PSDB encomenda parecer jurídico sobre impeachment de Dilma
CPIs, denúncias de corrupção no governo, relação crítica com os políticos, gargalos na economia. Collor, julgado politicamente, deixou a presidência. Anos depois foi inocentado de todas as acusações e processos pelo Supremo Tribunal Federal
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Já circula entre os opositores do governo petista um parecer que defende o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A encomenda teria sido feita por um advogado ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No parecer, feito pelo advogado Ives Granda, a hipótese levantada é que os crimes culposos de imperícia, omissão e negligência são passíveis de afastamento. E no caso dela, estaria enquadrada, tecnicamente, porque presidiu o Conselho da Petrobras e em seguida como presidenta da República.
Na Câmara dos Deputados a oposição avança o sinal e já protocolou um requerimento para criação de uma CPI para continuar investigando as denúncias na Petrobras. 186 deputados assinaram, inclusive com o apoio de partidos da base governista.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já informou que vai cumprir o regimento que determina a instalação das cinco primeiras CPIs. Portanto, haverá uma CPI com o objetivo de derrubar o governo responsabilizando Dilma. Para tal intento, como disse acima, já existe um parecer jurídico.
Do ponto de vista político e histórico - caso o governo não sente no colo dos aliados insatisfeitos dando-lhes mais cargos, quiçá até o governo por inteiro- caminhamos de volta ao passado, ao afastamento do presidente Fernando Collor, hoje Senador.
CPIs, denúncias de corrupção no governo, relação crítica com os políticos, gargalos na economia. Collor, julgado politicamente, deixou a presidência. Anos depois foi inocentado de todas as acusações e processos pelo Supremo Tribunal Federal.
Do ponto de vista jurídico, histórico e político foi vítima. Portanto, julgamento midiático, imediato e emocional não parece o caminho ideal para que supostos culpados sejam efetivamente e justamente punidos e responsabilizados.
Os humores do político, na maioria dos casos, funcionam no bolso e nas indicações para cargos publicadas no Diário Oficial. Dilma caminha a passos largos para o cadafalso. Os seus principais aliados que comandam o Congresso na Câmara e no Senado são do PMDB, assim como o vice, Michel Temer, que assumiria no lugar da presidenta.
Um presentão (não é mesmo?).
Em política não há espaço vazio, mas sim oportunidade.
Essa crise tende a ser longa, crítica, beligerante.
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