PSB estica demais a corda nas negociações, mas PT não desistirá de Haddad em São Paulo

Negociações entre as direções do PT e PSB chegam a um impasse; São Paulo é chave, informa Mauro Lopes

Haddad, Lula, França e Siqueira
Haddad, Lula, França e Siqueira (Foto: Stucket | Divulgação)


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Por Mauro Lopes

Segundo alguns influentes líderes petistas, que acompanham de perto as negociações para a chapa presidencial de 2022, o PSB está esticando a corda em demasia, confiando que tem todas as cartas na mão. Mas erra,  ao exigir mais do que pode ao PT.

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Numa importante reunião entre dirigentes das duas legendas nesta segunda-feira (19), a cúpula do PSB exigiu que o PT entregue aos socialistas as candidaturas ao governo em sete estados. São Paulo, segundo o PSB, seria um deles e foi apresentado uma exigência “inegociável”.

Mas o PT não entregará São Paulo, pois considera Fernando Haddad um candidato mais preparado que Márcio França, além de as pesquisas o apontarem como mais competitivo. Segundo o Datafolha do último sábado (18), Haddad tem 28% das intenções de voto com Geraldo Alckmin fora da disputa, nove pontos à frente de França, que tem 19%. Ademais, se Alckmin e Haddad saem da disputa, há uma tendência de migração de votos mais para  Boulos do que para França.

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Por fim, mas não menos importante: Lula quer Haddad no governo de São Paulo. Há uma união férrea entre os dois. Lula é grato a Haddad pelo papel que desempenhou em seu segundo governo como ministro da Educação e sobretudo pela postura de seu ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo na duríssima batalha de 2018. Lula vê em Haddad um possível sucessor como líder de um PT renovado que estabeleça novos laços com a sociedade e apresente um projeto social-democrata consistente para o país.  

A pressão do PSB parece dar como certa a filiação de Alckmin ao partido, mas os dirigentes socialistas contam com o ovo ainda na galinha. Alckmin quer ser vice de Lula e já está patente que se o PSB não for o caminho, haverá outros. 

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O ex-governador pode ser vice de Lula pelo PSD, pelo Solidariedade ou outro partido. 

Os socialistas assumem, nas negociações a postura de quem estaria fazendo um enorme favor ao PT. Desconsideram a gravidade do momento e, pelo jeito, não atentaram que a aliança com Lula é que poderá dar ao partido uma estatura nacional. Por enquanto, o partido é apenas uma federação de caciques regionais.

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Tudo caminha para que Lula e Alckmin formem a chapa em 2022. Se o PSB estará nela é incerto, nesta altura das negociações. A chave é São Paulo.

  

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