'Presente a caminho'

O jornalista Alex Solnik, membro do Jornalistas pela Democracia, afirma que "Não acha que  Battisti seja um perseguido político" e que "a Itália não é ditadura desde os tempos de Mussolini"; "Matar não faz parte da política", considera; no entanto, ele diz que "tem tudo a dizer contra a reação do atual presidente e sua prole à prisão de Battisti, ontem, em Santa Cruz de la Sierra"; "Quem celebra a desgraça dos semelhantes é sádico", ressalta, referindo-se ao filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, que mandou mensagem ao ministro do Interior, Matteo Salvini: "Presente a caminho"

'Presente a caminho'
'Presente a caminho'


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia-Não tenho nada a dizer em defesa de Cesare Battisti. Há 40 anos fugiu das autoridades italianas depois de condenado por quatro assassinatos, em dois dos quais apertou o gatilho.

Escapou da prisão, viajou à França, ao México, voltou à França, finalmente chegou ao Brasil. Uma vida de aventuras. Daria um grande filme e é bem possível que sua saga seja filmada.

continua após o anúncio

Não acho que seja um perseguido político. A Itália não é ditadura desde os tempos de Mussolini. Matar não faz parte da política.

Não acho também que ter matado em nome da "causa comunista" seja atenuante. Não havia permissão para matar. Ele pegou em armas e sabia do risco. "Todo mundo andava armado naquele tempo" disse ele certa vez. Quem entra na chuva é para se molhar. Todo revolucionário sabe que a prisão ou a morte são duas assombrações permanentes.

continua após o anúncio

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

Mas tenho tudo a dizer contra a reação do atual presidente e sua prole à prisão de Battisti, ontem, em Santa Cruz de la Sierra.

continua após o anúncio

Eduardo, o filho diplomata, mandou mensagem ao ministro do Interior, Matteo Salvini, seu correligionário de extrema-direita, que está nas manchetes da imprensa italiana: "Presente a caminho".

Os esquadrões da morte dos tempos da ditadura – LeCoq no Rio e Sergio Fleury em São Paulo – falavam em "presunto". "Presunto a caminho" diriam eles.

continua após o anúncio

Quem celebra a desgraça dos semelhantes é sádico. Quem usa esse tipo de linguagem referindo-se a pessoas é mais nocivo à sociedade que o "presente" a que se refere.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247