Pós-Cunha: destino do golpe e sucessão na Câmara

Para a colunista do 247 Tereza Cruvinel, a consequência política mais importante do afastamento de Eduardo Cunha deve ser para o impeachment; "Se havia um delinquente na presidência da Câmara, se ele cometeu desvio de poder para evitar a própria cassação, como reconheceu o STF, como poderão os ministros dizer que ele não cometeu o mesmo desvio ao acolher o pedido de impeachment, em clara vingança contra a decisão do PT de votar a favor da abertura de seu processo de cassação?"; segundo ela, ainda que continuem lavando as mãos sobre a ocorrência ou não de crime de responsabilidade, os ministros não poderão fechar os olhos para um aspecto processual gritante, o vício de origem contra o qual o advogado-geral da União, Eduardo Cardozo, brada ao defender Dilma Rousseff

Para a colunista do 247 Tereza Cruvinel, a consequência política mais importante do afastamento de Eduardo Cunha deve ser para o impeachment; "Se havia um delinquente na presidência da Câmara, se ele cometeu desvio de poder para evitar a própria cassação, como reconheceu o STF, como poderão os ministros dizer que ele não cometeu o mesmo desvio ao acolher o pedido de impeachment, em clara vingança contra a decisão do PT de votar a favor da abertura de seu processo de cassação?"; segundo ela, ainda que continuem lavando as mãos sobre a ocorrência ou não de crime de responsabilidade, os ministros não poderão fechar os olhos para um aspecto processual gritante, o vício de origem contra o qual o advogado-geral da União, Eduardo Cardozo, brada ao defender Dilma Rousseff
Para a colunista do 247 Tereza Cruvinel, a consequência política mais importante do afastamento de Eduardo Cunha deve ser para o impeachment; "Se havia um delinquente na presidência da Câmara, se ele cometeu desvio de poder para evitar a própria cassação, como reconheceu o STF, como poderão os ministros dizer que ele não cometeu o mesmo desvio ao acolher o pedido de impeachment, em clara vingança contra a decisão do PT de votar a favor da abertura de seu processo de cassação?"; segundo ela, ainda que continuem lavando as mãos sobre a ocorrência ou não de crime de responsabilidade, os ministros não poderão fechar os olhos para um aspecto processual gritante, o vício de origem contra o qual o advogado-geral da União, Eduardo Cardozo, brada ao defender Dilma Rousseff (Foto: Tereza Cruvinel)


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Chegamos ao ponto de o STF afastar um presidente da Câmara porque faltou vergonha na cara à maioria dos deputados, boa parte dela devedora de vassalagem a Eduardo Cunha. É verdade que com 125 dias de atraso em relação ao pedido do procurador-geral apresentado em 15 de dezembro, período em o presidente da Câmara abriu caminho para o impeachment da presidente Dilma num processo que fere a democracia brasileira e desata uma crise de desfecho imprevisível.

A consequência política mais importante deve ser para o impeachment. Se havia um delinquente na presidência da Câmara, se ele cometeu desvio de poder para evitar a própria cassação, como reconheceu o STF, como poderão os ministros dizer que ele não cometeu o mesmo desvio ao acolher o pedido de impeachment, em clara vingança contra a decisão do PT de votar a favor da abertura de seu processo de cassação? Poderão dizer que aquele ato perpetrado no dia 17 de abril e os que o precederam foram juridicamente perfeitos?  Ainda que continuem lavando as mãos sobre a ocorrência ou não de crime de responsabilidade, pois este seria um "juízo político" exclusivo dos parlamentares,  não poderão fechar os olhos para um aspecto processual gritante, o vício de origem contra o qual Cardozo brada ao defender Dilma.

As entrelinhas das falas de alguns ministros deixam transparecer que eles podem concordar com a arguição que será apresentada por Cardoso.  Houve até referencias, de Teori Zavascki, à delação premiada do empreiteiro Leo Pinheiro sobre uma propina que teria sido paga a Temer. Mas outros evitaram tangenciar o assunto impeachment e o nome de Temer.

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Enquanto isso, já se vai tratando da sucessão de Cunha na presidência da Câmara mas este assunto está fora de hora.  Ele foi afastado pelo STF mas não teve o mandato cassado. Ainda não. Agora o Conselho de Ética deve aproveitar o afastamento  para avançar no processo de cassação. Vaga estará a presidência da Câmara se Cunha renunciar, hipótese que ele descarta, ou for cassado por seus pares. Aí sim, diz o parágrafo segundo, inciso IV do artigo oitavo do Regimento que, um novo presidente deverá ser eleito no prazo de cinco sessões. Isso quando a vacância ocorre até 30 de novembro do segundo ano do mandato. Será o caso, quando ele perder o mandato.

Mas a turma de Cunha já está em avançadas negociações para emplacar um sucessor e evitar que o presidente em exercício,  Waldir Maranhão  fique com o cargo. O indicado é ninguém menos que Rogerio Rosso, PSD-DF, o presidente da comissão de impeachment da Câmara.  Mas vê-se pela explicação acima que não há hipótese de ele herdar a cadeira de Cunha.   PMDB e Centrão (PP, PTB, PSD etc.)  têm maioria para eleger  um nome do blocão. Maranhão foi rifado quando votou contra o impeachment.

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Relativamente à linha de sucessão na Presidência da República há muita confusão e o STF pode ter que resolver também esta questão. Se Dilma for mesmo afastada e Temer assumir, Maranhão entra na linha de substituição ou a prerrogativa passa a ser do presidente do Senado? Acredito que sim, enquanto um novo presidente da Câmara não for eleito pelos deputados. Mas este problema não é urgente.Temer ainda não assumiu e nada indica fará qualquer viagem internacional nos primeiros dias.

A instabilidade política só aumenta, cumprindo o vaticínio de que, para melhorar, o quadro ainda vai ter que piorar muito. E se para melhor for preciso varrer a classe política, ainda tem gente na fila.  

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