PSDB golpeou democracia e produziu intolerância e ódio
FHC não fala a verdade na sua carta aos eleitores e eleitoras a clamar tolerância e união contra a marcha da insensatez radical do "eles contra nós". O cinismo aflora na fala do ex-presidente. Não há sinceridade. Se tivesse, ele faria como o senador cearense tucano Tasso Jereissati, que botou o dedo na ferida
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Cinismo tucano
FHC não fala a verdade na sua carta aos eleitores e eleitoras a clamar tolerância e união contra a marcha da insensatez radical do "eles contra nós".
O cinismo aflora na fala do ex-presidente.
Não há sinceridade.
Se tivesse, ele faria como o senador cearense tucano Tasso Jereissati, que botou o dedo na ferida.
Reconheceu que grande erro, pelo qual toda a população está pagando, agora, em forma desemprego e fome, ódio e intolerância, começou com o PSDB ao concordar com a insensatez louca de Aécio Neves de contestar o resultado eleitoral de 2014.
O sobrinho irresponsável de Tancredo arremeteu-se contra a democracia, só para encher o saco do PT vitorioso nas urnas, com Dilma eleita com 54 milhões de votos.
Onde estava FHC, naquele momento, que não soltou uma carta como a que acaba de escrever, antevendo risco para a democracia, logo ele que gosta de preanunciar tudo, como se fosse gênio da raça?
Tremendo oportunista, enfiou a cabeça na areia, como avestruz.
Deixou rolar irresponsavelmente sabotagem política golpista que levou a economia ao caos, ao desemprego acelerado, à fuga dos investimentos, à instabilidade política, ao longo de 2015 e 2016, produzindo queda de 9% do PIB.
Fuga da realidade
Não se justifica queda tamanha da economia, sem interferência de algo extraordinariamente extemporâneo.
É insuficiente dizer que o governo ilegítimo golpista Temer, do PMDB, que se aliou ao PSDB, para concretizar a verdadeira insensatez do impeachment sem crime de responsabilidade, herdou o desastre econômico deficitário.
Igualmente, é não contar toda a verdade afirmar que tudo foi culpa da chamada nova matriz econômica petista.
Representaram, sim, distorções graves os subsídios aos capitalistas tupiniquins para sustentar sua taxa de lucro, devido à incapacidade deles de serem competitivos na economia global, dada dependência crônica de poupança externa.
Isso é histórico.
Todos governos anteriores concederam benefícios aos capitalistas, afetados por políticas macroeconômicas impostas pelos credores da dívida pública.
A fragilidade da burguesia industrial tupiniquim é congênita, sempre afetada pelas especulações dos defensores da abertura ao capital especulativo, produtor de desajustes cambiais e deterioração nos termos de troca.
Já abrindo o bico, os empresários pressionaram o governo Dilma para obter benefícios e o aplaudiram, como destacou Delfim Netto.
Não tem inocentes aí.
É luta de classe, o oligopólio contra o povo.
Jogo de compensação
Também, entre 2013 e 2014, representou distorção complicada atrasar reajustes de tarifas de energia e combustíveis, para combater a inflação, ao lado dos subsídios aos capitalistas enforcados pelo juro alto especulativo.
Compensatoriamente, o governo sustentou poder de compra dos trabalhadores, para garantir consumo interno, conferindo, portanto, vantagem adicional aos poderosos da Fiesp.
Afinal, sem consumidores, de nada adiantariam as isenções e perdões fiscais, para sustentar lucratividade empresarial.
O governo, portanto, não errou sozinho, nesse exercício de dirigismo estatal da economia, que está na base da "Nova matriz econômica petista", sintonizada com as demandas dos empresários, objetivando ativar economia para gerar empregos.
Economia política petista
A "nova matriz econômica" foi jogo de compensação entre capital dirigista forte e salário relativamente valorizado pela combinação de crescimento PIB-inflação.
O modelo exige permanente negociação e é dotado de crescente conteúdo político na sua formação e formulação.
De um lado, os empresários se organizam para levar o seu; de outros, os trabalhadores fazem a mesma coisa.
O golpe político de 2016 foi dado em cima do caráter político da nova matriz econômica petista, que não é um produto econômico neutro, mas político.
A nova matriz não é algo mecânico, mas essencialmente dialético.
Seu conteúdo é, essencialmente, político.
Por isso representa, na disputa eleitoral, maior fator de tensão.
O fracasso neoliberal tucano-peemedebista, eleitoralmente, inviável, deve ou não ressuscitar a matriz econômica petista, como movimento político dialético de negação da economia ortodoxa?
Desastre neoliberal
No novo governo estará em disputa dois modelos: um que não deu certo, com Temer, e o que foi interrompido pelo golpe neoliberal institucional dado pelo PMDB-PSDB.
Os programas da esquerda – Haddad-Manuela-Lula, Ciro Gomes, Guilherme Boulos – são incompatíveis com as propostas neoliberais de Temer, Alckmin, Bolsonaro, Amoedo.
O desastre do programa neoliberal Ponte para o Futuro, base para a orientação da direita, em geral, está sendo vomitado nas redes sociais.
Destruição dos direitos econômicos e sociais dos trabalhadores inscritos na Constituição; venda do patrimônio nacional, na bacia das almas, caso do Pré Sal; e congelamento dos gastos públicos sociais, que giram a economia, produzindo emprego, detonou bancarrota eleitoral dos partidos dos banqueiros, PSDB e PMDB, base do governo Temer.
O desastre neoliberal destruiu o centro político conservador golpista, graças a insensatez política tucana.
Ela FHC não enxerga.
O fenômeno Bolsonaro, fruto do golpe institucional tucano-peemedebista, engoliu o chamado centro político que a candidatura Alckmim tentou encarnar.
Os tucanos criaram o monstro; agora estão sendo engolidos pela cria.
Querem culpar o PT por isso?
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