Proibir táxis nas faixas exclusivas é um atentado à liberdade

Jamais imaginaria que, um dia, fosse usar este precioso espaço que o 247 me dedica para defender uma categoria profissional tantas vezes questionada, a dos motoristas de praça



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Existe um certo conceito arraigado entre a população que em geral classifica os taxistas como uma das três profissões mais f...da p... que existem.

As outras seriam os jornalistas e os advogados.

Só que ambos, jornalistas e advogados, em geral têm espaço assegurado na mídia.

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Quando atacados, podem reagir. Motorista de táxi não. Mesmo vítima de calúnia ou difamação, tem de sofrer calado.

Agora, por exemplo, em São Paulo, foi feito um estudo sugerindo que as faixas reservadas para os ônibus nos corredores de trânsito não permitam mais, como vinha acontecendo, o tráfego de táxis, desde que com passageiro.

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Um levantamento feito pela Secretaria de Transportes indicou que, de cada quatro táxis que circulam na Avenida Rebouças, três se beneficiam das faixas reservadas para coletivos.

É MENTIRA!, e é preciso grifar com caixa alta tamanha calúnia.

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Vou a São Paulo, capital, uma vez ao mês. E sempre trafego pela mencionada avenida.

É com um prazer quase orgamástico que subo a Rebouças de táxi, ultrapassando aquelas centenas de angustiados proprietários de carros próprios, imóveis, paralisados, alguns gesticulando, outros, mais calmos, fazendo palavras cruzadas enquanto esperam o trânsito fluir.

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O uso da palavra "fluir" aqui é força de expressão. Deveria dizer que enquanto esperam o trânsito andar dez, vinte metros, e parar novamente.

Algum maníaco por cálculo da prefeitura diz que, sem a concorrência dos táxis, a velocidade média dos coletivos chegaria a 36 km/hora.

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Outra MENTIRA !!!

Manipulação de números digna do pessoal do Ministério da Fazenda.

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Hoje, os ônibus já correm muito mais do que isso, com os táxis na pista.

E esse irresponsável calculista não levou em conta os atropelamentos provocados por ônibus andando à toda.

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Não pensou nas famílias enlutadas, na necessidade de deslocamento de centenas de ambulâncias de resgate de feridos.

E essas ambulâncias, por onde andariam?

Claro, nas faixas exclusivas, congestionando-as muito mais do que um táxi eventual.

E esse não é o ponto essencial dessa lamentável interferência que se cogita no trânsito paulista.

O busílis da questão é que, com a tal melhoria de renda da população, hoje só não tem automóvel (financiado em trocentos meses, sem juros) quem for paraplégico ou não souber dirigir, como é o meu caso.

Os demais paulistanos estão todos nas ruas, gozando as delícias do carro próprio.

Quem senta a bunda no "seu" automóvel jamais voltará a usar o chamado "transporte coletivo".

Pode ser mais demorado, pode perder horas nos congestionamentos, os ônibus podem passar zunindo – zuuut - (e quase sempre vazios) por eles.

Nada os fará abandonar o prazer indescritível de estar na direção de um "carro próprio", um dos itens que deveriam constar da próxima pesquisa eleitoral do Ibope.

Dilma sairia com 70, talvez 80% de aprovação.

Mas se quiser o meu voto, terá de respeitar o direito de quem decidiu, numa atitude corajosa, mas acima de tudo democrática, não ter automóvel.

E ir de taxi...

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