PT vira boia de salvação do agronegócio na guerra EUA-China
A decisão chinesa de deixar o Brasil para comprar mais grãos dos Estados Unidos cria situação insustentável aos agricultores brasileiros; por isso, apoio do PT, combatente da privatização bolsonariana, passa a ser fundamental
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Desastre agrícola à vista
Não está afastada hipótese de guinada política do agronegócio nacional de abandonar Bolsonaro para apoiar o PT afim de se proteger dos estragos que podem provocar a guerra comercial global que leva a China a abandonar importações nacionais para aumentar negócios com os agricultores americanos.
Os chineses, primeiro, defendem seus interesses de continuarem exportando produtos manufaturas para os Estados Unidos, afetados pelo protecionismo nacionalista de Trump; assim, a China compra mais produtos agrícolas de Tio Sam para continuar tendo acesso ao mercado americano de produtos industrializados, de alta tecnológica, sem ameaças de taxações protecionistas.
O resultado é desastre econômico para o agronegócio nacional; quem vai defendê-lo, se o governo Bolsonaro se aliou a Trump contra a Venezuela, parceira da China, consumidora da soja e milho brasileiros?
A estratégia global chinesa ficou ameaçada com o nacionalismo trumpiano; o chefe da Casa Branca aumentou tarifas sobre produtos industrializados chineses e colocou o comercio bilateral entre dois gigantes em perigo.
Sem exportações para Estados Unidos, haveria superprodução chinesa, que levaria a China à deflação; os preços dos manufaturados chineses entrariam em parafuso; para que isso não aconteça, Pequim propôs a contrapartida: compra produção de grãos americana, soja e milho; em troca mantém exportações chinesas para os Estados Unidos.
O governo americano, que teme superprodução de grãos e deflação de preços, acertou com China uma pausa na guerra comercial.
Essa armação bilateral entre os dois gigantes prejudica Brasil; as exportações para China, que representam 34% do PIB nacional, entram em bancarrota, se os chineses diminuem compras no Brasil e aumentam nos Estados Unidos.
Vantagem comparativa
Os chineses, em contrapartida, passam a dispor de vantagem comparativa diante do Brasil; podem exigir das autoridades brasileiras redução da ação beligerante delas contra Maduro, aliado da China.
É nesse instante que o PT sai em socorro dos agricultores brasileiros, por meio de defesa de política nacionalista; o Brasil, nesse contexto, dispõe de grande triunfo diante dos chineses: a produção petrolífera e mineral; a Petrobrás, para produzir insumos subsidiados aos agricultores, garantindo-lhes competitividade na disputa com concorrentes americanos; e os minérios, dos quais dependem os chineses para tocar sua industrialização; sem eles, manufatura chinesa perde competitividade no mercado americano; taxar exportação mineral, suprimindo isenção fiscal garantida por Lei Kandir, prejudica industrialização chinesa competitiva.
Manter Petrobras privatizada vira prioridade para o agronegócio, na disputa comercial global; nesse contexto, Bolsonaro ficou sem pai nem mãe com a decisão de confrontar aliado da China na América do Sul, que são os venezuelanos.
A decisão chinesa de deixar o Brasil para comprar mais grãos dos Estados Unidos cria situação insustentável aos agricultores brasileiros; por isso, apoio do PT, combatente da privatização bolsonariana, passa a ser fundamental.
Torna-se mal negócio para o agronegócio brasileiro a política neoliberal de Paulo Guedes, que privatiza Petrobras e seus derivados, óleos refinados; Petrobrás nacionalizada, junto com suas refinarias, é segurança de preço competitivo, subsidiado aos agricultores; foi por meio dessa estratégia que o agronegócio passou a representar 34% do PIB; 30% das exportações nacionais vão para a China.
Sem essa receita,o país, dependente de exportações, de modelo primário exportador, afetado, cronicamente, pela deterioração nos termos de troca internacionais, entra em crise cambial aguda.
O PT, no Congresso, torna-se alvo do agronegócio, para defender interesses dos agricultores brasileiros; consequentemente, o peso político petista nacionalista ganha outra dimensão no espaço político da reforma da previdência, para lutar contra projeto ultraneoliberal de Paulo Guedes.
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