilaterais e em uma cooperação mais ativa e assertiva diante dos grandes desafios mundiais.
É a "primeira visita ao exterior do ano" de Putin, diz a Central Chinesa de Televisão. O presidente da China, Xi Jinping, fará com seu colega russo o primeiro encontro presencial com um líder mundial em quase dois anos.
China e Rússia estão decididas a atuar conjuntamente em todas as agendas importantes para a cooperação internacional e a paz mundial. Mantendo o princípio de não interferência nos assuntos internos de outro país, a China deixou claro de que lado está na atual crise que envolve os EUA, a Otan, a Ucrânia e a Rússia. A diplomacia chinesa alertou que é necessário que os EUA, as demais potências ocidentais e a Otan, levem em conta as preocupações da Rússia.
China e Rússia estão irmanadas nos esforços pelo multilateralismo autêntico e no soerguimento de um sistema internacional multipolar, baseado no Direito Internacional, no papel preponderante da ONU e na execução plena do princípio de resolver por vias políticas específicas os conflitos entre as nações.
Os dois gigantes levam às últimas consequências a cooperação bilateral abrangente, uma parceria estratégica orientada para o futuro, correspondente à nova era, no caso da China, do desenvolvimento do seu peculiar sistema socialista, e no caso da Ríssia, da consolidação do seu poderio nacional, ameaçado pelos Estados Unidos. Ambos os pa[ises captaram muito bem as mensagens de Biden que, ao tomar posse e inaugurar os mandatos dos novos secretários de Estado e da Defesa, proclamou que o objetivo central do seu mandato na arena internacional é impedir a ascensão da China e conter o poderio russo.
A cooperação entre China e Rússia é multidimensional e vai marcar época: no comércio, nas finanças, indústria, serviços, energia, ciência e tecnologia e no combate às pandemias. Igualmente, as duas potências cooperam no setor militar, aprimorando o caráter defensivo das suas forças armadas.
A Rússia e a China "são vizinhos próximos ligados por tradições seculares de amizade e confiança" ... "Apreciamos muito que as relações russo-chinesas de parceria abrangente e cooperação estratégica, entrando em uma nova era, tenham alcançado um nível sem precedentes e se tornaram um modelo de eficiência, responsabilidade e aspiração para o futuro", observou Putin.
As relações entre a China e a Rússia destacam-se pelo aspecto pragmático, não ideológico. Os princípios básicos e as diretrizes para o trabalho conjunto foram definidos pelos dois países no Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amistosa, cujo vigésimo aniversário transcorreu no ano passado. Esses princípios são: igualdade, consideração dos interesses uns dos outros, isenção de circunstâncias políticas e ideológicas dos vestígios do passado.
O encontro de hoje entre os dois estadistas vai reafirmar esses princípios e estabelecer as bases e os parâmetros para elevar a um nível inédito as relações bilaterais, assim como a atuação conjunta diante da situação internacional desafiadora e em transformação. China e Rússia se tornam assim países construtores de um novo sistema internacional
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