O fato novo que abriu a semana foi a divulgação da pesquisa do Datafolha.
Nela, o apoio popular ao Impeachment caiu.
A queda do apoio popular ao Impeachment dá mais tranquilidade aos parlamentares para se posicionarem contra a medida, pois é um fato inesperado diante de toda a campanha midiática e judicial.
Segundo mapa da Folha e do Estadão, é grande o número de parlamentares declarados indecisos, o que é inusitado ante a ideia de que há “a nação” contra o governo. A quantidade de indecisos pode indicar uma perspectiva de traição ou auto-preservação diante da ação dos movimentos oposicionistas.
Contudo, para aferir a tendência predominante, deve-se perguntar por que não declarar voto contra o governo se é tão evidente a opinião da sociedade pelo Impeachment, como propaga a oposição e a mídia.
Problema é que Temer tem rejeição de 58%, aparece na pesquisa para presidente com apenas 2% mesmo sendo a alternativa imediata de poder. Esta rejeição dele indica um ambiente de insegurança política pós-Impeachment. Afinal, por que trocar 60% por 58% de rejeição?
Um líder com esta impopularidade e com seu próprio nome citado diretamente na Lava Jato não teria força para repactuar o país e, como se diz em certos meios ser um desejo de líderes políticos, estancar a operação.
Por outro lado, Lula voltou a liderar a corrida para presidente apesar de toda a publicidade negativa. A recuperação do ex-presidente Lula indica que, sim, ele pode conduzir um cenário pós-Impeachment de recuperação da estabilidade política e econômica. Derrubar um governo para polarizar, no dia seguinte, um “presidente” que começa com 58% de rejeição versus um líder da corrida presidencial, é um tanto temeroso para estabilidade.
Com tais índices, também não haveria força para tirar Lula da vida pública. Inviabilizá-lo teria um alto custo.
Cabe registrar que, ao agendar o julgamento da posse de Lula para data posterior à votação do Impeachment, o STF bloqueou um sinal a favor do governo para superar o golpe, mas resguardou, caso homologue a posse, um fator de estabilização política caso o governo saia vencedor.
O apoio popular a Sergio Moro despencou (90% para 60%). A queda do apoio a Sergio Moro abre tendência de fragilização do apoio popular à operação, cujos abusos seriam mais factíveis combater. Nas sondagens presidenciais, o juiz de Curitiba aparece só com 8%, apesar de toda a publicidade positiva.
Sergio Moro e seus 8% de intenção de voto, casado com a queda brutal da popularidade de sua operação, não é, hoje, uma alternativa de poder. Seus percentuais indicam que, com dificuldades, o juiz poderia ser um ensaio de fiador do pós-Impeachment, mas não é isso que o golpe em curso deseja. Muito pelo contrário, seus percentuais são um elemento dissuasivo para quem imagina derrubar a presidenta para encerrar a Lava Jato.
No meio do mercado, os números do Datafolha indicam que o pós-Impeachment, pela fraqueza de Temer e a força de Lula, assim como a breve recuperação do apoio do governo a ser derrubado, não permitem mesmo projetar um cenário ideal para os investidores.
Toda a expectativa se baseia em ações da Lava Jato, porém, como efeito das últimas desta, o Datafolha identificou: redução da rejeição ao governo, rejeição de 58% de Temer, despencamento da popularidade de Moro e recuperação de Lula. Já está tão claro que há manifestações contra, mas também a favor do governo.
O que o povo quer é emprego. Esta é uma bela agenda para unir o País.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247