Professores e técnicos de futebol
Como sempre digo: triste da nação que persegue seus educadores!
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Houve um tempo em que me revoltava com a referência “professor” aos técnicos de futebol, principalmente pela disparidade absurda entre os salários astronômicos – inimaginável para qualquer educador(a).
No entanto, avaliando melhor, pode-se traçar algumas semelhanças. Tal como educadores, os técnicos pouco são lembrados nas conquistas. No entanto, quando a derrota vem, a culpa recai sobre as costas. Alunos e alunas são os jogadores e, quando querem “derrubar” seus “técnicos”, conseguem. Mas ao contrário dos grupos que se formam nos vestiários, nas escolas quem ditam são os pais e mães, que se sentem no direito de intervir na liberdade de cátedra e promovem verdadeira perseguição aos educadores.
Outro ponto que deve ser destacado: tal como no futebol, ignora-se o que jogadores fazem extracampo e até mesmo a falta de comprometimento dos atletas, sendo sempre mais fácil culpar o treinador. Se não há comprometimento dos atletas/educandos, não há milagre que possa ser feito em campo/sala de aula.
Além disso, clubes/escolas tradicionais, na tentativa de manter seu patamar, perdem sua identidade na tentativa de agradar seus sócios/clientes, imputando sempre uma cobrança desumana sobre aqueles que fazem funcionar o eixo. Com isso, não evoluem, mas tentam vender uma falsa evolução com base na perseguição aos “culpados”.
Não digo que todos treinadores são competentes – assim como professores. No entanto, é notório esse tipo de postura e perseguição. Quando esses profissionais cobram, exigem e querem promover o melhor, mas que igualmente exigirá maior comprometimento e renúncias de seus aprendizes, logo são vistos como ameaça aos status quo. Estudar mais? Treinar mais? Sair da zona de conforto? Mudar o sistema? Desenvolver o questionamento e o senso crítico? Melhor não...fora!
Aqueles que incomodam por querer melhorar, seja a sociedade ou o simples time, não condizem com a manutenção do conservadorismo gritante. A hipocrisia segue sendo o eixo direcionador dessas instituições.
Educadores e educadoras incomodam, principalmente aqueles que instigam o questionamento e pensamento crítico. Por mais que muitas escolas propagandeiam que tem como missão a “formação de cidadãos críticos”, quando realmente isso é colocado em prática, surgem as limitações. Seja no ensino público, seja nos colégios (principalmente) particulares.
Como sempre digo: triste da nação que persegue seus educadores!
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