PT aumentou emprego e salário por 12 anos sem eliminar um só direito
De alguma forma seria bom para o Brasil que Temer conseguisse governar até 2018. Claro que a democracia seria conspurcada – e isso é muito grave, é até inaceitável –, mas os brasileiros provariam desse remédio amargo que é a direita governar e em 2018 voltariam correndo para a esquerda, implorando a volta de Lula
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No último sábado, esta página publicou matéria que provou, por A mais B, que é balela do Michel Temer e do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, que, na França, a jornada de trabalho tenha passado de 35 horas semanais (e não 36, como esses golpistas afirmaram) para (como disseram primeiro) 80 ou 60 horas (como retificaram depois).
A matéria em tela reproduziu dados da legislação francesa sobre o tema. Esses dados mostram que o que ocorreu naquele país é ter sido autorizada a mera possibilidade de os trabalhadores franceses trabalharem mais horas dos que as 35 que a lei prevê, mas só em condições excepcionais como, por exemplo, em caso de catástrofe (natural ou não) ou para uma distribuição emergencial de medicamentos.
Temer e o presidente da CNI tentaram vender ao público que a França estaria aumentando a carga horária semanal dos trabalhadores, o que, como mostrou a matéria supracitada, é uma tremenda farsa.
Contudo, essa não é a primeira e, provavelmente, nem terá sido a última vez em que os golpistas tentarão vender aos brasileiros a premissa revoltante, criminosa de que é preciso exterminar direitos e benefícios dos trabalhadores para gerar mais empregos no país.
Algumas semanas antes do estarrecedor episódio das “80 horas de trabalho semanais”, o ministro-chefe da Casa Civil interino, Eliseu Padilha, criticou a legislação trabalhista estabelecida em 1946 durante almoço com grupo de líderes empresariais em São Paulo.
Padilha disse reconhecer que “a CLT foi necessária na época de sua criação”, mas “a década de 40 já ficou para trás há muito tempo”. E propôs, para delírio do patronato: “nós temos que olhar rumo ao amanhã e fazer reforma trabalhista”.
Por “reforma trabalhista”, o ministro-chefe dos golpistas quis dizer eliminação de direitos, aumento da jornada de trabalho, com diminuição de salários, e outras barbaridades.
A organização anfitriã – Grupo de Líderes Empresariais – foi criada pelo pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, que estava na mesa durante o discurso de Padilha.
Veja o vídeo:
Só quem é muito estúpido e desinformado ou muito mau-caráter e cínico não reconhece que o governo Temer, se vier a ocorrer – por enquanto, é mera ameaça que pode virar realidade –, terá como prioridade tirar dos brasileiros tudo que ganharam com os governos do PT entre 2003 e 2014 – a partir de 2015, os golpistas conseguiram sabotar o Brasil e fizeram tudo piorar.
Temer e sua gangue tentam vender aos brasileiros a premissa ridiculamente frágil de que, para recuperarmos o nível de emprego – de melhora dos salários os golpistas não falam –, será preciso reduzir direitos trabalhistas esculpidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Uma simples pesquisa na internet revela quão absurda é essa teoria. Os dados que a desmontam estão disponíveis a qualquer um que quiser a verdade. Cumpre a este Blog, portanto, divulgá-los para que todos entendam que a gangue golpista que usurpou o poder (por sorte, ainda interinamente) tem o objetivo único de roubar do povo brasileiro tudo de bom que os governos do PT propiciaram.
Vamos lá.
Em primeiro lugar, tratemos da criação de empregos com carteira assinada – o tipo de emprego que verdadeiramente interessa aos brasileiros.
Para quem não sabe, o número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 59,6% no Brasil em 12 anos, segundo o IBGE. Percentual médio de trabalhadores com emprego formal no setor privado foi de 50,8% em 2014; em 2003, era de 39,7%.
O percentual médio de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado em relação à população ocupada passou de 50,3% (11,6 milhões) em 2013, para 50,8% (11,7 milhões) em 2014. Em 2003 essa proporção era de 39,7% (7,3 milhões).
