PSDB purga o pecado do golpe

Para a jornalista Tereza Cruvinel, "o inferno do PSDB não é obra exclusiva de Aécio Neves, embora seja ele quem esteja cometendo os "maiores desatinos"; "É a consequência da participação dos tucanos no golpe e no governo de Michel Temer. Constatado o tamanho e a gravidade do erro, a tentativa de corrigir o rumo produziu esta fratura exposta", avalia; "Todos são responsáveis pela derrocada do partido que foi fundado por herdeiros da luta pela democracia, ainda que Aécio, ressentido com a derrota em 2014, tenha sido o principal artífice da união com o PMDB e o DEM para derrubar Dilma e entronizar Temer no Planalto", diz Tereza, que lembra que os dois principais partidos do golpe, PSDB e PMDB, "estão sendo igualmente castigados", como apontam as pesquisas

Para a jornalista Tereza Cruvinel, "o inferno do PSDB não é obra exclusiva de Aécio Neves, embora seja ele quem esteja cometendo os "maiores desatinos"; "É a consequência da participação dos tucanos no golpe e no governo de Michel Temer. Constatado o tamanho e a gravidade do erro, a tentativa de corrigir o rumo produziu esta fratura exposta", avalia; "Todos são responsáveis pela derrocada do partido que foi fundado por herdeiros da luta pela democracia, ainda que Aécio, ressentido com a derrota em 2014, tenha sido o principal artífice da união com o PMDB e o DEM para derrubar Dilma e entronizar Temer no Planalto", diz Tereza, que lembra que os dois principais partidos do golpe, PSDB e PMDB, "estão sendo igualmente castigados", como apontam as pesquisas
Para a jornalista Tereza Cruvinel, "o inferno do PSDB não é obra exclusiva de Aécio Neves, embora seja ele quem esteja cometendo os "maiores desatinos"; "É a consequência da participação dos tucanos no golpe e no governo de Michel Temer. Constatado o tamanho e a gravidade do erro, a tentativa de corrigir o rumo produziu esta fratura exposta", avalia; "Todos são responsáveis pela derrocada do partido que foi fundado por herdeiros da luta pela democracia, ainda que Aécio, ressentido com a derrota em 2014, tenha sido o principal artífice da união com o PMDB e o DEM para derrubar Dilma e entronizar Temer no Planalto", diz Tereza, que lembra que os dois principais partidos do golpe, PSDB e PMDB, "estão sendo igualmente castigados", como apontam as pesquisas (Foto: Tereza Cruvinel)


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Nas últimas horas o senador Aécio Neves foi posto no pelourinho, tomando chibatadas de todo lado, de adversários, companheiros de partido e apoiadores. Os desatinos maiores têm sido cometidos é por ele mesmo, como este último, de destituir o senador Tasso Jereissati da presidência interina do partido para tentar evitar o desembarque tucano do governo. Além de Alckmin, FHC também não foi consultado. No “pinga fogo” de ontem na Câmara, o deputado Rocha (AC) chegou a pedir que ele deixe o PSDB para não continuar a envergonhar o partido. Mas o inferno do PSDB não é obra exclusiva de Aécio. É a consequência da participação dos tucanos no golpe e no governo de Michel Temer. Constatado o tamanho e a gravidade do erro, a tentativa de corrigir o rumo produziu esta fratura exposta.

Todos, entretanto, são responsáveis pela derrocada do partido que foi fundado por herdeiros da luta pela democracia, como FHC, Covas, Richa e Montoro. Em 1988, eles se rebelaram contra os descaminhos (pautados pela corrução e o fisiologismo) tomados pelo PMDB que todos abrigara na resistência à ditadura. Depois governaram o país por oito anos. Todos são responsáveis, ainda que Aécio, ressentido com a derrota em 2014, tenha sido o principal artífice da união com o PMDB e o DEM para derrubar Dilma e entronizar Temer no Planalto. Havia resistência interna ao impeachment mas os demais dirigentes cederam ao revanchismo de Aécio e evitaram um debate interno, corajoso e franco, sobre as consequências do embarque no golpe. Pelo contrário, ajudaram a calar os integrantes da bancada que tentaram se opor.

Todos sabiam que, apesar dos discursos trovejantes a corrupção de petistas, ele e outros também poderiam ser alcançado pela Lava Jato. Ninguém disputa, ou disputava, eleições neste país sem ajoelhar-se e beijar a cruz na relação promíscua com os donos do dinheiro. Apostaram na impunidade mas Aécio, por mais encalacrado, enroscou-se definitivamente com Temer e sua turma para salvar a pele. Entrou para a turma do Jaburu e deixou os interesses do PSDB em segundo plano, queixam-se os tucanos.  Apontada a necessidade de deixarem o governo, Aécio foi para o tudo ou nada dentro do partido, destituindo Tasso.

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Nunca vi um partido lavar sua roupa suja no plenário da Câmara com tanta falta de cerimônia como ontem. O discurso de Rocha foi curto e grosso. “O senador Aécio Neves envergonha o PSDB. Chegou a hora de ele deixar o partido, tomar seu rumo para não nos envergonhar mais”. Daniel Coelho, de Pernambuco, também fez um discurso vigoroso, informando que nem Fernando Henrique foi previamente consultado sobre a destituição de Tassso, que teria sido arquitetada com Temer e os peemedebistas. O deputado Marcus Pestana, aliado de Aécio, tomou sua defesa, alegou a isonomia necessária na disputa interna,  num discurso com voz trêmula. Não é fácil justificar tantos desatinos.  

Purgam os tucanos o pecado de terem atentado contra a democracia que ajudaram a construir. Purgam o pecado da hipocrisia, por terem derrubado Dilma em nome da moralidade, para levarem ao  poder um governo de corruptos.

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Aliás, os dois principais partidos do golpe estão sendo igualmente castigados. Segundo a última pesquisa Datafolha, na preferência atual dos eleitores o PSDB tem 4%, o PMDB 5% e o PT, 18%. O PMDB não terá candidato a presidente, mesmo tendo a Presidência, e corre o risco de desaparecer em alguns estados. A diferença é que o PMDB nunca teve projeto político. Seu objetivo sempre foi alcançar a máquina do Estado para dela se servir, não para viabilizar qualquer programa. Por isso, diferentemente dos tucanos, que ainda têm o que perder, eles se entendem, não largam o osso e não brigam entre si.

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