Promotor denuncia objetivo da lava jato: derrubar Dilma
Há um sentimento comum na lava jato de que foram usados. Portanto, o grupo é grande e todos se sentem “usados”, enganados e descartados. O que será que prometeram a eles e que a chefia não cumpriu nem cumprirá?
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Prezado Historiador Aguinaldo Aguiar, Fortaleza, Ceará
Meu amigo, nem bem Gilmar Mendes terminou de fazer arruaças contra as delações e vazamentos da lava jato, desta vez atingindo seu pupilo Dias Toffoli (escrevi sobre aqui), chegando próximo aos seus companheiros golpistas como MiShel Temer, Aécio Neves e José Serra, para começarem a se levantar as primeiras vozes internas mostrando o que sempre denunciamos: a lava jato e Sérgio Moro agem com objetivos golpistas!
Eu soube pelo Jornal GGN que anonimamente um promotor contou que as intenções dessa nefasta força tarefa lava jato sempre foi o de derrubar a Presidenta Dilma para colocar no seu lugar os derrotados do neoliberalismo e pró imperialismo americano e europeu.
O site de Luis Nassif conta o que disse o promotor, que um dia conheceremos vendo seu rosto e seus olhos: “Sob anonimato, um procurador da Operação Lava Jato disse à jornalista Natuza Nery, responsável pelo Painel da Folha desta quarta (24), que o sentimento comum na força-tarefa hoje é de que eles foram usados para derrubar a presidente Dilma Rousseff e, agora que o impeachment está quase consolidado, estão sendo descartados. “Éramos lindos até o impeachment ser irreversível. Agora que já nos usaram, dizem chega”.
Detalho, para análise, a essência da fala do promotor anônimo: 1. Há um sentimento comum na lava jato de que foram usados. Portanto, o grupo é grande e todos se sentem “usados”, enganados e descartados. O que será que prometeram a eles e que a chefia não cumpriu nem cumprirá? É evidente que muito mais coisas aparecerão, basta que os outros se armem de coragem patriótica e denunciem. 2. O objetivo da lava jato com Sérgio Moro no comando (não é o deus das igrejas neopentecostais no comando, mas o deusinho da republiqueta de Curitiba), um juiz e funcionário público, portanto deveria servir ao Estado democrático e não ao golpe de uma elite rancorosa e ante patriótica, não é o que a mídia alardeia. A meta nunca foi e nunca será o combate à corrupção, pelo contrário, é para corromper ainda mais. 3. Quando o promotor denuncia que a busca do impeachment, sem base constitucional, mas ilegal, avisa que a força tarefa age subversivamente para destruir a alma constitucional e a democracia.
As palavras do promotor ainda anônimo são muito mais importantes pelo valor da demonstração do racha interno no grupo dominante do que o próprio julgamento espúrio e golpista que o Senado faz dum impeachment golpista. O STF e as pessoas de bem deveriam parar tudo para investigar toda a equipe da lava jato, que vive esse tal “sentimento comum”, denunciado pelo promotor. Isso é gravíssimo!
Outrossim, esse promotor me leva a questões que sempre me perturbaram, principalmente quando se trata de funcionários do Estado, todos assalariados para servir a sociedade, no caso deles à justiça.
É doloroso sabermos de promotores, muitos deles provindos dos estratos sociais mais sofridos e oprimidos, virarem as costas para suas origens, para seu povo e para a justiça social, submetendo-se à prestação de serviços sujos e nojentos contra o direito à verdade e como informantes da mídia golpista. Da mesma forma juízes, que fazem concursos depois de longa e dedicada caminhada acadêmica, boa parte trilhada por aulas e corredores de universidades públicas, mantidas pelo Estado e, aprovados, fazem juramentos de praticar a justiça a serviço da Nação e de toda a sociedade. Foi isso que critiquei nos desvios de Joaquim Barbosa, que preferiu servir a Globo e a elite da casa grande do que à verdade e à justiça, necessárias para o bem do País.
A mesma angústia e tristeza sinto quando sei de policiais, sejam federais ou estaduais, que se desviam da filosofia básica da segurança ao povo, para bater em trabalhadores, pobres, negros, mulheres e até em crianças. Como podem funcionários públicos mal tratar a cacetadas e a sprays de pimenta a quem busca direito e democracia?
