Posse de comandante da Escola Superior de Defesa em 1º de abril, sem menção a 1964 é avanço
A festa se prestou apenas à posse, e não mais relembrar com pirotecnia direitista o golpe de 1964. Menos mal
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Há algo no céu do Brasil além dos aviões de carreira. De forma civilizada e democrática, o comando da Escola Superior de Defesa (EDF) foi mudado, justo na passagem do 1º de abril (data em que os civis relembram o golpe de 1964), sem que isto se transformasse em um ato de loas ao ultra direitismo e tampouco à famigerada “redentora”. Seria factível e, eu diria mesmo, tentador, transformar o ato de posse do novo comandante, o Major-Brigadeiro do Ar Valdir Eduardo Tuckumantel Codinhoto, em cerimônia de alusão à data. Não foi o que aconteceu.
Seguindo a política do ministro da Defesa, José Múcio, do “vamos virar a página” (só não se sabe até quando), a cerimônia realizada em Brasília, sob a coordenação do Vice-Almirante Paulo Renato Rohwer Santos, que transferiu a liderança da ESD para Codinhoto, marcou, segundo sua fala, “uma nova fase de compromisso com a Defesa Nacional”. A principal função da ESD é a formação de lideranças militares, aceitando também civis interessados em seus cursos.
Durante a solenidade, o General de Exército Luciano Guilherme Cabral Pinheiro prestou homenagem ao Vice-Almirante Rohwer, que, após quase dois anos no comando da ESD, assumirá a vice-chefia de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa. Rohwer foi elogiado por seu dinamismo, capacidade de trabalho e dedicação, que contribuíram significativamente para a evolução da Escola ao longo de sua gestão.
No discurso de posse, o Major-Brigadeiro Codinhoto destacou a honra e o compromisso com o novo cargo e ressaltou a responsabilidade de conduzir uma equipe altamente qualificada, e entregar à sociedade “valores que fortaleçam a Defesa Nacional e a grandeza do Brasil”. Ou seja, disse o que se espera que eles digam nessas ocasiões.
Na descrição das suas aptidões pode-se ler que o novo comandante tem “vasta experiência nas Forças Armadas”, tendo exercido “diversas funções importantes e obteve mais de 20 condecorações ao longo de sua carreira”. Vago, mas o que importa mesmo é que a festa se prestou apenas à posse, e não mais relembrar com pirotecnia direitista o golpe de 1964. Menos mal.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247