Em 12 anos esse contingente cresceu 59,6% (ou mais 4,4 milhões), de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta quinta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro de 2014, havia 11,807 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, apresentando estabilidade no mês e no ano.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
A publicação completa está em:
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/
A publicação da Retrospectiva do Mercado de Trabalho 2003-2014 está em:
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/estudos_retrospectiva.shtm
Fonte: Portal Brasil com informações do IBGE
Mas isso nem é o mais impressionante, porque decorre de outro fenômeno criado pelos governos petistas: a contínua e forte geração de empregos no país, ou as políticas públicas que, por mais de uma década, fizeram o desemprego cair sem parar, como demonstra gráfico do IBGE abaixo reproduzido.
Como o leitor pode constatar, o desemprego no Brasil caiu de 12,6% no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (2002) para 9,9% no último ano do primeiro governo Lula (2006), 6,7% no último ano do segundo governo Lula (2010) e para 4,8% no último ano do governo Dilma Rousseff (2014).
Nenhum direito foi tirado dos trabalhadores durante esses 12 anos. E sem mexer nos direitos trabalhistas que o governo ilegítimo do golpista Michel Temer quer retirar, os governos petistas conseguiram um outro feito tão importante quanto o de aumentar muito o nível de emprego com carteira assinada: aumentaram fortemente o valor dos salários.
Para quem não sabe, renda real do trabalhador cresceu mais de 33% desde 2003. Renda média anual passou de R$ 1.581,31 para R$ 2.104,16 em 12 anos. Serviços domésticos tiveram maior aumento, com avanço de 69,9% no período.
A média anual da renda da população ocupada do País, descontada a inflação, cresceu 33,1%, entre 2003 e 2014, passando de R$ 1.581,31 para R$ 2.104,16, o que significa acréscimo de R$ 522,85, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apenas em 2014, a média anual do rendimento habitual real da população ocupada (R$ 2.104,16) cresceu 2,7% em relação a 2013 (R$ 2.049,35). A população ocupada compreende as pessoas que tinham trabalho na semana anterior à realização da pesquisa, ou seja, os indivíduos que tinham um patrão, os que exploravam seu próprio negócio e os que trabalhavam sem remuneração em ajuda a membros da família.
Fonte: Portal Brasil com informações do IBGE
O que é mais importante em tudo isso nem são os números, mas o fato de que os bons governos petistas fizeram a vida da maioria avassaladora dos brasileiros melhorar contínua e fortemente durante mais de uma década. Foram 12 anos – DOZE ANOS!! – de melhora ininterrupta.
Os fatos acima elencados mostram outro dado muito importante: o PSDB e o PMDB não aprenderam nada durante a era petista. Tucanos, peemedebistas e pefelês (hoje demos) chegaram ao poder em 1995 e conseguiram ficar 8 anos no poder com ajuda de uma imprensa, de um Ministério Público e de uma Polícia Federal que serviam aos donos eventuais do poder. Mas foi pouco tempo, se compararmos com o que conseguiu o PT.
Enquanto a direita fascista conseguiu 2 mandatos presidenciais, os governos progressistas conseguiram 4 e poderiam ter conseguido 6, 8 ou 10, se não fosse a crise econômica internacional, a Lava Jato partidarizada e a maioria reacionária de ultradireita que se formou no Congresso na eleição de 2014 graças a erros da própria esquerda (junho de 2013).
Como sempre, a direita subestima o povo. Subestimou durante a era FHC achando que poderia vender o Brasil a preço de banana e eliminar direitos trabalhistas – esse discurso de Eliseu Padilha sobre tirar direitos para criar empregos, que você viu no vídeo acima, era comum na vez anterior em que tucanos, pefelês e peemedebês estiveram no poder (1995 – 2002).
Por tudo isso, de alguma forma seria bom para o Brasil que Temer conseguisse governar até 2018. Claro que a democracia seria conspurcada – e isso é muito grave, é até inaceitável –, mas os brasileiros provariam desse remédio amargo que é a direita governar e em 2018 voltariam correndo para a esquerda, implorando a volta de Lula.
O grande desafio das pessoas racionais e informadas é mostrar os dados acima ao povo brasileiro para que entenda quão absurda e criminosa é a “proposta” do governo de Temer, de sua gangue demo-tucano-peemedebê e da mídia golpista no sentido de que seria preciso eliminar direitos dos trabalhadores e deprimir salários para gerar empregos no Brasil.
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