Prenderam Bruno para não soltar Dirceu
"Não há como não concluir que, para não ter que soltar Dirceu – e outros réus da Lava Jato na mesma situação – os ministros do STF prenderam Bruno de novo", diz o colunista do 247 Alex Solnik sobre a decisão da primeira Turma do Supremo Tribunal Federal que por 3 votos a 1 revogaram a liberdade do ex-goleiro; "Também não há como não concluir que os ministros do STF, em vez de cumprirem a constituição, confirmando a decisão de Melo e estendendo-a a Dirceu, optaram por descumprir a constituição duas vezes. Apesar de não ter cometido nenhum crime de sangue, Dirceu recebeu de Moro sentença maior que a de Bruno: 23 anos contra 22", afirma
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No meu artigo anterior eu escrevi que o STF ou soltava José Dirceu ou mandava prender de novo o goleiro Bruno (leia aqui).
Os dois julgamentos estavam previstos para hoje: o habeas do ex-ministro de Lula e a confirmação ou não da liberdade de Bruno pelo colegiado, depois da decisão monocrática do ministro Marco Aurélio Melo de soltá-lo, em fevereiro.
A decisão de Melo foi embasada no artigo da constituição segundo o qual ninguém pode ser preso antes de ser condenado em segunda instância.
Cada um dos casos foi julgado por turmas diferentes do Supremo.
Estava claro que se a turma designada para julgar Bruno entendesse que ele deveria aguardar em liberdade o julgamento do seu recurso, a outra turma não teria como não conceder habeas corpus a Dirceu, que também tem direito, por lei, de permanecer livre até a condenação ou não em segunda instância.
Acompanhando o relator, Alexandre de Moraes, seus pares resolveram mandar Bruno de volta à prisão.
O julgamento do habeas corpus de Dirceu, iniciado logo a seguir, foi suspenso depois do voto do relator Edson Facchin, contrário à liberdade.
Não há como não concluir que, para não ter que soltar Dirceu – e outros réus da Lava Jato na mesma situação – os ministros do STF prenderam Bruno de novo.
Também não há como não concluir que os ministros do STF, em vez de cumprirem a constituição, confirmando a decisão de Melo e estendendo-a a Dirceu, optaram por descumprir a constituição duas vezes.
Apesar de não ter cometido nenhum crime de sangue, Dirceu recebeu de Moro sentença maior que a de Bruno: 23 anos contra 22.
A maior sentença da Lava Jato.
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