Atribuo esses desvios graves e humanamente atentatórios às seguintes causas: A. aos desvios fascistas de sua formação. Muitos de seus treinadores ainda se inspiram em Filinto Müller, o nazista comandante das torturas e mortes na ditadura Vargas. Também em Sérgio Fleury, comandante do DOPS da ditadura dos generais golpistas, que adotaram a famigerada “lei de segurança nacional” como espinha dorsal da ditadura militar nazista. Para eles, lutar por reforma agrária, direitos humanos, direitos sociais, democracia social, igualdade de gênero, direito à opção sexual etc são coisas de comunistas. E comunismo é uma histeria montada pelo imperialismo e pelos nazifascistas e seu bando de falsos teóricos a vomitar ódio pela mídia, nada a ver com o rigoroso projeto de Marx e de Lênin. B. À má formação humanista, que varre como tsunami a todos os ambientes de treinamentos de funcionários do Estado e das empresas privadas. Essa gente não lê nada de humanista em termos políticos, sociológicos, psicológicos, antropológicos e literatura. Nada mesmo. São treinados da mesma forma que os cães de uso das polícias para obedecer cega e insensivelmente os comandos que recebem, sem nenhuma possibilidade de questionamento. As consciências são adormecidas ou assassinadas para, no lugar, seus cérebros servirem de máquinas suspensas fora da realidade, prontas a empunhar cassetetes e armas, mesmo contra parentes, vizinhos e amigos das comunidades originárias. C. Muitos/as são homens e mulheres de corações bons que se transtornam em bestas feras contra a justiça no âmago mais profundo da alma humana e social. Promessas de que serão heróis e de receber vantagens lhes arranca com carne e tudo das raízes do seu povo, jogando-os/as na ilusão de serem usados na prática de bons propósitos, tornando-se lindos e maravilhosos, como denunciou o promotor arrependido e anônimo.
A negação da democracia e da Pátria é inegável nesses setores. Não há como negar essa verdade!
Esse mal tem lastros internacionais e históricos, que precisam ser denunciados e rompidos. Uma das demonstrações monstruosas dessa desumanidade elevada ao último grau de bestialidade foi a praticada pela tripulação do avião Enola Gay, que bombardeou Hiroshima, jogando uma bomba atômica sobre uma população inocente de 250. 000 habitantes, matando 140.000 pessoas. Sem nenhum remorso pelo maior ato terrorista, três dias depois o governo estadunidense mandou bombardear Nagasaki, matando mais de 40.000 pessoas. Os tripulantes do avião Bockscar não se comoveram com o terror praticado pelo Enola Gay e jogaram bomba muito mais poderosa sobre a população indefesa e sem nada saber do que aconteceria. Interessante foram as festas que os generais de ambas as missões fizeram aos assassinos e terroristas, homenageando-os como heróis que mataram para impedir uma guerra, que na verdade já terminara.
O mais contraditório é que os engenheiros, químicos, físicos e matemáticos que fizeram as bombas eram fugitivos do nazismo, que agora se dedicaram a fabricar armas de alto poder de morte para matar em nome do falsamente autoproclamado maior País democrático do mundo.
Van Kirk, o último piloto do Enola Gay, que morreu com 93 anos, numa entrevista, perguntado por que jogou a bomba respondeu que o fez porque foi pago para fazer aquilo. Esse foi o seu argumento e sua motivação, sem nenhum questionamento de valor.
A falta de consciência de profissionais de todas as áreas, que servem como intelectuais orgânicos da morte de irmãos, é coisa impressionante porque contraditória e cruel.
A consciência como possibilidade de conhecer a realidade, mesmo mediada pelas informações e deformações que corrompem o senso de verdade e de justiça, permanece ali, latente nas pessoas, vibrando na vida.
Foi o que aconteceu com Christo Brand, carcereiro da prisão de Robben Island. Brand recebeu o maior líder sul africano e redentor daquela democracia como a um terrorista perigosíssimo. Impôs ao presidiário famoso os maiores e cruéis rigores, sempre com muito ódio dele. Até que Nelson Mandela conseguiu corredores, mesmo que apertados, na consciência do carcereiro para lhe mostrar sinais de bondade e indicar-lhe que os horrores eram praticados pelo apartheid e não por ele e seus companheiros de luta. Foram anos de trabalho humanizador que provocaram em Christo Brand profunda mudança ao ponto de a morte de Mandela lhe causar gigantesca tristeza e sentimento de luto.
É preciso investir em pessoas como o promotor anônimo, que começa a tomar consciência das barbaridades da lava jato com seus objetivos de derrubar governo e de ferir a democracia. Essa força tarefa e seu deusinho no comando não servem ao País. Pelo contrário, diria ao promotor de bom coração e de consciência em despertamento.
Que venham o promotor anônimo e todos os que se sentem “usados e descartados”.
Venham para saber mais que a direita e os golpistas fizeram isso durante toda a história do Brasil: sempre usaram e descartaram as pessoas.
Ao lado do Brasil democrático, sedento de verdade sem a mídia suja e sem os deusinhos vendidos, é o lugar dos que não mais aceitam a arrogância dos golpistas de ocasião.
Bem vindos e bem vindas, digamos a eles e a elas!
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